Astronautas 'presos' no espaço voltam à Terra após 9 meses; saiba tudo sobre a missão em 10 tópicos
Depois de meses na Estação Espacial, os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore enfim voltaram à Terra. Resgatados pela Dragon Freedom, da SpaceX, eles pousaram no mar na costa da Flórida no começo da noite desta terça-feira (18), junto com a missão Crew-9. Os astronautas da Nasa Butch Wilmore e Suni Williams posam no módulo Harmony da ISS ao lado da cápsula Starliner, em 13 de junho de 2024. Nasa Depois de muita expectativa, os astronautas "presos" no espaço Suni Williams e Butch Wilmore finalmente retornaram à Terra. No começo da noite desta terça-feira (18), a cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, pousou nas águas do Golfo do México, próximo a Tallahassee, na Flórida, num processo chamado amerissagem – o pouso controlado de um veículo espacial no mar. A missão que deveria durar apenas oito dias se estendeu por impressionantes nove meses, totalizando 286 dias na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) devido a problemas técnicos na cápsula Starliner, da Boeing, que originalmente deveria tê-los trazido de volta em junho de 2024. A esperada volta para casa começou oficialmente. Depois de uma missão que deveria durar oito dias, mas se estendeu por nove meses, os astronautas "presos" no espaço Suni Williams e Butch Wilmore estão finalmente a caminho da Terra (relembre o caso a seguir). Apesar do longo período no espaço, essa não foi a permanência mais longa já registrada. As missões da ISS duram, em média, seis meses, mas o astronauta Frank Rubio detém o recorde da Nasa com 371 dias seguidos em órbita. Antes disso, o cosmonauta Valeri Polyakov passou 437 dias na estação russa Mir entre 1994 e 1995, estabelecendo o recorde mundial considerando missões da Nasa e da Roscosmos, a agência espacial russa. Cápsula com astronautas que ficaram 9 meses no espaço pousa no mar. Reprodução/Nasa Com o retorno da Starliner adiado indefinidamente, a solução encontrada foi embarcar Williams e Wilmore na cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, que desacoplou da ISS na madrugada desta terça-feira. A bordo também estavam os astronautas Nick Hague e o cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov, integrantes da missão Crew-9. O trajeto de volta incluiu várias fases críticas: o desacoplamento da estação, uma série de manobras orbitais para posicionar a cápsula corretamente, a queima de reentrada que desacelerou a nave, e finalmente a descida controlada até o oceano usando paraquedas. Todo o processo de retorno durou aproximadamente 17 horas, desde o fechamento da escotilha até a amerissagem nas águas da costa da Flórida. Com a missão, Williams, engenheira e ex-oficial da Marinha dos EUA, acumulou 322 dias no espaço e detém o recorde feminino de nove caminhadas espaciais. Já Wilmore, piloto e engenheiro elétrico, possui mais de 8 mil horas de voo e já participou de duas missões espaciais. Durante a longa espera, ambos seguiram trabalhando na ISS, auxiliando em pesquisas científicas e tarefas de manutenção. A cápsula Dragon Freedom é vista em órbita sobre o Canadá se aproximando da ISS, em registro de 29 de setembro de 2024. NASA Johnson Abaixo, entenda em 10 tópicos os principais acontecimentos, desafios e conquistas dessa missão espacial, que manteve os dois astronautas em órbita por mais de 9 meses. Por que a cápsula da Boeing não trouxe os astronautas de volta? Quem são os astronautas que retornaram? Quanto tempo eles ficaram no espaço? Como eles finalmente voltaram para a Terra? Quais desafios eles enfrentaram durante essa estadia prolongada? Em quais pesquisas eles trabalharam enquanto esperavam? Como essa missão se compara a outras estadias longas no espaço? Quais são os riscos de ficar tanto tempo no espaço? O que acontece agora com a cápsula Starliner? O que isso significa para futuras missões espaciais? Astronautas 'presos' no espaço começam volta à Terra 1. Por que a cápsula da Boeing não trouxe os astronautas de volta? Williams e Wilmore deveriam passar apenas uma semana no espaço, mas diversos problemas surgiram logo após o lançamento da Starliner, em 5 de junho de 2024. No dia