Entenda como funciona a escolha de um novo papa após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos

A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira, 21 de abril, marca o fim de uma era para a Igreja… Esse Entenda como funciona a escolha de um novo papa após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

Abr 21, 2025 - 16:04
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Entenda como funciona a escolha de um novo papa após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos
papa

A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira, 21 de abril, marca o fim de uma era para a Igreja Católica. Nascido Jorge Mario Bergoglio na Argentina, ele foi o primeiro pontífice das Américas e o primeiro não europeu em mais de 1.200 anos, desde o sírio Gregório III.

Sua trajetória, marcada por gestos de humildade e uma abordagem progressista em temas como justiça social, acolhimento a refugiados e diálogo com minorias, deixou uma marca profunda. Agora, o Vaticano inicia um processo complexo e repleto de simbolismos para escolher seu sucessor, um ritual que combina tradição milenar e protocolos rigorosos.

Nos próximos dias, o corpo do Papa Francisco será velado na Basílica de São Pedro, seguido por nove dias de luto oficial. Diferente de seus antecessores, que repousam em criptas no Vaticano, Francisco expressou o desejo de ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, local que considerava especial por abrigar um ícone mariano ao qual dedicava frequentes visitas. Esse detalhe reflete sua personalidade: um líder que valorizava gestos pessoais mesmo dentro das estruturas tradicionais.

O papa morreu após uma batalha de saúde na segunda-feira

O papa morreu após uma batalha de saúde na segunda-feira

Enquanto isso, os preparativos para a eleição do novo papa já estão em curso. A responsabilidade recai sobre o Colégio de Cardeais, um grupo de cerca de 120 integrantes (dos mais de 220 existentes) com direito a voto. Dois terços desses eleitores foram nomeados pelo próprio Francisco ao longo de seus mais de dez anos de pontificado, o que sugere que a maioria compartilha sua visão de uma Igreja mais aberta e inclusiva. Nos próximos dias, esses cardeais — provenientes de mais de 70 países — se reunirão em Roma para o conclave, termo derivado do latim cum clave (“com chave”), uma referência ao isolamento total do processo.

O ritual começa com a frase extra omnes (“todos para fora”), ordenando que todos, exceto os cardeais eleitores, deixem a Capela Sistina. As portas são trancadas, e os participantes juram sigilo absoluto sobre as discussões. Para garantir a privacidade, o local é revistado em busca de dispositivos de escuta, e os cardeais têm acesso cortado ao mundo exterior: celulares, jornais e até cartas são confiscados. Eles se hospedam na Casa Santa Marta, residência simples dentro do Vaticano onde o próprio Francisco viveu por anos, evitando os apartamentos luxuosos tradicionais.

As votações ocorrem duas vezes ao dia, com intervalos para reflexão. Cada cardeal escreve o nome de seu candidato em um papel, que é queimado após a contagem. Produtos químicos são adicionados às urnas para gerar fumaça preta (votação inconclusiva) ou branca (eleição definida). Se após sete rodadas nenhum nome alcançar dois terços dos votos, há uma pausa de 24 horas para orações. Caso o impasse persista por 30 votações, as regras mudam: basta maioria simples (50% mais um voto) para eleger o novo líder. O recorde histórico de demora ocorreu em 1922, quando o conclave durou cinco dias.

É um processo secreto

Embora qualquer homem batizado possa teoricamente ser escolhido, a tradição recente favorece cardeais. Ao ser eleito, o candidato deve aceitar o cargo e escolher um novo nome — Francisco, por exemplo, homenageou São Francisco de Assis, símbolo de simplicidade. A confirmação é anunciada ao mundo pelo decano do Colégio de Cardeais, que aparece na sacada da Basílica de São Pedro com a frase Habemus Papam (“Temos um papa”).

O legado de Francisco influenciará inevitavelmente a escolha. Durante seu papado, ele defendeu ações contra a mudança climática, criticou a desigualdade global, mediou conflitos como a guerra na Ucrânia e promoveu gestos de abertura a grupos historicamente marginalizados, incluindo a comunidade LGBTQ+.

Muitos analistas apostam que o próximo pontífice dará continuidade a essa linha, equilibrando reformas com os valores tradicionais da Igreja. O desafio, no entanto, será enorme: unir mais de 1,3 bilhão de fiéis em um mundo cada vez mais polarizado exige não apenas fé, mas também habilidade política e diplomática.

Enquanto o novo papa não é anunciado, o mundo aguarda a fumaça branca subir da Capela Sistina. Cada detalhe desse processo, dos votos queimados ao isolamento dos cardeais, reforça o misticismo e a solenidade de uma tradição que atravessa séculos. Para os católicos, é um momento de esperança e renovação. Para os curiosos, uma janela única para os bastidores de uma das instituições mais antigas e influentes do planeta.

Esse Entenda como funciona a escolha de um novo papa após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.