Wall Street pensou que Trump era um deles: Errado!

De apoiadores ferrenhos a críticos furiosos – bilionários como Bill Ackman já admitem que Trump está destruindo a confiança do mercado A medida de Donald Trump de impor tarifas amplas e mal elaboradas aos parceiros comerciais dos EUA está forçando investidores a reconsiderar a crença de que seu segundo mandato seria positivo para os mercados […] O post Wall Street pensou que Trump era um deles: Errado! apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 7, 2025 - 16:57
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Wall Street pensou que Trump era um deles: Errado!

De apoiadores ferrenhos a críticos furiosos – bilionários como Bill Ackman já admitem que Trump está destruindo a confiança do mercado


A medida de Donald Trump de impor tarifas amplas e mal elaboradas aos parceiros comerciais dos EUA está forçando investidores a reconsiderar a crença de que seu segundo mandato seria positivo para os mercados e a economia. Ouvir gestores tentando justificar essa guinada revela muito sobre como Wall Street subestimou o presidente.

Embora suas tendências populistas e visões extremas sobre comércio fossem riscos conhecidos, seus apoiadores ricos focavam mais em suas promessas de cortar impostos e regulamentações. A inclusão de bilionários em seu governo passou a ideia de que ele não prejudicaria seus portfólios. No entanto, fortalecido pela vitória eleitoral e por sobreviver a um atentado, Trump parece disposto a arriscar recessão e inflação mais alta para trazer empregos industriais aos EUA.

As poucas vozes moderadas em seu governo e a reação negativa do mercado foram ignoradas, deixando o S&P 500 à beira de um bear market. O risco de calotes corporativos aumenta, hedge funds enfrentam chamadas de margem, e IPOs estão congelados.

Executivos, gestores de hedge funds e investidores que apoiaram Trump agora vivem algo parecido com os cinco estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.

Alguns ainda veem Trump como um negociador excepcional que usou tarifas altas para forçar acordos – o governo afirma que mais de 50 países já procuraram negociar. Mas essa visão é contraditória: a comunicação desastrosa e tarifas maiores para países com superávits comerciais não fazem sentido.

Conforme Trump se recusa a admitir erros, o medo de críticas entre seus apoiadores ricos começa a se dissipar. O bilionário Bill Ackman, aliado do presidente, inicialmente defendeu as tarifas no X: “Quanto mais os mercados apoiarem sua estratégia, maior a chance de sucesso”. Dias depois, mudou o discurso: “A escala das tarifas foi um erro. O presidente está perdendo a confiança dos líderes empresariais.”

Muitos em Wall Street se tranquilizaram com a nomeação de Scott Bessent para o Tesouro. Mas o ex-CIO da Soros Fund Management não moderou as tarifas – e suas próprias declarações são preocupantes. Em entrevista a Tucker Carlson, Bessent admitiu desconforto com o mercado, mas destacou que “os 50% mais ricos têm ações, enquanto os 50% mais pobres têm dívidas e precisam de alívio”. Ele ainda minimizou a queda das ações, culpando a “competição chinesa em IA” – não as políticas de Trump.

O gestor Dan Loeb, da Third Point, rebateu o otimismo do governo no X: ações industriais não parecem animadas com “esse nivelamento do campo”. Já o investidor Chamath Palihapitiya, apoiador de Trump, pulou direto para a aceitação: “Ele está fazendo o que prometeu. Quem espera recuo nas tarifas vai se decepcionar. Não há mais um ‘colchão’ do governo para salvar o mercado.” Ele citou a queda dos juros dos Treasuries como “prova” de que a estratégia está funcionando – ignorando que a queda reflete medo de recessão.

Apoiadores de Trump em Wall Street e no Vale do Silício ainda precisam digerir o choque. Bilionários que abraçaram um projeto antiestablishment agora colhem os frutos amargos: a revolução de Trump está devorando seus próprios aliados.

Com informações de Bloomberg*

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