Apple sinaliza divórcio com o Google e pressiona ação da Alphabet

A Apple está em busca de novos parceiros que possam oferecer ferramentas de busca aprimoradas com o uso de inteligência artificial – uma ameaça para a longa e lucrativa parceria da empresa com o Google. A revelação foi feita por Eddy Cue, o vice-presidente de serviços da Apple, durante seu depoimento no  julgamento que vai […] The post Apple sinaliza divórcio com o Google e pressiona ação da Alphabet appeared first on Brazil Journal.

Mai 8, 2025 - 00:16
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Apple sinaliza divórcio com o Google e pressiona ação da Alphabet

A Apple está em busca de novos parceiros que possam oferecer ferramentas de busca aprimoradas com o uso de inteligência artificial – uma ameaça para a longa e lucrativa parceria da empresa com o Google.

A revelação foi feita por Eddy Cue, o vice-presidente de serviços da Apple, durante seu depoimento no  julgamento que vai decidir as penas no caso de antitruste em que o Google já foi derrotado.

Um dos possíveis desfechos deste processo, movido pelo Departamento de Justiça dos EUA, será justamente o fim de acordos de exclusividade como os mantidos pelo Google com a Apple.

A ação da Alphabet, a controladora do Google, chegou a derreter 9% hoje sob o impacto das declarações de Cue, e encerraram o dia em queda de 7,5%.

A notícia impactou também o preço dos papéis da Apple, um reflexo da provável perda de uma relevante fonte de receita caso ocorra de fato o fim da ‘simbiose’ com a ferramenta de busca da Alphabet. A ação sofreu uma uma queda inicial de 3% mas fechou caindo 1,1%.

O Google paga US$ 20 bilhões por ano para ser o mecanismo padrão de busca no Safari, o navegador de internet da Apple, o que significa estar em todos os 2 bilhões de iPhones, iPads e MacBooks em atividade.

O divórcio com a Apple será mais um golpe – e um dos mais duros – contra a principal fonte de receita do Google, que é a venda de anúncios em seu serviço de busca de conteúdo na internet.

Segundo a Bloomberg, Cue afirmou que as buscas no Safari começaram a diminuir no último mês – um recuo que ele atribuiu ao fato de as pessoas estarem utilizando aplicativos de inteligência artificial.

O executivo da Apple disse ainda que o Safari deverá trazer em breve mecanismos de busca com inteligência artificial – e não necessariamente terá apenas um como default, ao contrário do que ocorre atualmente na exclusividade do Google. Cue citou como alternativas as startups de IA OpenAI, Anthropic e Perplexity.

“Antes da inteligência artificial, minha percepção sobre esse assunto é que nenhuma das outras ferramentas era uma escolha válida,” disse Cue, indicando que o Google era indiscutivelmente a melhor alternativa. “Hoje há muito mais potencial, porque existem novos entrantes atacando o problema de uma maneira diferente.”

A Siri, a assistente de IA da Apple, já disponibiliza aos seus usuários o ChatGPT, da OpenAI. O Gemini, do Google, deverá ser incorporado nos próximos meses. Em um futuro próximo, os usuários provavelmente poderão escolher outras ferramentas, como o Grok da xAI, a Perplexity ou a chinesa DeepSeek.

“A única maneira de haver competição de verdade é quando há mudanças tecnológicas,” disse o executivo. “As mudanças [de paradigma tecnológico] criam oportunidades para novos entrantes.”

Cue, entretanto, afirmou que o Google deverá continuar como o padrão em buscas do Safari – e comentou que já perdeu noites de sono pelo receio de perder os dólares recebidos no acordo com a Alphabet.

Em agosto passado, o Google foi condenado por exercer um monopólio nos serviços de busca. Agora o que está em análise são os remédios antitruste que deverão ser aplicados.

O Departamento de Justiça pediu, entre outras medidas, que a Alphabet venda o Chrome. Padrão em todos os celulares e equipamentos que usam o sistema operacional Android, o browser domina 60% do mercado de navegadores e serve de ponta de entrada para as buscas feitas com o Google.

O DOJ busca romper esse ‘ecossistema’ de negócios que sedimentou o virtual monopólio do Google.

Segundo o Google, as propostas “sem precedentes” do DOJ vão prejudicar os consumidores e ameaçam a liderança tecnológica dos EUA.

“As pessoas usam o Google porque elas querem, não porque são obrigadas,” disse a vp de assuntos regulatórios da companhia, Lee-Anne Mulholland.

A executiva disse ainda, no blog da empresa, que as medidas poderão significar o compartilhamento de informações sensíveis. “Seus dados pessoais seriam expostos, sem a sua permissão, para companhias que não têm a segurança de alto nível do Google.”

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