Brasil projeta safra recorde de grãos em 2025 e espera impacto sobre inflação e mercado interno
A produção agrícola brasileira deverá alcançar 328,3 milhões de toneladas em 2025, segundo estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um crescimento de 10,3% em comparação com o ciclo anterior. O levantamento foi publicado nesta semana e indica possível impacto sobre os preços internos de alimentos e o controle da inflação. […] O post Brasil projeta safra recorde de grãos em 2025 e espera impacto sobre inflação e mercado interno apareceu primeiro em O Cafezinho.

A produção agrícola brasileira deverá alcançar 328,3 milhões de toneladas em 2025, segundo estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O volume representa um crescimento de 10,3% em comparação com o ciclo anterior. O levantamento foi publicado nesta semana e indica possível impacto sobre os preços internos de alimentos e o controle da inflação.
Os dados apontam que a maior oferta de grãos pode contribuir para a redução dos preços de itens essenciais, com reflexos diretos sobre o custo de vida no país.
Segundo a Conab, o cenário positivo resulta de uma combinação de condições climáticas mais favoráveis, expansão da área plantada e uso ampliado de tecnologias agrícolas.
A cultura do arroz está entre os destaques da temporada. A área plantada atingirá 1,7 milhão de hectares, o maior nível em sete anos, com crescimento de 6,5% em relação ao ciclo anterior. A expectativa é que a produção alcance 12,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,3% em comparação com a safra de 2024.
“A tendência é de queda nos preços pagos aos produtores. Isso permitirá que os preços dos alimentos se mantenham em um patamar acessível aos consumidores brasileiros”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto, durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (9).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comentou os efeitos econômicos esperados com a safra de 2025. Ele relembrou que a produção agrícola no ano anterior foi comprometida por eventos climáticos extremos, como secas em diversas regiões e enchentes no estado do Rio Grande do Sul.
“Uma série de produtos que estão mais caros hoje terão seus preços reduzidos com a entrada da safra, que será muito expressiva. No ano passado não foi tão boa devido à seca em algumas regiões e à inundação no Rio Grande do Sul.
Isso afetou a produção de arroz, e o milho ficou caro, impactando o preço do frango e do ovo. Agora, com um cenário mais favorável, esperamos uma estabilização desses preços”, afirmou Haddad.
Além das condições climáticas, o avanço tecnológico adotado no campo tem sido apontado como um dos principais fatores que impulsionaram o crescimento da produção agrícola sem aumento proporcional nos custos de produção.
Empresas do setor têm investido em insumos de base biológica e soluções voltadas à saúde do solo e das plantas. A Fertsan, companhia sediada no Ceará e especializada em tecnologias agrícolas, é uma das que adotaram essa estratégia.
“As soluções baseadas em ingredientes naturais, como extratos de origem marinha, contribuem para plantas mais resistentes. E plantas mais saudáveis produzem mais, garantindo maior rentabilidade ao produtor e preços menores na mesa do brasileiro”, explicou Luiz Eugênio Pontes, diretor comercial da empresa.
Segundo Pontes, além do impacto sobre a produtividade, os insumos desenvolvidos têm menor efeito ambiental. “Esse tipo de insumo não compromete o meio ambiente e impacta positivamente a microbiota do solo”, disse.
A projeção de safra recorde também influencia expectativas de exportação e de receita no setor do agronegócio. A Conab ainda não divulgou a previsão de volume destinado ao mercado externo, mas analistas avaliam que a produção adicional poderá ser parcialmente absorvida por compradores internacionais, especialmente em um contexto de demanda global estável e estoques ajustados em outras regiões produtoras.
O relatório da Conab ressalta que, embora os números totais indiquem expansão, há variações entre culturas e regiões. O milho, a soja e o arroz concentram o maior crescimento em termos absolutos, enquanto outros grãos apresentam estabilidade ou variações menores. Estados como Mato Grosso, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul devem responder por grande parte do volume total colhido.
A consolidação desses resultados depende da manutenção das condições climáticas nos próximos meses. Técnicos da Conab alertam que variações inesperadas de temperatura e precipitação podem comprometer parte da safra, especialmente em fases mais sensíveis das lavouras.
O desempenho do setor agrícola brasileiro nos últimos anos tem mantido o país entre os maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos. A expectativa de uma safra recorde em 2025 reforça essa posição, ao mesmo tempo em que projeta efeitos internos sobre preços e abastecimento.
As autoridades econômicas acompanham os desdobramentos da colheita e seus efeitos sobre os índices de inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve considerar o impacto da nova safra em suas próximas decisões, especialmente em relação ao comportamento dos preços dos alimentos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A próxima atualização oficial sobre o andamento da safra está prevista para o mês de maio, com novos dados de campo e projeções por cultura e estado.
Se quiser, posso montar também um gráfico com a evolução da produção de grãos por ano ou um quadro com os principais cultivos por estado. Só avisar.
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