Reputação dos selos “Made in” das marcas de luxo posta à prova com as tarifas de Donald Trump

Polémica ganhou visibilidade nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde vídeos de trabalhadores e agentes de fábricas chinesas revelaram a produção de peças de marcas como Hermès ou Gucci.

Abr 24, 2025 - 19:55
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Reputação dos selos “Made in” das marcas de luxo posta à prova com as tarifas de Donald Trump

A reputação dos selos “Made in Italy” ou “Made in France” está a ser posta à prova, à medida que novas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses revelam os bastidores das cadeias de produção da moda de luxo. A polémica ganhou visibilidade nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde vídeos de trabalhadores e agentes de fábricas chinesas revelaram etapas da produção de peças de marcas como Hermès, Gucci e Louis Vuitton — muitas vezes finalizadas na Europa apenas para receberem o selo de origem europeu.

Segundo as regras da Organização Mundial do Comércio, basta que a “última transformação substancial” de um produto ocorra num país para que este seja considerado o seu local de origem. Este detalhe tem permitido que peças quase completamente fabricadas na China sejam enviadas para a Europa apenas para pequenos acabamentos e posterior rotulagem como produto europeu.

Embora não se trate de uma prática nova nem universalmente abusiva, a recente exposição gerou um debate aceso sobre autenticidade, valor e os verdadeiros custos da moda de luxo. Algumas publicações virais sugerem que malas de mais de 30 mil dólares podem custar menos de mil a produzir, alimentando dúvidas sobre os preços praticados e a transparência das marcas.