seguinte, cinco dos 28 propulsores que controlam a movimentação da cápsula falharam, atrasando a acoplagem na estação espacial em quase uma hora. Quatro voltaram a funcionar, permitindo a chegada dos astronautas, mas a Nasa abriu uma investigação. Além das falhas nos propulsores, vazamentos de hélio levantaram dúvidas sobre a capacidade da espaçonave de trazê-los de volta. Por segurança, a Nasa decidiu então retornar a cápsula vazia à Terra, deixando-os sem transporte. O resgate demorou tanto que a agência optou por transferi-los para um novo veículo da SpaceX. A decisão da volta pela empresa do bilionário Elon Musk foi tomada pela Nasa e discutida com a Boeing. A escolha da agência pela SpaceX para trazer os astronautas de volta é uma das mais importantes nos últimos anos. A expectativa, contudo, era que eles chegassem à Terra em fevereiro, mas um novo atraso empurrou a volta para março. A longa permanência da dupla na estação esp


Depois de meses na Estação Espacial, os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore enfim voltaram à Terra. Resgatados pela Dragon Freedom, da SpaceX, eles pousaram no mar na costa da Flórida no começo da noite desta terça-feira (18), junto com a missão Crew-9. Os astronautas da Nasa Butch Wilmore e Suni Williams posam no módulo Harmony da ISS ao lado da cápsula Starliner, em 13 de junho de 2024. Nasa Depois de muita expectativa, os astronautas "presos" no espaço Suni Williams e Butch Wilmore finalmente retornaram à Terra. No começo da noite desta terça-feira (18), a cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, pousou nas águas do Golfo do México, próximo a Tallahassee, na Flórida, num processo chamado amerissagem – o pouso controlado de um veículo espacial no mar. A missão que deveria durar apenas oito dias se estendeu por impressionantes nove meses, totalizando 286 dias na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) devido a problemas técnicos na cápsula Starliner, da Boeing, que originalmente deveria tê-los trazido de volta em junho de 2024. A esperada volta para casa começou oficialmente. Depois de uma missão que deveria durar oito dias, mas se estendeu por nove meses, os astronautas "presos" no espaço Suni Williams e Butch Wilmore estão finalmente a caminho da Terra (relembre o caso a seguir). Apesar do longo período no espaço, essa não foi a permanência mais longa já registrada. As missões da ISS duram, em média, seis meses, mas o astronauta Frank Rubio detém o recorde da Nasa com 371 dias seguidos em órbita. Antes disso, o cosmonauta Valeri Polyakov passou 437 dias na estação russa Mir entre 1994 e 1995, estabelecendo o recorde mundial considerando missões da Nasa e da Roscosmos, a agência espacial russa. Cápsula com astronautas que ficaram 9 meses no espaço pousa no mar. Reprodução/Nasa Com o retorno da Starliner adiado indefinidamente, a solução encontrada foi embarcar Williams e Wilmore na cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, que desacoplou da ISS na madrugada desta terça-feira. A bordo também estavam os astronautas Nick Hague e o cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov, integrantes da missão Crew-9. O trajeto de volta incluiu várias fases críticas: o desacoplamento da estação, uma série de manobras orbitais para posicionar a cápsula corretamente, a queima de reentrada que desacelerou a nave, e finalmente a descida controlada até o oceano usando paraquedas. Todo o processo de retorno durou aproximadamente 17 horas, desde o fechamento da escotilha até a amerissagem nas águas da costa da Flórida. Com a missão, Williams, engenheira e ex-oficial da Marinha dos EUA, acumulou 322 dias no espaço e detém o recorde feminino de nove caminhadas espaciais. Já Wilmore, piloto e engenheiro elétrico, possui mais de 8 mil horas de voo e já participou de duas missões espaciais. Durante a longa espera, ambos seguiram trabalhando na ISS, auxiliando em pesquisas científicas e tarefas de manutenção. A cápsula Dragon Freedom é vista em órbita sobre o Canadá se aproximando da ISS, em registro de 29 de setembro de 2024. NASA Johnson Abaixo, entenda em 10 tópicos os principais acontecimentos, desafios e conquistas dessa missão espacial, que manteve os dois astronautas