CDBs, LCAs: ativos bancários são boas opções para investimentos de curto prazo agora?
Saiba quanto os papéis com vencimento em 12 meses rendem desde a última elevação da Selic The post CDBs, LCAs: ativos bancários são boas opções para investimentos de curto prazo agora? appeared first on InfoMoney.


Enquanto o mercado financeiro vive um momento de extrema volatilidade com a guerra comercial entre Estados Unidos e China em foco, alongar o prazo dos investimentos pode causar receio em investidores de renda fixa. Afinal, travar o dinheiro em papéis que vencem de 2035 em diante enquanto o mercado tem dificuldades de precificar o curto prazo parece arriscado para alguns.
Nesse contexto, os títulos bancários se apresentam como opções aos investidores, dos mais conservadores aos arrojados. CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCAs e LCIs (Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário) contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos e o setor financeiro, autorizado a emitir esses papéis, é, em geral, considerado seguro em momentos de juros altos.
Para saber se os ativos bancários têm uma boa relação entre risco e retorno para o curto prazo atualmente, o InfoMoney solicitou à Quantum Finance um levantamento das taxas de CDBs, LCAs e LCIs emitidos após a última reunião do Copom, em 19 de março. A empresa considerou os papéis com remuneração atrelada ao CDI, considerados mais adequados para aplicações curtas, e com vencimento em 12 meses.
A análise identificou 35 CDBs emitidos entre 20 de março e o último dia 16. A taxa máxima foi de 108% do CDI, mas, em média, eles oferecem remuneração de 99,33% do CDI. R$ 10 mil investidos em um CDB com essa taxa média permitem resgate de R$ 11.159,55 em um ano.
Nas LCAs, os 88 títulos emitidos no período tiveram taxa média de 91,34% do CDI. Embora nominalmente menor que a taxa dos CDBs, a remuneração é melhor para o investidor. Isto porque as LCAs são isentas de Imposto de Renda, assim como LCIs. Portanto, R$ 10 mil se transformam em R$ 11.292,46 nesse investimento. A Quantum identificou apenas uma LCI emitida no período analisado.
A remuneração média dos CDBs de curto prazo emitidos recentemente é baixa, enquanto as LCAs têm taxas interessantes, segundo Maria Luisa Paolantoni, analista da Nord Investimentos. Ela pondera que “sempre é interessante analisar o banco por trás das LCAs para ver se o risco está condizente com a taxa”.
Para a especialista, os ativos bancários podem ser boas opções para investimentos mais curtos, desde que as taxas e risco de crédito façam sentido. CDBs com remuneração abaixo do CDI já não cumprem os requisitos de atratividade da Nord. Paolantoni lembra que “há uma opção mais simples no Tesouro Selic, que pode ser uma porta de entrada para os investimentos e conta com liquidez diária”.
As projeções de resgate consideram uma Selic estática em 14,25%, o que, vale destacar, não é o cenário provável, segundo o boletim Focus, que reúne as projeções dos agentes do mercado. Para eles, 2025 termina com a taxa básica de juros em 15%, o que elevaria o rendimento das aplicações pós-fixadas, como os CDBs e LCAs analisados.
Quando o curto prazo faz sentido?
Para os especialistas em investimentos, a visão de longo prazo é importante para amplificar os resultados e mitigar riscos. Afinal, na renda fixa, os juros compostos trabalham pelo investidor ao longo do tempo e geram resultados melhores.
Aportes mais curtos, porém, também podem ser indicados. Um dos casos mais clássicos dessa recomendação é para quem tem um objetivo financeiro de curto prazo. Se o investidor quer comprar um carro em um ano, por exemplo, pós-fixados curtos são indicados pela liquidez e segurança. Ao aplicar em outro tipo de ativo, o investidor corre o risco de não conseguir vender o papel ou perder dinheiro no resgate.
Para esse grupo, José Augusto Balotari, assessor da Manchester Investimentos, diz que “o maior cuidado de todos é não tomar risco desnecessário”, o que significa não alocar em CDBs de maior risco.
Os bancos considerados mais arriscados precisam oferecer taxas mais altas para atrair investidores e, por isto, podem chamar atenção de alguns. Para quem precisa do dinheiro em pouco tempo, porém, é melhor ter papéis mais seguros, mesmo que com taxa menor, recomenda o especialista.
Paolantoni, da Nord, explica que esse tipo de investimento também pode atender quem tem visão de longo prazo, mas quer manter uma parte da carteira com alta liquidez. “Afinal, o CDI vai acompanhando a Selic e o investidor pode vender o papel quando o mercado abrir novas oportunidades na renda variável ou na própria renda fixa”, afirma. As LCAs emitidas atualmente devem ter vencimento mínimo de nove meses, após mudanças promovidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) no ano passado.
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