Caso Moïse: família do congolês fica abalada após exibição de imagens inéditas apresentadas ao júri

No vídeo, um dos acusados aparece fazendo um sinal de hang loose, enquanto outro tira a foto com um celular. Imagens foram apresentadas ao júri popular pelo Ministério Público na tarde desta sexta (14). A família de Moïse Kabagambe, agredido e morto a pauladas em 2022, ficou abalada durante a exibição de imagens inéditas das agressões contra o congolês. As imagens foram apresentadas pela promotora Rita Madeira, do Grupo de Atuação Especializada em Júri (Gaejuri), do Ministério Público do Rio, ao júri popular na tarde desta sexta-feira (14). O vídeo mostra o momento em que dois acusados pelo crime tiram uma foto com Moïse, que estava imobilizado e sem reações. No vídeo, Brendon Santos, que não está sendo julgado nesta sexta feira, aparece fazendo um sinal de hang loose enquanto Fábio Pirineus, acusado de homicídio triplamente qualificado, tira a foto com um celular. Durante a exibição, familiares e amigos de Moïse se assustaram e disseram que nunca tinham visto o registro. A mãe de Moïse acompanha o julgamento. Ela chorou durante a exibição de um vídeo em homenagem ao filho. Moïse Kabamgabe Reprodução LEIA TAMBÉM: Acusado de morte de congolês pediu para dono do quiosque ocultar vídeos: 'Tem como cancelar a filmagem?' Mãe: ‘A gente atravessou o oceano para fugir da guerra, e ela nos pegou aqui no Brasil’ ‘A condenação será uma resposta do Brasil para a família’, diz irmão Júri retomado Começa o júri popular dos acusados da morte de Moïse O júri popular de 2 acusados pela morte de Moïse foi retomado na manhã desta sexta. Na quinta (13), foram ouvidas 6 testemunhas de acusação e defesa. Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca foram interrogados, mas responderam apenas às perguntas formuladas pelas suas defesas e dos jurados. O júri foi suspenso pouco depois das 23h30, após quase 13 horas de sessão. A expectativa da família de Moïse é que Alesson e Fábio sejam condenados por homicídio triplamente qualificado. Nesta sexta, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a assistência de acusação terão 2 horas e meia para apresentar suas alegações, assim como as defesas dos réus. Há possibilidade de réplica. O julgamento foi retomado às 10h15 com o MPRJ abrindo o debate. O promotor Bruno Bezerra citou as mais de 40 pauladas sofridas por Moïse e mostrou as imagens dos 13 minutos de agressão aos jurados. Ele afirmou que Moïse e sua família tiveram o direito suprimido pela violência. “Ao final do dia, todo mundo pode ver o programa favorito, abraçar um ente querido. O Moïse teve o direito suprimido, a família teve seu direito suprimido pelos réus, que com a sua violência escolheram estar ali”, disse o promotor. Ele lembrou ainda que, segundo a família, a vítima tinha uma relação de amor com o Brasil, a quem os parentes chamam de “segunda casa.” “A família veio para o Brasil encontrar a paz e aqui encontrou a violência e o ódio”, resumiu. Após a fase do debate, os jurados se reúnem para deliberar sobre a condenação ou absolvição dos réus. A decisão é tomada por maioria simples. A previsão é que a sentença saia ainda nesta sexta.

Mar 14, 2025 - 19:13
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Caso Moïse: família do congolês fica abalada após exibição de imagens inéditas apresentadas ao júri

No vídeo, um dos acusados aparece fazendo um sinal de hang loose, enquanto outro tira a foto com um celular. Imagens foram apresentadas ao júri popular pelo Ministério Público na tarde desta sexta (14). A família de Moïse Kabagambe, agredido e morto a pauladas em 2022, ficou abalada durante a exibição de imagens inéditas das agressões contra o congolês. As imagens foram apresentadas pela promotora Rita Madeira, do Grupo de Atuação Especializada em Júri (Gaejuri), do Ministério Público do Rio, ao júri popular na tarde desta sexta-feira (14). O vídeo mostra o momento em que dois acusados pelo crime tiram uma foto com Moïse, que estava imobilizado e sem reações. No vídeo, Brendon Santos, que não está sendo julgado nesta sexta feira, aparece fazendo um sinal de hang loose enquanto Fábio Pirineus, acusado de homicídio triplamente qualificado, tira a foto com um celular. Durante a exibição, familiares e amigos de Moïse se assustaram e disseram que nunca tinham visto o registro. A mãe de Moïse acompanha o julgamento. Ela chorou durante a exibição de um vídeo em homenagem ao filho. Moïse Kabamgabe Reprodução LEIA TAMBÉM: Acusado de morte de congolês pediu para dono do quiosque ocultar vídeos: 'Tem como cancelar a filmagem?' Mãe: ‘A gente atravessou o oceano para fugir da guerra, e ela nos pegou aqui no Brasil’ ‘A condenação será uma resposta do Brasil para a família’, diz irmão Júri retomado Começa o júri popular dos acusados da morte de Moïse O júri popular de 2 acusados pela morte de Moïse foi retomado na manhã desta sexta. Na quinta (13), foram ouvidas 6 testemunhas de acusação e defesa. Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca foram interrogados, mas responderam apenas às perguntas formuladas pelas suas defesas e dos jurados. O júri foi suspenso pouco depois das 23h30, após quase 13 horas de sessão. A expectativa da família de Moïse é que Alesson e Fábio sejam condenados por homicídio triplamente qualificado. Nesta sexta, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a assistência de acusação terão 2 horas e meia para apresentar suas alegações, assim como as defesas dos réus. Há possibilidade de réplica. O julgamento foi retomado às 10h15 com o MPRJ abrindo o debate. O promotor Bruno Bezerra citou as mais de 40 pauladas sofridas por Moïse e mostrou as imagens dos 13 minutos de agressão aos jurados. Ele afirmou que Moïse e sua família tiveram o direito suprimido pela violência. “Ao final do dia, todo mundo pode ver o programa favorito, abraçar um ente querido. O Moïse teve o direito suprimido, a família teve seu direito suprimido pelos réus, que com a sua violência escolheram estar ali”, disse o promotor. Ele lembrou ainda que, segundo a família, a vítima tinha uma relação de amor com o Brasil, a quem os parentes chamam de “segunda casa.” “A família veio para o Brasil encontrar a paz e aqui encontrou a violência e o ódio”, resumiu. Após a fase do debate, os jurados se reúnem para deliberar sobre a condenação ou absolvição dos réus. A decisão é tomada por maioria simples. A previsão é que a sentença saia ainda nesta sexta.