Boa gestão financeira ajuda na sobrevivência dos pequenos negócios

de controle financeiro. Juliana da Costa sempre teve um tino natural para vendas, mas na hora de realizar sua gestão financeira, contou com o Sebrae para crescer. Acervo pessoal A história da empreendedora Juliana Berenice da Costa, de 53 anos, é inspiradora. Enquanto empregada doméstica, complementou a renda vendendo lingeries e bolos até ver um anúncio de uma loja de lingerie à venda e comentar com seus patrões. O resultado? Negócio fechado e um convite para ser sócia. Assim, nascia, em 2006, no centro de Campo Bom (RS), a Charme Lingerie Moda Praia. Dali em diante, Juliana assumiu o atendimento ao cliente, a gestão financeira e aprimorou sua maior habilidade: vender. Quatro anos depois, a sociedade se desfez e ela se viu sozinha. Sentiu medo por ter baixa escolaridade e considerou fechar as portas. Assim como a gaúcha, muitos empreendedores enfrentam desafios logo nos primeiros anos. A taxa de sobrevivência dos pequenos negócios após três anos de existência, segundo a última pesquisa do Sebrae, é de 67,9%. Nesse sentido, uma boa gestão financeira proporciona uma base sólida para a estabilidade e o crescimento sustentável do negócio. Essa foi a busca da empreendedora ao se aliar a uma entidade de comércio local e, ali, ela foi apresentada ao Sebrae. Com essa parceria, Juliana realizou cursos de gestão, vitrinismo e precificação. Além de lingeries e moda praia, o estabelecimento de Juliana também comercializa moda fitness, sleepwear e possui até um sex shop privativo. Acervo pessoal Em 2024, diante dos impactos da enchente no Rio Grande do Sul, Juliana buscou um empréstimo pelo Cressol e obteve R$ 50 mil, para o qual o Sebrae foi avalista por meio do Fundo de Aval à Micro e Pequena Empresa (FAMPE). Com um ano de carência para iniciar os pagamentos, o acesso ao crédito foi fundamental para a sobrevivência do seu negócio. Valdir Oliveira, gerente de capitalização e serviços financeiros do Sebrae Nacional, explica que a atuação da instituição tem sido decisiva para os empreendedores. “O Desenrola Pequenos Negócios oportunizou, em 2024, a renegociação de dívidas na ordem de R$ 1,6 bilhão, com descontos entre 40% e 90%. Além disso, o Sebrae, por meio do FAMPE, ampliou em 70% o volume de crédito concedido em relação a 2023, viabilizando a garantia complementar e facilitando o acesso dos pequenos negócios a financiamentos bancários.” Com esse respiro financeiro, Juliana conseguiu fazer cursos, manter as contas em dia, comprar à vista com fornecedores e contratar uma profissional de marketing. Hoje seu e-commerce opera pelo Instagram e pelo WhatsApp e sua presença nas redes sociais cresce. "Mais uma vez, através do Sebrae, eu tive apoio, e isso para mim tem muito valor." Emocionada, ela reforça a todo instante o apoio incondicional dos três filhos, Guilherme, Thainá e Giovanna – que sempre a impulsionaram a continuar. Confira mais detalhes da história dela. Doçura no Cerrado "A porta que o Sebrae me abriu na questão financeira foi um divisor de águas", destaca Marlene Marques do Nascimento, de 57 anos, empreendedora da Cacau Candango. Nascida em Ponte Alta Norte, a brasiliense se aposentou da Secretaria de Saúde do Distrito Federal em 2020, após anos dedicados à enfermagem e à fisioterapia. No ano seguinte, com o desejo de empreender, encontrou na produção de cacau e chocolates uma oportunidade. Ela já tinha algumas mudas de cacau na chácara onde mora e as viu desenvolver sem muito esforço. Feliz com essa descoberta, junto ao esposo, José Gonçalves – que tem formação na área de agronomia – decidiu estudar sobre o cultivo em estados referência: Bahia e Espírito Santo. Mesmo localizados numa região considerada imprópria para esse tipo de plantação, o Cerrado, começaram o empreendimento familiar com a participação dos filhos, uma sobrinha e uma irmã. “Meu primeiro chocolate saiu roxinho, da cor do açaí”, relembra Marlene, que, sem conhecimento técnico na época, hoje ri diante do que domina. Naquele tempo, Marlene já se organizava bem, mas anotava todas as finanças em um caderno e não tinha uma visão ampla da saúde financeira do negócio. A virada veio através do curso Empretec, conhecido através de uma feira de empreendedores. “O Sebrae sempre esteve de portas abertas. Quando fui exposta a um novo conhecimento, senti que estava muito aquém do que eu precisava. Quando passei a jogar os dados numa planilha, tive visão do todo e entendi: gestão financeira vai além do fluxo de caixa.” Com a capacitação adquirida, Marlene foi atrás de mais. Assim, fez cursos de gestão financeira, precificação e marketing digital, conseguindo organizar melhor o negócio, contratar um contador e separar as questões familiares da empresa. O sonho de Marlene é consolidar a Cacau Candango na economia local, gerando empregos e estimulando o consumo consciente. Acervo pessoal Hoje, a produtora de cacau sabe exatamente a quantidade de chocolates produzidos e reinveste continuamente os lucros na estruturação da fábrica definitiva da Cacau Canda

