4 motivos da volatilidade dos mercados globais na nova era Trump
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O mercado financeiro é um sistema complexo e poderíamos passar horas discutindo a teoria de sistemas complexos, como as infinitas interconexões entre os participantes, suas incertezas ou mesmo a sua não-linearidade, mas vamos, por enquanto, simplesmente tomar essa afirmação como verdadeira.
Por outro lado, gostamos da navalha de Occam, esse princípio filosófico do frade inglês que, no século XIV, postulou que entre as diferentes hipóteses ou explicações para um fenômeno, a mais simples geralmente é a melhor.
Sempre que nos deparamos com movimentos bruscos de mercado, ficamos nessa encruzilhada na qual, de um lado fica a infinidade de possíveis explicações que fazem um sistema complexo se comportar da forma que se comportou e, do outro, a busca pela simplicidade e objetividade na análise para, de alguma forma, tentar desenhar os possíveis cenários futuros e atribuir probabilidades a eles.
Os mais antigos de mercado, como este que vos escreve, irão reconhecer a explicação Occamniana para o que aconteceu nos mercados globais, em especial no norte-americano, nos últimos dias: “tem mais vendedor que comprador!”
Mas, sabendo da complexidade sistemática dos mercados, vamos tentar elaborar um pouco mais e tentar resumir a 4 principais fatores:
1 – Tem venda!
Nos últimos anos, houve um crescimento expressivo de fundos quantitativos, esses “robôs” que usam uma vasta quantidade de dados para tomar decisões. Dentre esses fundos, destacamos 2 tipos principais, os CTAs e os fundos de Vol Parity. Pois bem, os CTAs, em sua maioria, têm carteiras que seguem tendências (quanto mais forte a tendência, mais eles compram de determinado ativo) e, nos últimos dias, diversos pontos técnicos dos índices de ações dos EUA foram quebrados, forçando uma redução do posicionamento desses fundos nesses ativos. As vendas “forçadas” desses fundos fazem a volatilidade subir, o que obriga um outro tipo de fundo a vender, também: os Vol Parity. Esses fundos, que possuem um alvo específico de volatilidade são obrigados a reduzir suas posições à medida que a volatilidade aumenta (e vice-versa).
2 – Tem volatilidade!
Ainda no tema volatilidade, bom, temos notícias de sobra para alimentá-la. Os EUA (e o mundo inteiro, em consequência) estão passando por uma verdadeira revolução político-econômica após a eleição de Donald Trump com maioria nas duas casas do Legislativo e a vitória no voto popular. E a velocidade na qual as mudanças prometidas em campanha estão acontecendo não tem precedentes. Entre guinadas na economia, nas tarifas, na geopolítica, nos gastos do governo ou mesmo na cultura, a quantidade de headlines é quase enlouquecedora e isso, invariavelmente, gera mais volatilidade (e isso gera mais venda! Ver item #1)
3 – Tem desaceleração!
Os últimos dados da economia americana não têm sido muito animadores e o índice de surpresas econômicas virou para o campo negativo em meados de fevereiro. Embora entendamos que haja elementos não recorrentes nos dados (como clima frio, antecipação de importações por conta das tarifas e o temor por cortes de gastos e empregos do setor público) a verdade é que os investidores estão pouco propensos a tomar risco diante desses dados econômicos.
4 – Não tá barato!
Por fim, há tempos temos alertado para os altos múltiplos do mercado norte-americano, especialmente quando falamos das grandes empresas de tecnologia. O termo “bolha” não é apropriado pois o crescimento de lucros dessas empresas, em especial no pós-pandemia, foi expressivo e justificou grande parte da alta nos preços de suas ações. Porém, com altos múltiplos e expectativas de crescimento de lucros também muito elevada, há pouca margem para erros, deixando essas empresas – que são os maiores pesos dos índices como S&P500 e Nasdaq – mais vulneráveis.
Em resumo
Os principais vendedores dos últimos dias não olham fundamentos, apenas dados e gráficos. Os potenciais compradores, que poderiam absorver esse fluxo vendedor, têm seus motivos para esperar: o final da venda “mecânica”; uma clareza maior dos rumos da economia, política e geopolítica global; ou mesmo um nível de valuation mais atrativo dos principais índices, como o S&P 500 ou Nasdaq. Porém, acreditamos que a queda recente traz, consigo, oportunidades: defendemos uma alocação global como parte essencial do portfólio de qualquer investidor e momentos como esse se mostram boa janelas para revisitar e ajustar a exposição a ativos globais.
Hoje, preferimos ativos na China, Reino Unido e no setor financeiro dos EUA. Para mais detalhes, sobre nossas recomendações, confira nossos relatórios e carteiras recomendadas aqui.
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