CDBs: Quando e Como Vale a Pena Investir nos Títulos de Renda Fixa?
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Caso como o do Banco Master trouxe publicidade negativa para os ativos, mas os CDBs seguem sendo um bom investimento para investidores conservadores O post CDBs: Quando e Como Vale a Pena Investir nos Títulos de Renda Fixa? apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
No dia 28 de março foi anunciada a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). O negócio, que consiste na aquisição de 58% do capital total do Master, revelou problemas relacionados à prática de emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) pelo Banco Master.
Os CDBs são títulos de renda fixa emitidos por bancos para captar dinheiro no mercado. Em troca, os investidores recebem o valor aportado acrescido de juros, geralmente atrelados ao CDI.
No caso do Master, a instituição prometia uma rentabilidade muito acima do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) – taxa referência dos investimentos de renda fixa e o índice responsável por definir a taxa de juros de empréstimos entre bancos. Em alguns casos, a remuneração chegava a 140%, muito acima do praticado pelo resto do mercado.
De acordo com o balanço financeiro de 2024, o banco Master, gerou um lucro de R$ 1 bilhão, número maior do que o obtido em 2023, de R$ 523 milhões. Segundo a instituição, o patrimônio líquido também cresceu em R$ 2,4 bilhões, de R$ 2,3 bilhões para R$ 4,7 bilhões.
No entanto, apesar dos ganhos, a demonstração financeira mostrou que, sem um novo aporte de recursos, o banco só conseguiria cumprir metade dos compromissos assumidos com os investidores até o fim deste ano — vencimentos de R$ 7,6 bilhões até junho de 2025, mas “apenas” R$ 8 bilhões em caixa. A exposição do Banco Master ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) também chamou à atenção. O banco emitiu quase a metade do patrimônio líquido do FGC. Ou seja, caso o Master não honrasse os seus compromissos, a situação se tornaria uma bomba para o fundo.
Em outras palavras, havia um descompasso entre o que o banco prometia pagar e sua capacidade operacional. Será que as manchetes negativas interferem na leitura do mercado sobre um dos investimentos mais “seguros”?
Mercado em 2025: Confiança X CDBs
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa referencial Selic em 1 ponto percentual (p.p.) para 14,25% ao ano. Esses juros altos favorecem os investimentos em renda fixa, já que proporcionam bons retornos e mais segurança aos investidores.
Apesar do susto com o Master, o mercado de CDBs segue aquecido. A Selic em patamares mais altos faz os investidores voltarem os olhos para a renda fixa, e os CDBs continuam como um dos instrumentos mais atrativos para quem busca retorno com alguma previsibilidade.
Leonardo Araújo, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, afirma que a situação do mercado dos CDBs se encontra positiva. “Há diversos títulos disponíveis para serem aplicados e adquiridos com uma rentabilidade atrativa, acima do que a gente considera alto, que seria mais de 1% ao mês”, diz.
Mesmo com as incertezas pairando sobre os ativos, os especialistas afirmam que o mercado não perdeu a confiança em CDBs. Segundo Maria Luisa Paolantoni, analista da Nord Investimentos, na verdade, os investidores estão olhando com maior preocupação e com mais cuidado para esse tipo de investimento.
“O mais importante é analisar os emissores antes de aplicar em um CDB e desconfiar quando as taxas estão mais altas que o normal ou o praticado no mercado”, ressalta o sócio da GT Capital. Segundo ele, cada emissor e título tem sua particularidade, tendo que ser levado em consideração na hora da aplicação.
O executivo da GT Capital recomenda que se o investidor não tem interesse em esperar pelos vencimentos de ativos, pode não ser interessante apostar em ativos pós-fixados. “Isso pode causar prejuízos ao cliente que quiser resgatar antes do do tempo”, comenta Araújo.
Paolantoni também ressalta a atratividade do investimento para 2025, principalmente por conta da alta da Selic. No entanto, ela afirma a necessidade da verificação do emissor do título, se o prazo está adequado para o objetivo do investidor, análise do risco de crédito e qual é a remuneração oferecida.
Outra característica que segue fazendo dos CDBs boas opções de investimentos é a proteção do FGC, de até R$ 250 mil por instituição e por CPF.
O investimento
Os CDBs são títulos para os investidores que procuram uma certa previsibilidade dentro do mercado. Por serem ativos de renda fixa, em sua grande maioria, são para perfis mais conservadores.
Na tomada de decisão, os especialistas recomendam que se analise o perfil do investidor. Após isso, é preciso estudar as oportunidades disponíveis no mercado, analisando o cenário econômico dentro desses ativos para aportar de forma estratégica.
Paolantoni da Nord indica ficar alerta sobre o que se fala da empresa emissora no mercado e olhar o rating – classificação de risco de crédito que mede a capacidade da instituição de arcar com suas dívidas.
Atualmente, é possível aportar em CDBs de duas maneiras: a primeira é através de uma conta bancária, e a segunda por meio de uma corretora de investimentos.
Para Araújo, sócio da GT Capital, o melhor tipo de CDB no cenário atual são os pós-fixados. “Produtos que são vinculados à Selic e que acabam espelhando essa taxa de juros do Brasil são mais interessantes, sem dúvida”, afirma.
Outra boa opção para colocar dentro da estratégia de investimentos, são os CDBs vinculados à inflação, pois blindam o investimento das perdas geradas pela depreciação da moeda.
“Minha recomendação são esses dois CDBs, um vinculado à inflação e outro pós-fixado, vinculado à taxa de juros. O prazo ideal de investimento para ambos é de até 4 anos, já que o cenário econômico tem mudado bastante a cada governo e, quanto mais longo o prazo, mais difícil prever o meio econômico”, aconselha Araújo.
Já a executiva da Nord indica um tempo ainda mais curto para o resgate. “No panorama atual temos uma preferência de um prazo de até um ano, ou seja, limites mais curtos para que o investidor não perca liquidez”, comenta.
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