Anitta volta a defender demarcação de terras indígenas: “Comida vai virar artigo de luxo”
Cantora alerta para mudanças climáticas e critica propostas que liberam mineração em áreas preservadas


Publicação denuncia retrocessos ambientais no Congresso e STF
Anitta usou seu perfil no Instagram para voltar a se posicionar contra projetos que flexibilizam a proteção de terras indígenas. A artista alertou para os impactos da crise climática e criticou iniciativas que tramitam no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo propostas que autorizam mineração, garimpo e construção de grandes empreendimentos nesses territórios.
“A comida vai virar artigo de luxo”, escreveu em um dos trechos da publicação. Ela ressaltou os efeitos já sentidos no cotidiano dos brasileiros: “A conta de luz e de água já estão mais caras. Já reparou? É inundação para um lado, secas e queimadas descontroladas para outro. Desse jeito, daqui a pouco a comida vai virar artigo de luxo. Tudo isso por causa das mudanças climáticas.”
Qual o papel dos povos indígenas na preservação ambiental?
A cantora defendeu o protagonismo das populações originárias na preservação da natureza. “Agora ameaçam quem ainda garante que a situação não piore, aqueles que deveríamos reconhecer e apoiar por um presente e um futuro melhores! Sim, é deles que estamos falando: dos povos e terras indígenas”, escreveu.
Ela também criticou diretamente os projetos de lei que buscam alterar o regime de proteção aos territórios tradicionais: “Querem autorizar o uso de terras indígenas para a mineração, o garimpo e a construção de grandes empreendimentos, como hidrelétricas e outros. Também querem acabar com as demarcações!”
O que está em jogo no STF com o Marco Temporal?
A manifestação ocorre em meio ao julgamento de ações que envolvem a tese do Marco Temporal, que defende a demarcação apenas de terras ocupadas por povos indígenas antes da Constituição de 1988. Organizações ambientais e lideranças indígenas consideram a proposta um retrocesso que pode estimular conflitos fundiários e acelerar o desmatamento.
“A conta vai chegar para todo mundo”, diz cantora
Anitta integra a campanha “Brasil Indígena, Terra Demarcada”, que reúne entidades e ativistas em defesa dos direitos dos povos originários.
Há dez dias, ela já tinha feito postagens a favor da demarcação. Em vídeo publicado no Instagram, a cantora destacou a importância dos povos originários na preservação das florestas e apontou os riscos econômicos e ambientais de não proteger essas áreas. “Sem floresta, não tem chuva. Sem chuva, não tem agro. Sem agro não tem comida nem economia. Tem gente querendo abrir essas terras para garimpo, mineração, hidrelétrica. Só que se isso acontecer vai faltar água, comida e sobrar desastre”, afirmou.
O alerta segue com a lembrança de que a destruição das florestas e a ausência de demarcação acarretam consequências para toda a população: “Depois o preço explode no mercado e a conta vai chegar para todo mundo, inclusive você. As terras indígenas mantêm as florestas em pé, a chuva caindo e a economia girando. Tudo isso sem destruir nada”.
Mobilização tem apoio de outros famosos
Além de Anitta, a campanha conta com o apoio de outros artistas como Juliette, Glória Pires, Djavan, Marcos Palmeira, Dira Paes, Xamã e Klebber Toledo. A ação é promovida por organizações como a Mídia Indígena, Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Anmiga (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade) e o ISA (Instituto Socioambiental).