Regras rigorosas sobre quem pode se tornar o próximo Papa após a morte do Papa Francisco

O mundo recebeu a notícia com pesar: o Papa Francisco faleceu na manhã de segunda-feira de Páscoa, aos 88 anos. De acordo com comunicado oficial do Vaticano, seu último suspiro ocorreu às 7h35 de 21 de abril, pouco mais de um dia após ele ter aparecido na sacada da Basílica de São Pedro para saudar fiéis durante as celebrações da data sagrada. O pontífice, que enfrentava uma recuperação recente de pneumonia dupla — problema que o manteve hospitalizado por cinco semanas —, deixou um legado marcado por gestos de simplicidade e defesa dos mais vulneráveis.

Mensagens de condolências rapidamente se espalharam. Líderes globais expressaram admiração pelo trabalho do religioso. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou a dedicação de Francisco aos “pobres, oprimidos e esquecidos”, enquanto o rei Charles III lembrou com emoção o encontro que teve com o pontífice no início do mês, em Roma. Até mesmo fora do âmbito religioso, sua influência foi reconhecida, evidenciando o alcance de sua voz em temas como justiça social e cuidado com o meio ambiente.

O luto e os próximos passos

O Papa Francisco faleceu na segunda-feira de Páscoa após uma doença recente

Segundo a tradição católica, nove dias de luto — conhecidos como Novendiale — serão observados por fiéis de todos os continentes. Após esse período, o corpo de Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, um local especial em sua trajetória: foi lá que, em 2013, ele rezou pela primeira vez após ser eleito papa, pedindo proteção à Virgem Maria.

Enquanto a Igreja se prepara para despedir seu líder, outro processo crucial se inicia: a escolha do sucessor. A responsabilidade recai sobre o Colégio de Cardeais, grupo composto por 252 membros, mas apenas 138 deles — aqueles com até 80 anos de idade — terão direito a votar no próximo conclave. A eleição ocorre em sigilo, na Capela Sistina, e segue regras rigorosas estabelecidas há séculos.

Quem pode se tornar papa?

As exigências para assumir o posto são específicas. O candidato precisa ser homem, batizado na Igreja Católica, solteiro (ou viúvo) e ter pelo menos 35 anos. Além disso, é necessário ter formação em teologia, direito canônico ou estudos bíblicos. Embora a maioria dos papas tenha sido composta por cardeais ou bispos, teoricamente até um leigo — alguém sem ordens sacras — poderia ser escolhido, desde que atendesse aos critérios básicos.

O homem de 88 anos discursou para a multidão em Roma apenas um dia antes de morrer

Neste momento, nomes como Pietro Parolin (Secretário de Estado do Vaticano), Peter Erdö (da Hungria), Luis Antonio Tagle (Filipinas), Matteo Zuppi (Itália) e Raymond Leo Burke (Estados Unidos) circulam como possíveis favoritos. A diversidade geográfica da lista reflete uma mudança iniciada pelo próprio Francisco, que se tornou o primeiro pontífice nascido fora da Europa em mais de 1.200 anos — um argentino que carregava no discurso a realidade de uma Igreja global.

Um pontificado histórico

A eleição de Francisco, em 2013, já havia surpreendido o mundo. Nascido em Buenos Aires, ele trouxe um estilo mais informal ao Vaticano, optando por moradias simples e gestos como abraçar pessoas com deficiências ou visitar comunidades carentes. Sua abordagem gerou debates, mas também renovou o interesse na instituição religiosa, especialmente entre jovens.

Agora, enquanto os cardeais se preparam para um conclave que definirá os rumos da Igreja, milhões aguardam para ver se o próximo papa manterá esse legado de proximidade ou seguirá novos caminhos. Uma certeza permanece: o processo, repleto de simbolismo e tradição, continuará a capturar a atenção de fiéis e curiosos, como um dos eventos mais fascinantes — e misteriosos — da história contemporânea.

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