Ao escolher Gleisi, Lula surpreende, abandona 'varejo político' e foca no projeto de reeleição em 2026
Até deputados da base dizem que não esperam uma nova Gleisi Hoffmann, com tom mais suave e de diálogo. Para eles, Lula está pensando na articulação que a parlamentar pode fazer com partidos para a próxima eleição. Deputada federal, Gleisi Hoffmann (PT) afirmou ser contra taxar combustíveis. Reuters via BBC Parlamentares receberam com surpresa a escolha de Gleisi Hoffmann para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) – a ponte política entre o governo e o Congresso Nacional. Não que o nome de Gleisi já não estivesse sendo especulado e negociado no bastidor, mas pelo que a escolha simboliza. A articulação política é um cargo que requer diálogo, paciência, pouco ruído e muita política de boa vizinhança. E esse, definitivamente, não é o perfil da nova ministra. Gleisi Hoffmann é escolhida ministra das relações institucionais Gleisi vai bem em embates, em defesas enfáticas, em ser a linha de frente de defesa de Lula e do governo. E foi pensando nisso que Lula a escolheu — e não no cargo em si. Segundo deputados da base governista e também especificamente do PT, Lula abandonou o ‘varejo político’. Entende que isso não funciona mais. E agora está priorizando a eleição do ano que vem. E como Gleisi pode ajudar nisso? Segundo esses mesmos aliados, Gleisi fala bem com presidentes de partidos, atua bem no atacado, nos estados, nas bases que tem potencial eleitoral. E é pra isso que ela foi escolhida. “Lula está de olho na eleição”, disse um governista. “O presidente reformou o cargo, isso sim, porque a Gleisi não vai se transformar, o cargo dela é que ganhará um novo foco” , disse outro deputado da base. O fato é que sua escolha já está repercutindo mal. A leitura é que Lula está aparelhando o Planalto com intenções eleitorais. E isso tem sido feito a olhos vistos: o recente pronunciamento em rádio e TV parecia uma peça publicitária de campanha. Muita gente achava, em Brasília, que o nome da Gleisi, ainda nas negociações, era um balão de ensaio de Lula. Não foi. Os aliados de dentro do Palácio do Planalto diziam que o discurso para defender Gleisi era dizer que ela estava sendo reabilitada como articuladora, e poderia, assim, abandonar o figurino de deputada de tropa de choque. Não foi balão de ensaio, e também não deve haver uma nova Gleisi. Foi escolha olhando para 2026, dizem os aliados.


Até deputados da base dizem que não esperam uma nova Gleisi Hoffmann, com tom mais suave e de diálogo. Para eles, Lula está pensando na articulação que a parlamentar pode fazer com partidos para a próxima eleição. Deputada federal, Gleisi Hoffmann (PT) afirmou ser contra taxar combustíveis. Reuters via BBC Parlamentares receberam com surpresa a escolha de Gleisi Hoffmann para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) – a ponte política entre o governo e o Congresso Nacional. Não que o nome de Gleisi já não estivesse sendo especulado e negociado no bastidor, mas pelo que a escolha simboliza. A articulação política é um cargo que requer diálogo, paciência, pouco ruído e muita política de boa vizinhança. E esse, definitivamente, não é o perfil da nova ministra. Gleisi Hoffmann é escolhida ministra das relações institucionais Gleisi vai bem em embates, em defesas enfáticas, em ser a linha de frente de defesa de Lula e do governo. E foi pensando nisso que Lula a escolheu — e não no cargo em si. Segundo deputados da base governista e também especificamente do PT, Lula abandonou o ‘varejo político’. Entende que isso não funciona mais. E agora está priorizando a eleição do ano que vem. E como Gleisi pode ajudar nisso? Segundo esses mesmos aliados, Gleisi fala bem com presidentes de partidos, atua bem no atacado, nos estados, nas bases que tem potencial eleitoral. E é pra isso que ela foi escolhida. “Lula está de olho na eleição”, disse um governista. “O presidente reformou o cargo, isso sim, porque a Gleisi não vai se transformar, o cargo dela é que ganhará um novo foco” , disse outro deputado da base. O fato é que sua escolha já está repercutindo mal. A leitura é que Lula está aparelhando o Planalto com intenções eleitorais. E isso tem sido feito a olhos vistos: o recente pronunciamento em rádio e TV parecia uma peça publicitária de campanha. Muita gente achava, em Brasília, que o nome da Gleisi, ainda nas negociações, era um balão de ensaio de Lula. Não foi. Os aliados de dentro do Palácio do Planalto diziam que o discurso para defender Gleisi era dizer que ela estava sendo reabilitada como articuladora, e poderia, assim, abandonar o figurino de deputada de tropa de choque. Não foi balão de ensaio, e também não deve haver uma nova Gleisi. Foi escolha olhando para 2026, dizem os aliados.