Aumento dos preços na habitação deve ser contrariado por aceleração na habitação pública, diz comité europeu

O Comité Económico e Social Europeu chegou à conclusão que a construção de habitação pública acessível aos jovens deve ser grande parte da solução. Face ao aumento generalizado do custo de vida, os transportes públicos e as energias verdes também devem entrar no plano, sublinha o órgão consultivo da UE.

Mai 2, 2025 - 19:30
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Aumento dos preços na habitação deve ser contrariado por aceleração na habitação pública, diz comité europeu

Perante um contexto de aumento generalizado do custo de vida na Europa, os países devem investir em habitação pública, nos meios de transporte públicos e nas energias renováveis, de forma a baixar os custos deste tipo de bens e serviços. Em causa está uma crise “alarmante”.

A conclusão é do Comité Económico e Social Europeu (CESE), um órgão consultivo da União Europeia que emite pareceres dirigidos às outras instituições da UE. Num relatório enviado às redações esta segunda-feira, são citados os dados de outubro de 2024 que indicam uma subida de 3% nas rendas e 2,9% nos preços das casas.

Os responsáveis salientam ainda que aqueles valores subiram “significativamente mais” do que o rendimento médio disponível. Assim sendo, o CESE acredita que o investimento público na construção de habitação a custos justos “deveria ser uma prioridade”.

Ao mesmo tempo, salienta que “simplificar regras, assim como investigação e inovação podem acelerar a construção”, além de deixar claro que os jovens devem ser o grande foco destas medidas. “São grandemente afetados pelos altos custos”, acrescenta-se.

Transportes e energia são outras vertentes que merecem atenção

Outro capítulo do relatório diz respeito aos transportes. Neste âmbito, o transporte público “desempenha um papel crucial em garantir mobilidade acessível, universal e de alta qualidade”, pelo que são necessários “investimentos ecológicos e sociais em multimodalidade e interconexões”.

No que diz respeito à energia, o CESE quer ver acelerada a expansão de redes de energia renovável, mediante “processos de concessão de licenças mais rápidos e simplificados”. O mesmo comité mostra-se favorável ao desenvolvimento de redes transversais aos Estados-membros da UE, enquanto “infraestruturas críticas”.

No mesmo documento, destaca-se ainda a pobreza no que respeita a estes dois setores, que se diz estar associada, numa altura em que condiciona a vida de um número crescente de cidadãos europeus.