Times estruturais
Esse artigo faz parte do meu último livro sobre “Transformação Digital e Cultura de Produto“, e é mais um trecho do capítulo sobre estrutura de time. Já […] The post Times estruturais first appeared on Gyaco.

Esse artigo faz parte do meu último livro sobre “Transformação Digital e Cultura de Produto“, e é mais um trecho do capítulo sobre estrutura de time. Já vimos como organizar os times de produto mais eficazes. Agora vamos ver o que são e como organizar os times estruturais.
Times estruturais
Times estruturais são os times que trabalham na estrutura necessária para os times de produto poderem fazer seu trabalho.
Veja a seguir alguns tipos de times estruturais necessários no desenvolvimento de produtos digitais:
- SRE ou DevOps: SRE significa Site Reliability Engineering. Essa área, às vezes chamada de DevOps, é responsável pela infraestrutura onde o produto será hospedado e servido aos clientes e, também, por monitorar o produto e a infraestrutura de hospedagem para garantir que ele opere com a performance ideal.
- Dados: aqui temos normalmente três disciplinas que precisam ser cuidadas pelo time de dados. Primeiro, é necessário um time de engenharia de dados que cuide da infraestrutura necessária para gestão dos dados da empresa. Em seguida, é necessário um time de análise de dados, responsável por gerar relatórios e dashboards com base nos dados e mostrando a performance do produto. Por fim, é interessante ter também um time de cientistas de dados capaz de tirar insights dos dados e, eventualmente, criar algoritmos de machine learning que possam evoluir à medida que mais dados são coletados e analisados.
- Arquitetura/Ferramentas/Fundação: time que ajuda os times de produto a definirem os padrões de arquitetura de software. Esse time também pode trabalhar em temas que são comuns a todos os times, como autenticação e autorização e infraestrutura de APIs.
- Design Ops: time central de design que cuida de criar e manter o Design System, biblioteca de componentes e padrões de interação. Essa equipe também pode cuidar da eficácia operacional dos product designers, dando-lhes ferramentas, capacitando os gestores e líderes para avaliar o desempenho desses product designers e auxiliando no onboarding. Nesse time também podem ficar profissionais de user research e de UX writing.
- Segurança da Informação: responsável por todos os aspectos de segurança da informação, tais como LGPD, certificação PCI, certificação ISO 27001, políticas de BYOD (bring your own device) para permitir que os funcionários utilizem seus próprios devices para o trabalho.
- Sistemas Internos: responsável por cuidar dos sistemas de terceiros, tais como Google Workspace, Office 365, Slack etc. Cuida também dos equipamentos da empresa.
- Product Ops: faz sentido em times grandes, com mais de 150 pessoas, e tem por responsabilidade a eficiência operacional dos product managers, dando-lhes ferramentas, ajudando a ver interdependências e auxiliando no onboarding de novas product managers.
- Engenharia de Vendas: essa área faz bastante sentido em empresas que desenvolvem produtos para outras empresas. É um time com conhecimento técnico capaz de discutir detalhes de implementação e integração do seu produto com os sistemas do cliente.
- Serviços Profissionais: caso as necessidades de implementação e de integração do novo cliente fujam do padrão, ou o cliente não esteja preparado para fazer essa implementação ou integração, pode ser interessante ter um time de serviços profissionais que faça esse trabalho. O recomendado é que esse time seja bem enxuto e utilize terceiros conforme a demanda para fazer o trabalho de implementação e integração.
- HRBP e contratação: como vimos, times de produto e suas estruturas são complexos, com muito trabalho colaborativo e com estruturas matriciais. É essencial ter um time de RH por perto para ajudar na gestão do time, com dois focos: HRBP, ou Human Resources Business Partners, que ajuda no dia a dia dos times e líderes em todas as questões ligadas à RH; e Contratação, no inglês talent acquisition, que é responsável por todo o processo de atração e contratação de pessoas para o time.
Um ótimo livro para quem tiver interesse em se aprofundar em organização de times estruturais de tecnologia é o Team Topologies: Organizing Business and Technology Teams for Fast Flow, escrito em 2019 por Matthew Skelton e Manuel Pais. Esse livro ajuda no desenho dos times técnicos, bem como no fluxo de trabalho entre os diferentes times. Uma ressalva importante: o livro foi escrito por pessoas técnicas, para pessoas técnicas. Por esse motivo, quando eles falam de times de produto, que entregam valor para o cliente, eles chamam esse tipo de time de Stream-aligned team, ou times alinhados ao fluxo, sem entrar nos detalhes que descrevi aqui dos tipos de time de produto que existem. Outro ponto de atenção é que só fala dos times estruturais técnicos, então eles não falam times de HRBP e contratação, Serviços Profissionais, Vendas Técnicas, Design Ops e Product Ops. Comentei sobre esse livro no artigo passado.