em órbita por mais de 9 meses. Por que a cápsula da Boeing não trouxe os astronautas de volta? Quem são os astronautas que retornaram? Quanto tempo eles ficaram no espaço? Como eles finalmente voltaram para a Terra? Quais desafios eles enfrentaram durante essa estadia prolongada? Em quais pesquisas eles trabalharam enquanto esperavam? Como essa missão se compara a outras estadias longas no espaço? Quais são os riscos de ficar tanto tempo no espaço? O que acontece agora com a cápsula Starliner? O que isso significa para futuras missões espaciais? Astronautas 'presos' no espaço começam volta à Terra 1. Por que a cápsula da Boeing não trouxe os astronautas de volta? Williams e Wilmore deveriam passar apenas uma semana no espaço, mas diversos problemas surgiram logo após o lançamento da Starliner, em 5 de junho de 2024. No dia seguinte, cinco dos 28 propulsores que controlam a movimentação da cápsula falharam, atrasando a acoplagem na estação espacial em quase uma hora. Quatro voltaram a funcionar, permitindo a chegada dos astronautas, mas a Nasa abriu uma investigação. Além das falhas nos propulsores, vazamentos de hélio levantaram dúvidas sobre a capacidade da espaçonave de trazê-los de volta. Por segurança, a Nasa decidiu então retornar a cápsula vazia à Terra, deixando-os sem transporte. O resgate demorou tanto que a agência optou por transferi-los para um novo veículo da SpaceX. A decisão da volta pela empresa do bilionário Elon Musk foi tomada pela Nasa e discutida com a Boeing. A escolha da agência pela SpaceX para trazer os astronautas de volta é uma das mais importantes nos últimos anos. A expectativa, contudo, era que eles chegassem à Terra em fevereiro, mas um novo atraso empurrou a volta para março. A longa permanência da dupla na estação espacial ganhou ainda mais atenção em janeiro, quando o ex-presidente Donald Trump pediu a Elon Musk que adiantasse o retorno dos astronautas e responsabilizou o governo Biden pelo atraso. Com isso, a substituição da equipe que assumiu o posto de Williams e Wilmore também foi afetada. A nova cápsula da SpaceX não ficou pronta a tempo, e a empresa acabou usando uma já testada em voos anteriores, o que acelerou o processo em algumas semanas. Mas mesmo em meio à pressão política, Wilmore e Williams mantiveram um discurso equilibrado. Em transmissões ao vivo da estação espacial, evitaram polêmicas e reforçaram a confiança nas decisões da agência espacial. "'Para mim, isso não teve nada a ver com política", afirmou Wilmore em uma coletiva há duas semanas. A cápsula Starliner da Boeing é vista acoplando à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Nasa 2. Quem são os astronautas que retornaram? Suni Williams, 59, cresceu em Needham, no estado norte-americano do Massachusetts, onde foi nadadora e corredora antes de seguir carreira na Nasa. Veterana da Marinha, ela serviu em esquadrões de helicópteros de combate antes de virar astronauta em 1998. Já Butch Wilmore, 62, jogou futebol americano no ensino médio e na faculdade no Tennessee antes de também entrar para a Marinha. Ao todo, ele acumulou 663 pousos em porta-aviões antes de ser recrutado pela Nasa em 2000. Ambos já tinham duas missões espaciais quando se voluntariaram para o primeiro voo tripulado da cápsula Starliner. Os dois astronautas retornaram à Terra acompanhados pelo astronauta da Nasa Nick Hague e pelo cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov. A missão de resgate se materializou quando Hague e Gorbunov chegaram à estação espacial em setembro em uma cápsula Dragon da SpaceX. Originalmente planejada para quatro tripulantes, a Nasa tomou a decisão estratégica de enviar apenas dois, deixando assim espaços vazios para acomodar Williams e Wilmore no retorno. Após a chegada da equipe de resgate, Butch e Suni foram oficialmente incorporados à Crew-9, retornando juntos com seus outros tripulantes. A missão marcou a estreia espacial de Gorbunov, enquanto Hague já contava com uma experiência prévia de 203 dias na estação espacial em 2019. Os astronautas da Crew-9 posam na Estação Espacial Internacional. À esquerda, Butch Wilmore e Suni Williams, que estão há nove meses no espaço. Com eles, Nick Hague e o cosmonauta Aleksandr Gorbunov. Nasa 3. Quanto tempo eles ficaram no espaço? Ao retornarem à Terra, Wilmore e Williams acumularam 286 dias no espaço - período mais longo que as habituais missões de seis meses na ISS, porém uma taxa bem inferior ao recorde americano de Frank Rubio. Rubio permaneceu continuamente por 371 dias orbitando nosso planeta até 2023, quando um vazamento de líquido refrigerante numa nave russa acelerou seu retorno. Já Hague e Gorbunov, por sua vez, terão passado 171 dias em órbita desde que partiram em setembro passado a bordo da Dragon Freedom. 