'Thunderbolts*' mistura ideias requentadas com narrativa inesperadamente pessoal; g1 já viu
Nova aposta da Marvel tem equipe de personagens azarões com antagonista bizarro que não deveria funcionar, mas funciona. Filme estreia nesta quinta-feira (1ª) no Brasil. Depois de 35 filmes, pode até parecer que não, mas a Marvel até ainda tenta se reinventar – apenas sofre terrivelmente no processo. "Thunderbolts*" é prova disso. A 36ª aventura da editora estreia nesta quinta-feira (1º) no Brasil, com algumas pré-estreias um dia antes, com uma mistura um pouco desesperadora de ideias requentadas e uma narrativa inesperadamente pessoal. O encontro de uma equipe de azarões azarados e um dos personagens mais esquisitos criados pela Marvel nas últimas décadas não deveria funcionar, mas funciona – ao segurar um pouco socos e tiros e focar na conexão entre eles. Ao mesmo tempo, é quase impossível evitar comparações a antecessores dos mais variados níveis de sucesso. Como uma história sobre um grupo de anti-heróis pouco conhecidos reunido por uma líder inescrupulosa e um inimigo com poderes muito acima dos protagonistas (e outros pontos em comum no campo dos spoilers), o filme exala o perigoso cheiro do péssimo "Esquadrão Suicida" (2016). Por sorte, há personalidade suficiente em "Thunderbolts*" para que lembre mais um ótimo "Guardiões da Galáxia" (2014). As ausências da trilha sonora matadora e de uma árvore e um guaxinim falantes são compensadas por um final parecido, mas melhor, e uma estrela do calibre de Florence Pugh, de volta como a irmã adotiva da protagonista de "Viúva Negra" (2021). Assista ao trailer de 'Thunderbolts*' Quinteto coitado Como o filme reúne alguns dos heróis mais desajustados – e menos conhecidos – do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês), antes mesmo da sinopse é importante apresentá-los: Yelena Belova - a já mencionada assassina/espiã interpretada por Pugh, apresentada no excelente filme de 2021; Bucky Barnes, o antigo Soldado Invernal (Sebastian Stan) – o amigo do Capitão América que se torna um assassino que se torna um anti-herói é provavelmente o mais conhecido do bando; Guardião Vermelho (David Harbour) - pai adotivo de Yelena e a versão soviética do Capitão América; Agente Americano (Wyatt Russell) - um antigo soldado que também tomou o supersoro do Capitão e que adotou a identidade do herói por um tempo na série "Falcão e o Soldado Invernal" antes de cair em desgraça; Fantasma (Hannah John-Kamen) - vilã com poder de atravessar objetos de "Homem-Formiga e a Vespa" (2018). Recrutado como uma espécie de equipe de limpeza de uma nova chefe de inteligência do governo (Julia Louis-Dreyfus), o quinteto se junta quando começa a ser (obviamente) perseguido e, no meio tempo, ainda precisa enfrentar uma das mais poderosas ameaças do MCU. O que merecemos A qualidade da narrativa e do humor varia entre o fraco e o sem graça na maior parte do filme – o que ironicamente ajuda a destacar os poucos acertos do roteiro de Eric Pearson ("Viúva Negra") e Joanna Calo ("The Bear"). Nesse tempo, "Thunderbolts*" se sustenta principalmente no carisma e na química incríveis entre Harbour e a sempre excelente Pugh e dos novatos (de Marvel) Lewis Pullman ("Top Gun: Maverick") e Geraldine Viswanathan ("Garotas em fuga"). O nepo Pullman (filho de Bill,o presidente de "Independence Day") mesmo surpreende, e carrega um personagem fundamental para o sucesso da trama – por mais que seja muito difícil não imaginar como seria a versão de Steven Yeun ("Treta"), que deixou o projeto por conflito de agendas. No fim, entre idas e vindas de uma história das mais previsíveis, "Thunderbolts*" reflete a própria narrativa ao superar probabilidades insuperáveis graças não a músculos ou poderes, mas ao lado humano de seus protagonistas. Eles podem não ser o que o gênero de super-heróis (ou o próprio público) precisa agora, mas é – para o bem ou para o mal – o que merecemos. Cartela resenha crítica g1 g1