Juntando times de produto e times estruturais
Como comentei, times estruturais são os times que trabalham na estrutura necessária para os times de produto poderem fazer seu trabalho. Por isso, é importante que os times estruturais e os times de produto coordenem seu trabalho para conseguirmos uma boa produtividade e qualidade desses times.
Tenho usado com bastante sucesso duas especializações de gestão de produtos para ajudar nessa coordenação:
- Data Product Manager (DPM): responsável por criar produtos de dados (algoritmos, insights). Terá interação com os times de produto para saber que produtos de dados podem fazer sentido para cada um deles;
- Technical Product Manager (TPM): responsável por “produtizar” ferramentas que aceleram a produtividade dos outros times (AuthN/AuthZ, API, one-click deploy etc.).
Veja a seguir dois exemplos, do Gympass e da Lopes. No Gympass, optamos por ter times separados de Technical Sales e de Professional Services. Outra decisão foi deixar Engenharia de Dados junto a SRE, Arquitetura e Ferramentas.
Na Lopes, o Marketing ficava na estrutura do Lopes Labs, uma vez que o marketing no mercado imobiliário é majoritariamente digital. Optamos também por deixar a liderança de design dentro do marketing. Na imagem a seguir, há uma tribo a mais, a de CrediPronto, que ficava na estrutura do Lopes Labs, mas trabalhava com foco na unidade de negócio CrediPronto, voltada ao crédito imobiliário. Nessa estrutura, também deixamos explícita a organização de produto, Data & Tech Products – GPM, que acompanhava os times estruturais.
Tópicos avançados
Nos próximos artigos vou falar de uma série de tópicos que considero avançados sobre estrutura de time. Eles vão lhe ajudar a definir e gerenciar seu time de desenvolvimento de produto em um alto nível. Aqui estão os tópicos que veremos:
- Planilha de apoio para gestão do time
- Layoff / Downsizing
- CTO + CPO
- Internacionalização
- Time terceirizado
- Modelo de Tuckman
- Dependências entre times
- Devemos ter uma equipe de inovação dedicada?
- Devemos ter uma equipe dedicada à correção de bugs?
- Unidades de negócio
- Bonus financeiro
- What makes a group of people behave like a team?
Transformação digital e cultura de produto
Esse artigo é mais um trecho do meu mais novo livro “Transformação digital e cultura de produto: Como colocar a tecnologia no centro da estratégia da sua empresa“, que vou também disponibilizar aqui no blog. Até o momento, já publiquei aqui:
- Sobre o livro
- Parte 1: Conceitos
- Capítulo 1: A tal da transformação digital – Projeto e Produto
- Capítulo 2: Incerteza e transformação digital
- Capítulo 3: Tipo de empresa
- Capítulo 4: Tipo de empresa x maturidade digital
- Capítulo 5: Modelos de negócio
- Capítulo 6: Cultura ágil, digital e de produto
- Parte 2: Princípios
- Capítulo 7: Entregas rápidas e frequentes – Medindo e gerenciando a produtividade – Estudo de caso: Grupo Dasa – Estudo de caso: Itaú Unibanco
- Capítulo 8: Foco no problema – O Famoso Discovery de Produto – Por que o modelo “negócios demanda → tecnologia implementa” não funciona? – Estudo de Caso: Magazine Luiza
- Capítulo 9: Entrega de resultado – Time Terceirizado ou Time Interno? – Estudo de Caso: Centauro
- Capítulo 10: Mentalidade de ecossistema
- Parte 3: Ferramentas
- Capítulo 11: Visão de Produto – Exemplos de visão de produto
- Capítulo 12: Estratégia de Produto
- Capítulo 13: Estrutura de time – Como estruturar times de desenvolvimento de produto mais eficazes – Times estruturais
Treinamento e consultoria em gestão de produtos e transformação digital
Ajudo líderes de produto (CPOs, heads de produtos, CTOs, CEOs, tech founders, heads de transformação digital) a enfrentarem seus desafios e oportunidades de produtos digitais por meio de treinamentos e consultoria em gestão de produtos e transformação digital.
Gestão de produtos digitais
Você trabalha com produtos digitais? Quer saber mais sobre como gerenciar um produto digital para aumentar suas chances de sucesso, resolver os problemas do usuário e atingir os objetivos da empresa? Confira meu pacote de gerenciamento de produto digital com meus 4 livros, onde compartilho o que aprendi durante meus mais de 30 anos de experiência na criação e gerenciamento de produtos digitais. Se preferir, pode comprar os livros individualmente:
- Transformação digital e cultura de produto: Como colocar a tecnologia no centro da estratégia de sua empresa
- Liderança de produtos digitais: A ciência e a arte da gestão de times de produto.
- Gestão de produtos: Como aumentar as chances de sucesso do seu software.
- Guia da Startup: Como startups e empresas estabelecidas podem criar produtos de software rentáveis.
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