4. Como eles finalmente voltaram para a Terra? No domingo, como parte da missão Crew-10, a cápsula Dragon Endurance, também da SpaceX, chegou à ISS após uma viagem de aproximadamente 29 horas. A missão foi comandada pela astronauta norte-americana Anne McClain, com Nichole Ayers como pilota, além do japonês Takuya Onishi e do cosmonauta russo Kirill Peskov como especialistas. Eles substituíram a tripulação da Crew-9. A chegada da nova equipe marcou um momento crucial para as operações contínuas da estação espacial, mas essa NÃO foi a mesma nave que trouxe os astronautas da Starliner de volta à Terra. A Dragon Endurance apenas transportou uma nova tripulação para a ISS. Já a Dragon Freedom foi que realizou o retorno de Williams, Wilmore e dos outros dois astronautas da Crew-9 ao nosso planeta. Agora, a Endurance permanece acoplada à estação. A agência espacial americana informou inclusive que a Crew-10 conduzirá mais de 200 experimentos científicos e demonstrações tecnológicas durante sua missão, visando ajudar os humanos a eventualmente explorarem o espaço profundo. Trajetória da cápsula Dragon Freedom. Arte/g1 LEIA TAMBÉM: Peixe com 'pintura facial' ganha nome inspirado em personagem do Studio Ghibli Aurora em forma de beija-flor é escolhida como 'imagem do dia' pela Nasa; veja FOTO Amizade, aliança, romance – não importa como você chame, mas o amor de Davi por Jônatas é um dos mais belos da Bíblia Cápsula Dragon Endurance, da SpaceX, chega à Estação Espacial Internacional 5. Quais desafios eles enfrentaram durante essa estadia prolongada? Apesar do tempo extra na órbita terrestre, os astronautas garantem que não se sentiram desamparados.. "Não estamos presos", afirmou Williams à imprensa americana enquanto ainda estava na ISS. "Obviamente, há muita discussão sobre isso, então talvez algumas pessoas pensem assim, mas fazemos parte de um processo maior". Da mesma forma, quando questionado sobre as dificuldades de permanecer no espaço além do previsto, sem suprimentos adicionais, Wilmore minimizou qualquer problema. "Nós decolamos com menos roupas, se é que se pode dizer assim, e isso foi intencional," relatou. "Trouxemos alguns equipamentos extras que a estação espacial necessitava. Então, abrimos mão de algumas de nossas roupas, já que só ficaríamos aqui por cerca de uma semana. Mas nos adaptamos. Honestamente, não foi grande coisa. O programa da estação espacial planeja para múltiplas contingências". Ao longo da missão, eles também encontraram maneiras de manter a rotina e celebrar momentos importantes. No espaço, comemoraram o Dia de Ação de Graças, o Natal e até votaram na eleição presidencial de 2024. 6. Em quais pesquisas eles trabalharam enquanto esperavam? Enquanto aguardavam o retorno à Terra, Suni Williams e Butch Wilmore não ficaram ociosos. Eles se dedicaram intensamente ao estudo do cultivo de plantas no espaço e buscaram soluções para um dos maiores desafios da agricultura espacial: como fornecer água e nutrientes adequados sem a força da gravidade. Este trabalho é fundamental, uma vez que as missões espaciais continuam se expandindo para além da órbita terrestre, em direção à Lua e, eventualmente, a Marte. Durante sua permanência na estação espacial, a dupla também testou diferentes técnicas que poderiam beneficiar o crescimento de cultivos e exploraram como propriedades físicas dos fluidos — tensão superficial, umidade e geometria do sistema — poderiam superar a ausência de gravidade para hidratar plantas, o que pode impulsionar o desenvolvimento de sistemas hidropônicos para futuras viagens espaciais. A pesquisa visa garantir que astronautas em longas missões possam produzir seu