Rick Azevedo contra a jornada de trabalho 6 por 1
No dia 13 de setembro de 2023, o caixa de farmácia Ricardo Cardoso Azevedo teve que chegar ao trabalho às 7 horas, a pedido de sua chefe. Não era seu horário habitual, que ia das 14 às 23 horas, durante seis dias seguidos por semana. De mau humor, ele resolveu postar no TikTok um vídeo que fizera na noite anterior. Na gravação, ele manifestava sua indignação com a jornada de trabalho de seis dias e um de folga: “Gente, eu estou aqui revoltado com essa escala 6 por 1. Eu estou querendo saber quando é que nós, da classe trabalhadora, iremos fazer uma revolução neste país relacionada à escala 6 por 1. É uma escravidão moderna. Moderna não, ultrapassada.” The post Rick Azevedo contra a jornada de trabalho 6 por 1 first appeared on revista piauí.

No dia 13 de setembro de 2023, o caixa de farmácia Ricardo Cardoso Azevedo teve que chegar ao trabalho às 7 horas, a pedido de sua chefe. Não era seu horário habitual, que ia das 14 às 23 horas, durante seis dias seguidos por semana. De mau humor, ele resolveu postar no TikTok um vídeo que fizera na noite anterior.
Na gravação, ele manifestava sua indignação com a jornada de trabalho de seis dias e um de folga: “Gente, eu estou aqui revoltado com essa escala 6 por 1. Eu estou querendo saber quando é que nós, da classe trabalhadora, iremos fazer uma revolução neste país relacionada à escala 6 por 1. É uma escravidão moderna. Moderna não, ultrapassada.”
Em poucas horas, o vídeo teve milhares de visualizações e centenas de comentários, com uma audiência bem acima dos padrões da rede social. Azevedo se lembra de que, à noite, a publicação já havia ultrapassado 100 mil visualizações. “Foi então que comecei a perceber a proporção do que estava acontecendo”, ele conta a Pedro Tavares, na edição deste mês da piauí.
Azevedo havia tocado num nervo exposto da sociedade e dado um passo decisivo para uma mudança radical em sua vida e mesmo para o debate político da esquerda.
Na quinta-feira, dia 14, com a ajuda de seu melhor amigo, o advogado João Victor Félix, ele iniciou a gravação de outros vídeos sobre o mesmo assunto, com transmissões ao vivo em que respondia aos seus seguidores. Como a repercussão só aumentava, alguns dias depois ele criou comunidades no WhatsApp para discutir a jornada 6 por 1.
O debate foi ganhando força nas redes sociais, enquanto Azevedo seguia com os vídeos. Em uma conversa com apoiadores numa das comunidades do WhatsApp, ele escreveu que a mensagem que queria passar é que existe “vida além do trabalho”. Ao ler essa mensagem, um integrante a resumiu numa sigla – VAT. No dia 23 de setembro de 2023, menos de duas semanas depois do primeiro vídeo sobre o tema, emergiu um movimento com nome e sigla: Vida Além do Trabalho (VAT).
Quatro dias depois da criação do VAT, Azevedo elaborou com o amigo João Félix uma petição pública na internet, dirigida ao Congresso, pedindo o fim da jornada de trabalho de seis dias por semana. Em três dias, a petição foi assinada por 20 mil pessoas – hoje tem quase 3 milhões de assinaturas.
Com tanto barulho em torno de seu nome, Rick Azevedo não demorou a perceber que ele próprio poderia construir uma carreira na política. Em março de 2024, Azevedo se filiou ao Psol. “É um partido muito combativo”, diz ele. “Outro ponto crucial foi o fato de o Psol ter sido a única bancada que assinou de forma unânime a PEC pelo fim da escala 6 por 1.”
Azevedo foi eleito no Rio de Janeiro com 29 364 votos, o maior número entre os candidatos do Psol que chegaram à Câmara dos Vereadores.
No dia 25 de fevereiro passado, a deputada Erika Hilton (Psol-SP) protocolou no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2025, que prevê a adoção da carga semanal de quatro dias de trabalho e três dias de descanso.
Assinantes da revista podem ler a íntegra da reportagem neste link.
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