A História de Minecraft

Um dos jogos mais bem sucedidos de todos os tempos O post A História de Minecraft apareceu primeiro em O Vício.

Abr 8, 2025 - 01:17
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A História de Minecraft

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Há um motivo pelo qual o New York Times cunhou a expressão "Geração Minecraft", e isso acontece porque as crianças ficaram obcecadas com o ambiente totalmente personalizável do jogo. É uma porta de entrada para a programação de computadores e lógica básica, onde você também pode lutar contra zumbis, esqueletos e dragões com armas incríveis. Como não amar?

Mas o curioso é: Minecraft nunca foi pensado para se tornar um fenômeno da cultura pop ou uma mina de ouro voltada para o público infantil. A franquia de sucesso começou originalmente como um projeto de paixão do programador sueco Markus Persson, que só queria criar um pequeno jogo indie inspirado em alguns de seus títulos favoritos. No vídeo de hoje, contamos essa história.

Tudo começou com Dwarf Fortress e Roller Coaster Tycoon

Em meados dos anos 2000, o programador sueco Markus "Notch" Persson queria criar seu próprio jogo. Ele só não sabia exatamente que tipo de jogo seria. Segundo a Wired, Persson queria fazer algo que capturasse a sensação de quando era criança e corria para casa depois da escola para brincar com seus LEGOs. Enquanto vasculhava a internet em busca de inspiração, Persson se deparou com um jogo peculiar baseado em texto chamado Dwarf Fortress. Jogar aquele jogo se tornou uma obsessão, e foi aí que as peças começaram a se encaixar.

Em Dwarf Fortress, os jogadores precisam construir fortalezas estrategicamente a partir de rocha sólida para proteger seus anões do perigo — o que provavelmente soa familiar para os fãs de Minecraft. No entanto, o jogo não era muito acolhedor para novos jogadores, devido ao uso excessivo de texto em vez de gráficos, o que fez com que as engrenagens na mente de Persson começassem a girar. Enquanto extraía inspiração de Dwarf Fortress, a Wired relata que Persson também ficou obcecado com Roller Coaster Tycoon, especialmente com “a capacidade de construir, de forma rápida e fácil, construções originais e impressionantes”.

Um clone de Infiniminer

Em 2007, Persson abandonou o desenvolvimento de Wurm Online e deixou o jogo nas mãos do co-criador Rolf Jansson. Como observa a Wired, as semelhanças entre Wurm Online e Minecraft são “inconfundíveis”, mas Wurm ainda não satisfazia o desejo criativo de Persson, então ele saiu em busca de mais inspiração para seu jogo dos sonhos. Foi aí que entrou Infiniminer.

Mesmo que você só conheça Minecraft superficialmente, é impossível ignorar o quanto ele se parece com Infiniminer. E há uma boa razão para isso. Minecraft começou como um clone de Infiniminer, algo que Persson deixou claro desde seu primeiro vídeo de teste. De acordo com a Wired, menos de um mês após o lançamento de Infiniminer, o código-fonte do jogo foi vazado na internet, o que tornou sua compra irrelevante, já que inúmeras variações passaram a estar disponíveis para download. Então, o criador de Infiniminer, Zachary Barth, deu sua bênção para que os fãs fizessem o que quisessem com o código. A partir dali, ele era código aberto.

Um desses fãs era Persson, que imediatamente começou a moldar Infiniminer até transformá-lo em Minecraft. Em sua defesa, apesar de os jogos realmente parecerem bastante, ele fez diversas alterações que resultaram no Minecraft que os fãs conhecem hoje. Mais importante ainda, Barth não guarda ressentimentos.

Vender Minecraft foi uma grande aposta

Quando Minecraft foi lançado oficialmente em 2011, o jogo já havia vendido mais de quatro milhões de cópias durante suas fases alfa e beta, segundo a Forbes. Não havia dúvidas de que Minecraft seria um fenômeno de vendas, mas também poderia facilmente ter fracassado quando Persson tomou a controversa decisão de cobrar pelo jogo.

De acordo com o livro "Minecraft: A improvável história de Markus "Notch" Persson e o jogo que mudou tudo", Persson desenvolveu Minecraft de forma bem pública no fórum TGISource e frequentemente se baseava no feedback dos usuários para melhorar o jogo. Sempre que fazia uma mudança, ele a postava rapidamente online para que outros pudessem analisar.

Utilizando esse processo de desenvolvimento aberto, o protocolo convencional indicava que Minecraft deveria ter sido lançado gratuitamente, e que a monetização só seria considerada futuramente, caso o jogo fizesse sucesso. No entanto, Persson decidiu bem cedo que precisaria cobrar pelo jogo se quisesse realmente terminá-lo — então disponibilizou a versão alfa para compra pela metade do preço.

Surpreendentemente, sua tática funcionou, embora de forma um pouco lenta no início. Nas primeiras 24 horas, ele vendeu apenas 15 cópias, mas esse número cresceu rapidamente. E, felizmente, cresceu muito. Com um fluxo constante de dinheiro entrando e uma base de fãs se formando dia após dia, Persson teve os recursos necessários para fazer Minecraft brilhar. E ele brilhou mesmo.

A venda para a Microsoft

Em 15 de setembro de 2014, a Microsoft chocou a indústria dos games ao comprar o estúdio de Markus Persson, a Mojang, por 2,5 bilhões de dólares. Mas estava claro o que a Microsoft estava realmente comprando: Minecraft. Ainda assim, a aquisição foi surpreendente por vários motivos, sendo o principal deles o fato de que muitos analistas do mercado de games achavam que Minecraft não valia tudo isso.

Sim, o jogo era um enorme sucesso, mas 2,5 bilhões por uma única propriedade intelectual parecia um exagero. Além disso, Persson havia declarado que jamais venderia sua criação para “corporações grandes e malignas”. Obviamente, ele não manteve essa promessa — e, em uma entrevista à Forbes, parece não se importar muito com o impacto disso em sua imagem.

E o que o fez mudar de ideia — além da quantia absurda oferecida — foi o desejo de sair de cena. Ele havia terminado sua jornada com Minecraft. Mais especificamente, estava cansado de responder aos fãs que o haviam transformado em um dos nomes mais ricos da indústria dos games.

A Microsoft não vacilou por muito tempo e lançou o Minecraft para mais consoles. Primeiro para o Playstation e Xbox One em setembro de 2014, depois para a Apple TV em 2016, e depois para o Nintendo Switch e Nintendo 3DS em 2017.

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