Nova aposta da Marvel tem equipe de personagens azarões com antagonista bizarro que não deveria funcionar, mas funciona. Filme estreia nesta quinta-feira (1ª) no Brasil. Depois de 35 filmes, pode até parecer que não, mas a Marvel até ainda tenta se reinventar – apenas sofre terrivelmente no processo. "Thunderbolts*" é prova disso. A 36ª aventura da editora estreia nesta quinta-feira (1º) no Brasil, com algumas pré-estreias um dia antes, com uma mistura um pouco desesperadora de ideias requentadas e uma narrativa inesperadamente pessoal. O encontro de uma equipe de azarões azarados e um dos personagens mais esquisitos criados pela Marvel nas últimas décadas não deveria funcionar, mas funciona – ao segurar um pouco socos e tiros e focar na conexão entre eles. Ao mesmo tempo, é quase impossível evitar comparações a antecessores dos mais variados níveis de sucesso. Como uma história sobre um grupo de anti-heróis pouco conhecidos reunido por uma líder inescrupulosa e um inimigo com poderes muito acima dos protagonistas (e outros pontos em comum no campo dos spoilers), o filme exala o perigoso cheiro do péssimo "Esquadrão Suicida" (2016). Por sorte, há personalidade suficiente em "Thunderbolts*" para que lembre mais um ótimo "Guardiões da Galáxia" (2014). As ausências da trilha sonora matadora e de uma árvore e um guaxinim falantes são compensadas por um final parecido, mas melhor, e uma estrela do calibre de Florence Pugh, de volta como a irmã adotiva da protagonista de "Viúva Negra" (2021). Assista ao trailer de 'Thunderbolts*' Quinteto coitado Como o filme reúne alguns dos heróis mais desajustados – e menos conhecidos – do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês), antes mesmo da sinopse é importante apresentá-los: Yelena Belova - a já mencionada assassina/espiã interpretada por Pugh, apresentada no excelente filme de 2021; Bucky Barnes, o antigo Soldado Invernal (Sebastian Stan) – o amigo do Capitão América que se torna um assassino que se torna um anti-herói é provavelmente o mais conhecido do bando; Guardião Vermelho (David Harbour) - pai adotivo de Yelena e a versão soviética do Capitão América; Agente Americano (Wyatt Russell) - um antigo soldado que também tomou o supersoro do Capitão e que adotou a identidade do herói por um tempo na série "Falcão e o Soldado Invernal" antes de cair em desgraça; Fantasma (Hannah John-Kamen) - vilã com poder de atravessar objetos de "Homem-Formiga e a Vespa" (2018). Recrutado como uma espécie de equipe de limpeza de uma nova chefe de inteligência do governo (Julia Louis-Dreyfus), o quinteto se junta quando começa a ser (obviamente) perseguido e, no meio tempo, ainda precisa enfrentar uma das mais poderosas ameaças do MCU. O que merecemos A qualidade da narrativa e do humor varia entre o fraco e o sem graça na maior parte do filme – o que ironicamente ajuda a destacar os poucos acertos do roteiro de Eric Pearson ("Viúva Negra") e Joanna Calo ("The Bear"). Nesse tempo, "Thunderbolts*" se sustenta principalmente no carisma e na química incríveis entre Harbour e a sempre excelente Pugh e dos novatos (de Marvel) Lewis Pullman ("Top Gun: Maverick") e Geraldine Viswanathan ("Garotas em fuga"). O nepo Pullman (filho de Bill,o presidente de "Independence Day") mesmo surpreende, e carrega um personagem fundamental para o sucesso da trama – por mais que seja muito difícil não imaginar como seria a versão de Steven Yeun ("Treta"), que deixou o projeto por conflito de agendas. No fim, entre idas e vindas de uma história das mais previsíveis, "Thunderbolts*" reflete a própria narrativa ao superar probabilidades insuperáveis graças não a músculos ou poderes, mas ao lado humano de seus protagonistas. Eles podem não ser o que o gênero de super-heróis (ou o próprio público) precisa agora, mas é – para o bem ou para o mal – o que merecemos. Cartela resenha crítica g1 g1