Reforma do IR: Fazenda admite que mudanças mais amplas são necessárias, mas descarta proposta 'em meio de mandato'

Proposta enviada em março amplia isenção para R$ 5 mil e cria compensações, mas não inclui IR das empresas e nem lucros e dividendos. Texto ainda será analisado pelo Congresso. Governo enviou em março uma proposta de ampliação da faixa de isenção do IR para até R$ 5 mil, e medidas compensatórias Getty Images via BBC O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, admite que uma reforma mais ampla do Imposto de Renda é necessária para promover uma maior progressividade, ou seja, taxar proporcionalmente mais os ricos — como acontece nos países desenvolvidos. Em entrevista ao g1, entretanto, ele avaliou que não é possível levar esse objetivo adiante no meio de um mandato presidencial. Em sua visão, esse tipo de reforma tem de ser feita no início de cada governo. No começo da atual gestão, a equipe econômica optou pela reforma tributária sobre o consumo. "Essa é uma discussão que não faz do dia para a noite, no meio de um mandato. A gente precisa de tempo para construir isso com a sociedade, porque vai envolver um pacto social, uma mudança no padrão de tributação muito grande", disse Pinto. "Você tem hoje o Simples pagando 6% de alíquota efetiva, você tem o [lucro] presumido pagando 11% de alíquota efetiva e, mesmo no lucro real, a gente tem uma série de benefícios que fazem com que a alíquota real fique em 20%", seguiu o secretário.

Abr 7, 2025 - 05:47
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Reforma do IR: Fazenda admite que mudanças mais amplas são necessárias, mas descarta proposta 'em meio de mandato'

Proposta enviada em março amplia isenção para R$ 5 mil e cria compensações, mas não inclui IR das empresas e nem lucros e dividendos. Texto ainda será analisado pelo Congresso. Governo enviou em março uma proposta de ampliação da faixa de isenção do IR para até R$ 5 mil, e medidas compensatórias Getty Images via BBC O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, admite que uma reforma mais ampla do Imposto de Renda é necessária para promover uma maior progressividade, ou seja, taxar proporcionalmente mais os ricos — como acontece nos países desenvolvidos. Em entrevista ao g1, entretanto, ele avaliou que não é possível levar esse objetivo adiante no meio de um mandato presidencial. Em sua visão, esse tipo de reforma tem de ser feita no início de cada governo. No começo da atual gestão, a equipe econômica optou pela reforma tributária sobre o consumo. "Essa é uma discussão que não faz do dia para a noite, no meio de um mandato. A gente precisa de tempo para construir isso com a sociedade, porque vai envolver um pacto social, uma mudança no padrão de tributação muito grande", disse Pinto. "Você tem hoje o Simples pagando 6% de alíquota efetiva, você tem o [lucro] presumido pagando 11% de alíquota efetiva e, mesmo no lucro real, a gente tem uma série de benefícios que fazem com que a alíquota real fique em 20%", seguiu o secretário.