Air fala sobre legado do “Moon Safari”, show que chega ao Brasil no C6 Fest

Em 1998 era lançado o Moon Safari, álbum de estreia do duo francês Air. O disco apresentava uma sonoridade eletrônica ambiente, sedutora e solar em down-tempo, bem diferente do “poperô” Eurodance que se popularizava naquela época no Brasil. Já no ano seguinte, uma geração ficou impactada ao ouvir a banda na faixa “Playground Love”, compondo as cenas em tom pastel de Virgens Suicidas, filme-sensação de Sofia Coppola. 

O sucesso do longa e de sua trilha, em conjunto com o lançamento de Moon Safari, fez com que o duo, formado por Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel, virasse sensação. Deste álbum, faixas como “Sexy Boy” e “All I Need” também caíram no gosto do público e tornaram os franceses referência para uma música eletrônica minimalista, que ainda tinha tempero para se popularizar na MTV.

“Nós não imaginávamos esse sucesso”, conta Dunckel, durante coletiva com jornalistas brasileiros neste mês. “Não ambicionamos o mainstream, mas, sim, produzir um álbum com qualidade artística”. 

No fim, essa combinação acabou dando certo. Desde então, o duo francês cravou seu nome na música, lançou outros ótimos álbuns como 10,000 Hz Legend  (2001) e Talkie Walkie (2004) e continuou produzindo trilhas para filmes, inclusive da própria Coppola.

27 anos se passaram e o legado de Moon Safari permaneceu. A prova foi a ansiedade em torno do anúncio da tour comemorativa do disco – que só aumentou no ano passado, quando a banda se apresentou no encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris ao lado de Thomas Mars, do Phoenix, cantando justamente “Playground Love”. A dobradinha já havia acontecido em um show no Aeroporto de Paris, registrado pela cultuada produtora Blogothèque.

Os fãs brasileiros vão poder ter um gostinho desse revival no C6 Fest – a banda traz o show comemorativo de Moon Safari no dia 24 de maio. O festival ainda apresenta Nile Rodgers e Chic, Gossip, Pretenders, Wilco e Perfume Genius, entre outras atrações entre os dias 22 a 25 de maio. Os ingressos estão disponíveis no site oficial do evento.

Veja o line up completo do C6 Fest

O duo não poderia estar mais animado com a turnê. “É bom ouvir o Moon Safari hoje e perceber que ele continua atual. Sabe, tínhamos medo de fazer uma música que envelhecesse mal”, conta Dunckel. A obsessão por criar um som de qualidade rendeu bons resultados para o Air. “Estamos buscando uma espécie de novo espírito para nossas músicas, uma nova maneira de compor os instrumentos. Não nos importávamos muito em fazer músicas, mas em fazer a música certa.”

No palco, os franceses garantem que os fãs podem esperar pela versão mais fiel possível do álbum de estúdio. “É ótimo chegar a esse estágio, de poder tocar um disco de 1998 aceitando-o do jeito que ele é. Não queremos ajustá-lo ao jeito que somos hoje, porque se tornou um álbum cult”, conta.

Nicolas Godin complementa: “Para nós, é como pegar um ônibus espacial, uma máquina do tempo. E, de repente, acordamos em 1998. É como voltar para o futuro, sabe? E tudo o que fazemos é como nessa época. Tipo, autografamos discos do Moon Safari para os fãs e temos a mesma equipe, os mesmos instrumentos que tínhamos em 1998”, conta. O público brasileiro mal pode esperar por embarcar nesta viagem sensorial e nostálgica de volta à Moon Safari.

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