“Tropas Estelares” vai ganhar nova versão do diretor de “Distrito 9”
Neill Blomkamp comandará o projeto, que será mais fiel ao livro de Robert A. Heinlein


Nova versão não será remake do filme de 1997
A Sony confirmou que está desenvolvendo uma nova adaptação de “Tropas Estelares” (1997), com direção e roteiro de Neill Blomkamp, conhecido por “Distrito 9” (2009). O projeto, produzido pelo próprio Blomkamp e por Terri Tatchell, sua esposa e parceira de roteiros, seguirá mais de perto o livro original de Robert A. Heinlein, publicado em 1959.
De acordo com a revista The Hollywood Reporter, o longa não será um remake ou reboot do filme de Paul Verhoeven, lançado em 1997, mas sim uma abordagem mais fiel à obra literária.
Foco no romance original
O livro narra a trajetória de Johnny Rico, um soldado da infantaria móvel que luta na guerra interplanetária da Terra contra insetos alienígenas gigantes conhecidos como “Bugs”. Além da ação, a trama aborda a estrutura de uma sociedade militarizada, onde o serviço militar é obrigatório para garantir direitos políticos, como o direito ao voto.
A obra original foi alvo de críticas por supostamente conter elementos de propaganda fascista, algo que Verhoeven satirizou em sua adaptação cinematográfica. O diretor incorporou referências explícitas a regimes totalitários, incluindo uniformes inspirados na estética nazista, para enfatizar a crítica política.
Repercussão do filme de 1997
O longa de Verhoeven, estrelado por Casper Van Dien, Denise Richards, Dina Meyer e Neil Patrick Harris, não foi um sucesso comercial imediato, arrecadando US$ 121 milhões com um orçamento de US$ 100 milhões. No entanto, ao longo dos anos, tornou-se um clássico cult e passou a ser reavaliado por seu comentário satírico sobre militarismo e regimes autoritários.
Em entrevista de 2017, Verhoeven afirmou que ele e o roteirista Ed Neumeier não concordavam com Heinlein e buscaram subverter a narrativa do livro. “Basicamente, o subtexto político do filme é que esses heróis e heroínas vivem em uma utopia fascista – mas nem sequer percebem isso! Eles acham que é normal. E de certa forma, o público é seduzido a segui-los, ao mesmo tempo em que percebe que eles podem ser fascistas”, disse o cineasta.
Nova abordagem
Ainda não há detalhes sobre elenco ou cronograma de produção do novo filme. Com Blomkamp à frente do projeto, espera-se que a nova versão mantenha o realismo característico do diretor, presente em filmes como “Elysium” (2013) e “Chappie” (2015).