Alzheimer afeta número recorde de pessoas nos EUA

Subdiagnóstico é mais pronunciado nos estágios iniciais da demência, quando os sintomas são leves, segundo relatório O post Alzheimer afeta número recorde de pessoas nos EUA apareceu primeiro em Olhar Digital.

Abr 30, 2025 - 06:53
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Alzheimer afeta número recorde de pessoas nos EUA

Pela primeira vez, o número de casos de pacientes diagnosticados com a doença de Alzheimer ultrapassou a marca de sete milhões nos Estados Unidos, segundo o relatório anual da Associação de Alzheimer. Quase dois terços são mulheres.

Espera-se que o número e a proporção de estadunidenses com Alzheimer ou outras demências continuem a crescer nos próximos anos, pois o risco de demência aumenta com o avanço da idade, de acordo com o relatório.

Quatro em cada cinco estadunidenses gostariam de saber se têm a doença antes que os sintomas apareçam (Imagem: pocketlight/iStock)

A população de estadunidenses com 65 anos ou mais deverá crescer de 58 milhões em 2022 para 82 milhões em 2050, faixa etária de maior risco. Atualmente, 74% dos pacientes diagnosticados têm mais de 75 anos de idade.

Pessoas com menos de 65 anos também podem desenvolver demência de Alzheimer: Embora os estudos de prevalência de demência de início precoce nos EUA sejam limitados, os pesquisadores acreditam que cerca de 110 em cada 100 mil pessoas com idade entre 30 e 64 anos, ou cerca de 200 mil estadunidense no total, têm demência de início precoce.

Problema do subdiagnóstico do Alzheimer 

O subdiagnóstico é mais pronunciado nos estágios iniciais da demência, quando os sintomas são leves. Ainda menos pessoas que vivem com comprometimento cognitivo leve (CCL), precursor da demência, recebem um diagnóstico, apesar de ser esta a fase em que o tratamento e o planejamento podem ser mais eficazes

Segundo o relatório, uma série de danos potenciais pode resultar de um diagnóstico de demência não diagnosticado ou tardio:

  • Acesso tardio a tratamento e serviços de apoio;
  • Menos tempo para planejamento de cuidados;
  • Custos mais altos de cuidados e impacto negativo na saúde física e mental do indivíduo ou mesmo na saúde mental de seus familiares e potenciais cuidadores.

“Como a demência é frequentemente subdiagnosticada — e, se for diagnosticada por um médico, algumas pessoas parecem desconhecer seu diagnóstico — uma grande parcela de estadunidenses com demência pode não saber que a tem”, diz o relatório.

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Doença custosa

O relatório mostrou ainda que quase quatro em cada cinco estadunidenses gostariam de saber se têm a doença antes que os sintomas apareçam. Os testes envolvem métodos caros e invasivos, como tomografias por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) e punções lombares.

“O diagnóstico preciso, atualmente, depende da combinação de evidências do histórico médico, exames neurológicos, avaliações cognitivas e imagens cerebrais. Nenhum teste pode estabelecer, definitivamente, que a causa dos sintomas cognitivos é Alzheimer ou outra demência. Essa complexidade diagnóstica, atualmente, limita o diagnóstico precoce”, aponta o documento.

Diagnóstico preciso atualmente depende da combinação de evidências (Imagem: boonstudio/iStock)

Além disso, três em cada cinco pessoas entrevistadas disseram que aceitariam um nível de risco moderado ou até alto ao tomar medicamentos para retardar a progressão da doença.

O custo nacional de cuidar de pessoas com Alzheimer e outras demências deve chegar a US$ 384 bilhões (R$ 2,15 trilhões, na conversão direta) em 2025 — aumento de US$ 24 bilhões (R$ 134,9 bilhões) em relação a apenas um ano atrás, de acordo com a Associação de Alzheimer.

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