As novas arenas brasileiras poderiam gerar mais lucro do que já conseguem?
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O Flamengo, através do presidente Luiz Eduardo Baptista, começou o ano de 2025 com uma notícia surpreendente. Se o novo estádio do Flamengo já pretendia ser um dos mais caros entre as novas arenas construídas nos últimos anos, agora, a Arena da torcida mais numerosa do Brasil definitivamente será a mais cara: a nova estimativa é de um custo de 3 bilhões de reais.
Embora o Rubro-Negro tenha hoje uma boa saúde financeira, essa não é a realidade da maioria dos clubes do Brasil, que mesmo assim, optaram por fazer suas próprias casas. Mas, para além da garantia de uma autonomia operacional, que reflete em inúmeros benefícios, em termos de dinheiro, qual o impacto disso? Como as Arenas vêm gerando receitas para os clubes e como isso pode melhorar?
Antes dos lucros, vem o investimento e o planejamento
Os últimos 10 anos marcam mudanças históricas e inéditas no futebol brasileiro. Entre elas, é possível observar a própria construção de estádios próprios, o surgimento das SAFs e uma revitalização das fontes de receita. As apostas esportivas, por exemplo, conquistaram o setor com patrocínios. Muitas casas de apostas legais, como as listadas em plataformas como a Legalbet, que analisam plataformas do mercado e suas ofertas, podem ser vistas nas camisas de times de todos os estados e cidades do Brasil.
Mas, se engana quem acha que as Arenas são necessariamente um bom negócio para as gestões das equipes. Antes de pensar na autonomia e na abertura de possibilidades que um estádio próprio pode gerar, é fundamental entender que não basta investir 1 bilhão, é necessário ter um planejamento muito bem fechado de como isso será pago.
Afinal, em cada Arena e modelo de negócio construído, um grande desafio é dado. O Palmeiras, por exemplo, ficou por uma década em disputa judicial contra a WTorre, enquanto o Corinthians, no mesmo Estado, ainda deve meio bilhão à Neo Quimica Arena. Mas, por outro lado, em 10 anos, o Palmeiras faturou 500 milhões somente em bilheteria, enquanto o Corinthians, em 2024, faturou cerca de 80 milhões. Mas, a grande jogada das novas arenas vai bem além do futebol.
Como as arenas próprias geram receitas? O futebol como negócio
Em bilheteria e público, os novos estádios não desapontam. Mesmo com um ticket médio para os clubes citados acima próximo de R$ 70, e no Campeonato Brasileiro como um todo R$ 50, o público parece ter comprado a ideia desde 2014, quando a Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil, foi uma grande propulsora da mudança.
Os anos de 2023 e 2024 marcaram valores que podem ser estimados em pelo menos 4x a mais que em 15 anos atrás, mas também as maiores médias de público da história da competição. O valor calculado foi de cerca de 25 mil pessoas.
Mas, as receitas dos novos estádios vão bem além. Com a modernização e autonomia operacional para os clubes, a possibilidade de ampliação de serviços e produtos deu um salto gigantesco. Agora, na realidade, estes não são mais estádios de futebol, mas verdadeiros espaços de eventos:
- A alimentação, antes feita para ser prática, barata e simples, agora se tornou um foco estratégico de arrecadação.
- O conforto e acessibilidade são grandes destaques. Camarotes, assentos premium, cadeiras cativas e estacionamento completam uma grande gama de serviços.
- Se antes os estádios eram usados só para futebol, agora recebem shows, festivais e outros eventos. E claro, são bem mais preparados para isso.
- Com toda essa sofisticação, vem a visibilidade, que atrai vários patrocínios e os naming rights, que podem chegar, para alguns clubes, em valores de 200 milhões a 1 bilhão nos próximos 30 anos.
Pegue como exemplo o futuro estádio do Flamengo. Todo o projeto será financiado por novas fontes de receita criadas especialmente para isso. A expectativa é que ele gere cerca de R$ 2,467 bilhões. Entre as principais fontes de arrecadação: apenas os naming rights devem render R$ 1,5 bilhão ao longo de 20 anos. Além disso, a pré-venda de 1.000 assentos perpétuos deve gerar R$ 187 milhões; e outros 5.000 assentos com validade de cinco anos somarão mais R$ 183 milhões. Sem contar as 28 suítes de luxo, que juntas devem arrecadar R$ 100 milhões. Para completar, o potencial construtivo do terreno da Gávea está avaliado em R$ 497 milhões.
Lucro ou prejuízo? O que pode melhorar e os desafios para o futebol
Com a melhoria da experiência do torcedor e o foco em uma otimização constante do espaço para o recebimento de eventos e para ofertar uma gama diversificada de produtos, as novas arenas de futebol do Brasil já vêm fazendo de tudo para gerar receitas. Afinal, muitas delas ainda são um grande peso no orçamento dos clubes, portanto, tudo que possa gerar dinheiro pode ser justo.
Entretanto, por outro lado, o grande risco disso tudo fica no próprio futebol. Embora as arenas tenham surpreendido muitos críticos e garantido o engajamento do torcedor, como manter isso no longo prazo? O desafio dos gramados sintéticos, que reduzem custos e são excelentes para o estádio enquanto espaço de eventos, é um excelente exemplo. Para o futebol, pelo menos segundo a maioria dos jogadores, ele é bem pior.
Como construir um equilíbrio entre os dois lados? Deveriam os clubes depender tanto dos estádios para suas receitas? Ou será que com uma melhor saúde financeira, em geral, o desafio pode ficar mais simples?
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