BPI estima encaixar mais de 95 milhões com venda de 15% do BFA
O BPI estima um encaixe acima de 95 milhões de euros com a venda de uma participação de 14,75% do angolano BFA na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), a ocorrer em julho. Com esta operação, o banco português espera “tranquilizar” as autoridades de supervisão que forçaram a venda. João Pedro Oliveira e […]


O BPI estima um encaixe acima de 95 milhões de euros com a venda de uma participação de 14,75% do angolano BFA na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), a ocorrer em julho. Com esta operação, o banco português espera “tranquilizar” as autoridades de supervisão que forçaram a venda.
João Pedro Oliveira e Costa revelou aos jornalistas que conta vender acima do preço com que a instituição financeira angolana está atualmente contabilizada no balanço do BPI – a participação de 48,1% estava avaliada em perto de 290 milhões de euros no final de março.
Ainda assim, o gestor frisou que o valor que o BPI vai encaixar com esta operação “não é importante”. “Era um desígnio estratégico, era uma imposição do supervisor”, explicou.
Após esta transação, o BPI manterá uma participação de cerca de 33% no BFA, com João Pedro Oliveira e Costa a sublinhar que quer manter um “poder de bloqueio” na estrutura do banco angolano, nomeadamente em relação a dividendos e outros aspetos da vida do banco. “É uma salvaguarda dos nossos direitos, razão pela qual fizemos um acordo verbal com o Estado angolano”. Além disso, a manutenção do banco português dá uma “garantia de estabilidade” aos investidores que entrarem no banco, destacou ainda.
Mas deixará o Banco Central Europeu (BCE) confortável? Oliveira e Costa acredita que sim, mas deixou a porta aberta para vender mais ações, caso o mercado esteja interessado.
“Acreditamos que haverá um patamar de conforto com esta nossa participação, o que nos vai dar — é uma expectativa minha, não falei com ninguém — para pensar no futuro e nas opções que temos de uma forma mais tranquila”, disse.
O CEO do BPI adiantou que não houve conversas com o Estado angolano – o outro acionista – sobre a redução da participação após o IPO. Mas admitiu esse cenário: “Vamos ver como o mercado aceita, se houver apetite para mais, analisaremos”.
Segundo João Pedro Oliveira e Costa, o processo do IPO está a decorrer “muito bem”, seguindo o calendário definido.
“Estamos a falar de uma das melhores instituições financeiras do continente africano. (…) Não temos tido surpresas negativas em termos de crédito ou de indicadores de risco. O ativo é muito bom”, disse.
Em relação ao moçambicano BCI, que teve um impacto negativo de 17 milhões de euros, João Pedro Oliveira e Costa avançou que as opções a seguir serão tomadas com “uma grande ponderação” e todos os stakeholders alinhados, mas ressalvou que “não é o momento para criar qualquer dúvida ou questão” em relação ao banco moçambicano. “A nossa posição em relação ao BCI é estável”.
O BPI registou lucros de 137 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, menos 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
(notícia atualizada às 13h31)