Abr 22, 2025 - 22:17
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Boa gestão financeira ajuda na sobrevivência dos pequenos negócios

de controle financeiro. Juliana da Costa sempre teve um tino natural para vendas, mas na hora de realizar sua gestão financeira, contou com o Sebrae para crescer. Acervo pessoal A história da empreendedora Juliana Berenice da Costa, de 53 anos, é inspiradora. Enquanto empregada doméstica, complementou a renda vendendo lingeries e bolos até ver um anúncio de uma loja de lingerie à venda e comentar com seus patrões. O resultado? Negócio fechado e um convite para ser sócia. Assim, nascia, em 2006, no centro de Campo Bom (RS), a Charme Lingerie Moda Praia. Dali em diante, Juliana assumiu o atendimento ao cliente, a gestão financeira e aprimorou sua maior habilidade: vender. Quatro anos depois, a sociedade se desfez e ela se viu sozinha. Sentiu medo por ter baixa escolaridade e considerou fechar as portas. Assim como a gaúcha, muitos empreendedores enfrentam desafios logo nos primeiros anos. A taxa de sobrevivência dos pequenos negócios após três anos de existência, segundo a última pesquisa do Sebrae, é de 67,9%. Nesse sentido, uma boa gestão financeira proporciona uma base sólida para a estabilidade e o crescimento sustentável do negócio. Essa foi a busca da empreendedora ao se aliar a uma entidade de comércio local e, ali, ela foi apresentada ao Sebrae. Com essa parceria, Juliana realizou cursos de gestão, vitrinismo e precificação. Além de lingeries e moda praia, o estabelecimento de Juliana também comercializa moda fitness, sleepwear e possui até um sex shop privativo. Acervo pessoal Em 2024, diante dos impactos da enchente no Rio Grande do Sul, Juliana buscou um empréstimo pelo Cressol e obteve R$ 50 mil, para o qual o Sebrae foi avalista por meio do Fundo de Aval à Micro e Pequena Empresa (FAMPE). Com um ano de carência para iniciar os pagamentos, o acesso ao crédito foi fundamental para a sobrevivência do seu negócio. Valdir Oliveira, gerente de capitalização e serviços financeiros do Sebrae Nacional, explica que a atuação da instituição tem sido decisiva para os empreendedores. “O Desenrola Pequenos Negócios oportunizou, em 2024, a renegociação de dívidas na ordem de R$ 1,6 bilhão, com descontos entre 40% e 90%. Além disso, o Sebrae, por meio do FAMPE, ampliou em 70% o volume de crédito concedido em relação a 2023, viabilizando a garantia complementar e facilitando o acesso dos pequenos negócios a financiamentos bancários.” Com esse respiro financeiro, Juliana conseguiu fazer cursos, manter as contas em dia, comprar à vista com fornecedores e contratar uma profissional de marketing. Hoje seu e-commerce opera pelo Instagram e pelo WhatsApp e sua presença nas redes sociais cresce. "Mais uma vez, através do Sebrae, eu tive apoio, e isso para mim tem muito valor." Emocionada, ela reforça a todo instante o apoio incondicional dos três filhos, Guilherme, Thainá e Giovanna – que sempre a impulsionaram a continuar. Confira mais detalhes da história dela. Doçura no Cerrado "A porta que o Sebrae me abriu na questão financeira foi um divisor de águas", destaca Marlene Marques do Nascimento, de 57 anos, empreendedora da Cacau Candango. Nascida em Ponte Alta Norte, a brasiliense se aposentou da Secretaria de Saúde do Distrito Federal em 2020, após anos dedicados à enfermagem e à fisioterapia. No ano seguinte, com o desejo de empreender, encontrou na produção de cacau e chocolates uma oportunidade. Ela já tinha algumas mudas de cacau na chácara onde mora e as viu desenvolver sem muito esforço. Feliz com essa descoberta, junto ao esposo, José Gonçalves – que tem formação na área de agronomia – decidiu estudar sobre o cultivo em estados referência: Bahia e Espírito Santo. Mesmo localizados numa região considerada imprópria para esse tipo de plantação, o Cerrado, começaram