Arqueólogos descobrem casas de banho romanas transformadas em igreja
Frigidário virou fonte batismal, refletindo a ascensão do Cristianismo e a decadência do Império Romano. The post Arqueólogos descobrem casas de banho romanas transformadas em igreja appeared first on Giz Brasil.
Em escavações no sítio Villa di Sette Bassi, arqueólogos descobriram casas de banho romanas do século 2 d.C. que se tornaram igreja após a expansão do cristianismo.
O local, ao sudeste da capital italiana, era a Terme dei Tritoni — ou Termas dos Tritões —, que recebeu esse nome pela decoração e esculturas que mostram tritões, criaturas mitológicas associadas a Netuno.
As casas de banho eram particulares e sua construção inicial destaca o auge da atividade arquitetônica do Império Romano. Aliás, a Villa di Sette Bassi é a segunda maior “villa” suburbana romana, com mais de 100 mil m², refletindo a riqueza de seu dono.
De acordo com o Ministério da Cultura da Itália, os arqueólogos encontraram evidências comprovando a transformação das casas de banho da villa romana em uma igreja. Além disso, no comunicado, o órgão cita que as escavações identificaram que a transformação do sítio correu no final da antiguidade, ou seja: entre os séculos 4 e 6 d.C.
Nesse período, o império romano estava em queda, enquanto o Cristianismo crescia rapidamente. Portanto, a igreja converteu muitas estruturas romanas em igrejas, mosteiros, batistérios e cemitérios.
Transformação de casas de banhos romanas em igreja reflete fim do império
No caso do complexo de banhos, o cristianismo transformou o local em uma igreja especifica para batismos. A evidência é a transformação do frigidário (água fria) do complexo de banhos em uma banheira de batismo para imersão total do corpo visando a conversão ao cristianismo.
Segundo os arqueólogos, a antiga casa de banhos romana passou por, pelo menos, duas fases de modificação estrutural até se tornar uma igreja.
Inicialmente, os cristãos construíram uma fonte batismal consistente com as práticas de batismo da época. A imersão total do corpo, no início do cristianismo, simbolizava a entrada em uma nova vida espiritual.
A reforma posterior da igreja reduziu o tamanho da fonte oriunda das casas de banho romanas. O resultado foi um formato mais condizente ao das pias batismais, presentes até hoje no cristianismo.
Além das reformas, o tamanho e a construção da igreja evidencia seu uso para iniciação cristã.
O contexto arquitetônico, incluindo o design de elementos adjacentes à fonte e à pia batismal, indicam, portanto, que a igreja era um batistério.
Desse modo, a igreja tinha autorização para administrar batismos e realizar sepultamentos.
“A presença de uma sede episcopal nesta região rural de Roma, que indica a presença de um bispo, pode explicar as várias tumbas encontradas no sítio”, diz o Ministério da Cultura.
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