próprio alimento fresco. Além disso, Wilmore trabalhou com o chamado sistema Veggie, instalando um medidor de luz no dispositivo para ajustar as configurações de iluminação. Este sistema já permitiu que tripulações anteriores cultivassem vegetais frescos e até flores na estação espacial, proporcionando alimentos nutritivos e melhorando o bem-estar psicológico dos astronautas. O astronauta da Nasa Butch Wilmore instala um medidor de luz no laboratório Veggie para ajustar a iluminação em um experimento com plantas. Nasa 7. Como essa missão se compara a outras estadias longas no espaço? Embora a permanência prolongada de Wilmore e Williams na Estação Espacial Internacional tenha surpreendido muitos, ela está longe de estabelecer um novo recorde. As missões regulares na ISS costumam durar cerca de seis meses, período bem inferior ao que os astronautas "presos" vivenciaram. O astronauta Frank Rubio, por exemplo, superou essa marca ao permanecer 371 dias consecutivos em órbita, estabelecendo o recorde atual da Nasa para uma única missão espacial, do qual retornou em setembro do ano passado. Olhando além das fronteiras americanas, o título mundial de permanência contínua pertence ao cosmonauta Valeri Polyakov, que viveu 437 dias na estação russa Mir entre 1994 e 1995. Ou seja, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, Wilmore e Williams ainda estiveram longe deste marco histórico. Na sequência dos recordistas da Nasa para missões contínuas, encontram-se Mark Vande Hei com 355 dias, Scott Kelly com 340 dias e Christina Koch, que permaneceu 328 dias no espaço. 8. Quais são os riscos de ficar tanto tempo no espaço? Sem a força gravitacional da Terra, o corpo humano passa por mudanças significativas. Uma das alterações mais evidentes ocorre nos nossos ossos e músculos. Em um ambiente de microgravidade (uma gravidade muito fraca, onde pessoas e objetos parecem flutuar, como no espaço), os ossos perdem cerca de 1,5% de sua densidade a cada mês, ou seja, ficam mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Isso acontece porque, sem o peso constante do corpo pressionando contra o solo, o organismo "entende" que não precisa manter estruturas ósseas tão resistentes. "É como se o corpo dissesse: 'Por que manter toda essa estrutura se não estou usando?'", explica a Nasa. Fora isso, os músculos também sofrem uma deterioração acelerada no espaço. Sem o esforço constante contra a gravidade, eles tendem a atrofiar rapidamente. Infográfico mostra o que acontece no corpo de astronautas há tanto tempo no espaço Arte/g1 Justamente por causa disso, os astronautas seguem rotinas rigorosas de exercícios durante toda missão, com treinamentos aeróbicos e de resistência para minimizar essas perdas. Segundo a Nasa, os astronautas devem se exercitar por aproximadamente 2,5 horas por dia quando estão no espaço para reduzir os efeitos da gravidade zero em seus ossos e músculos. Para isso, a agência desenvolveu máquinas especializadas para que os astronautas façam seus treinos diários. Um dos exercícios tradicionais é corrida em esteira -- cerca de uma hora do regime de exercícios é gasta no equipamento. Mas além da esteira, os astronautas também têm à disposição um sistema de levantamento de peso e uma máquina de ciclismo. 9. O que acontece agora com a cápsula Starliner da Boeing? O fracasso da Starliner expõe fragilidades da Boeing no programa de transporte para a ISS, que recebeu cerca de R$ 21 bilhões da Nasa desde 2014, mas acumulou atrasos. Mas enquanto a empresa segue no programa lunar da agência, o futuro da Starliner é incerto. A Boeing já acumulou cerca de R$ 8 bilhões em custos extras para lidar com atrasos e falhas no programa, e novos ajustes serão necessários antes que a cápsula possa voar novamente. 10. O que isso significa para futuras missões espaciais? Antes dessa decisão, a Nasa planejava lançar a primeira missão operacional da Starliner em 2025, mas agora é improvável que a cápsula transporte astronautas novamente antes de 2026. E com a aposentadoria da ISS prevista para 2030, a Boeing dificilmente conseguirá cumprir as seis missões contratadas pela agência. Cápsula de astronautas que ficaram 'presos' no espaço pousa no deserto do Novo México