o empreendimento familiar com a participação dos filhos, uma sobrinha e uma irmã. “Meu primeiro chocolate saiu roxinho, da cor do açaí”, relembra Marlene, que, sem conhecimento técnico na época, hoje ri diante do que domina. Naquele tempo, Marlene já se organizava bem, mas anotava todas as finanças em um caderno e não tinha uma visão ampla da saúde financeira do negócio. A virada veio através do curso Empretec, conhecido através de uma feira de empreendedores. “O Sebrae sempre esteve de portas abertas. Quando fui exposta a um novo conhecimento, senti que estava muito aquém do que eu precisava. Quando passei a jogar os dados numa planilha, tive visão do todo e entendi: gestão financeira vai além do fluxo de caixa.” Com a capacitação adquirida, Marlene foi atrás de mais. Assim, fez cursos de gestão financeira, precificação e marketing digital, conseguindo organizar melhor o negócio, contratar um contador e separar as questões familiares da empresa. O sonho de Marlene é consolidar a Cacau Candango na economia local, gerando empregos e estimulando o consumo consciente. Acervo pessoal Hoje, a produtora de cacau sabe exatamente a quantidade de chocolates produzidos e reinveste continuamente os lucros na estruturação da fábrica definitiva da Cacau Candango. Hoje conta com seis pontos de venda regionais e vendas ativas pelo WhatsApp. Marlene também conseguiu realizar um sonho através da organização financeira: fazer da sua produção de cacau um braço para o turismo local, contando a história desde a amêndoa até a degustação do chocolate. "Essa parceria faz a gente acreditar mais ainda no trabalho da gente, e esse suporte que o Sebrae dá pra nós impulsiona mesmo a continuar e ver que estamos no caminho certo. De mãos dadas, tudo é possível!" O sonho de produzir chocolates exclusivamente com matéria-prima própria está cada vez mais próximo de se tornar realidade, Marlene. Como virar a chave financeira no seu negócio? O comportamento do empreendedor brasileiro com relação às finanças ainda caminha devagar. Segundo Valdir Oliveira, grande parte disso se deve à elevada carga tributária e às faltas de previsibilidade e planejamento, que são recorrentes. No entanto, para ajudar a reverter esse quadro, o especialista apresenta a Planejadora Sebrae: uma ferramenta para realizar diagnósticos como esse gratuitamente. “Após a inclusão de algumas informações financeiras do negócio por lá, é possível ter um retrato dos principais indicadores como lucro e prejuízos, lucratividade e rentabilidade, retorno sobre o investimento, necessidade de capital de giro, além de uma visão de longo prazo com uma projeção do fluxo de caixa e uma análise da capacidade de pagamento que a empresa apresenta.” Muitos ainda acreditam que tomar crédito em um momento adverso nas finanças seja a melhor saída, mas o especialista alerta: “Crédito é como remédio: quando aplicado na posologia certa, salva o paciente; mas se for aplicado na posologia errada, pode colocar sua vida em risco”. A dica de Valdir para saber a hora certa de recorrer a esse recurso é ter objetivos claros, afinal o crédito deve atender a necessidades específicas – como ajustar o fluxo de caixa, alavancar vendas ou fazer investimentos. “Usar a linha de crédito errada para um investimento, por exemplo, pode comprometer a operação devido a prazos e taxas incompatíveis. Por isso, contar com a orientação de um especialista, como a oferecida pelo Sebrae, é crucial para evitar decisões por intuição e garantir que o crédito seja utilizado da maneira correta”, completa. Veja a relação da situação financeira com a sobrevivência das empresas e confira mais dicas. Tenha metas financeiras! “Sem metas, fica difícil medir o sucesso”, diz Eduardo Curado. Divulgação Saiba como fazer uma boa gestão financeira com os cursos do Sebrae Gestão Financeira, o campeão em inscrições. Precificação, indispensável e, como lemos, aprovado pelas empreendedoras Juliana e Marlene. Financiamentos para empreendedores, como ter acesso a crédito para o seu negócio. UP Digital Finanças, aulas on-line e ao vivo com tutoria personalizada. Ferramentas do Sebrae para ajudar no dia a dia PNBOX, tudo o que você precisa para montar seu plano de negócio. Calculadora Sebrae, entenda seu capital de giro, fluxo de caixa, capacidade para tomada de crédito e mais. Fluxo de caixa descomplicado, registre entradas e saídas, visualize seu saldo atual e ganhe visão clara dos seus compromissos financeiros.