Reator nuclear lunar da NASA tem falhas, diz China
Engenheiros da China encontram falhas no reator lunar da NASA e sugerem ajustes que podem aumentar a eficiência e melhorar a durabilidade O post Reator nuclear lunar da NASA tem falhas, diz China apareceu primeiro em Olhar Digital.

Engenheiros nucleares chineses afirmam ter encontrado problemas no projeto Fission Surface Power (FSP), o futuro reator lunar da NASA. Segundo eles, pequenos ajustes poderiam aumentar a eficiência do sistema em 75%, melhorando a produção de energia e a durabilidade.
O reator FSP faz parte dos planos da agência espacial dos EUA para bases sustentáveis na Lua e foi concebido sem o uso de moderadores de nêutrons. Ele foi projetado para funcionar de forma autônoma, garantindo energia mesmo durante as longas noites lunares, que duram cerca de duas semanas. A expectativa era que o sistema fornecesse 40 quilowatts de energia – suficiente para abastecer 30 casas por uma década.
Para operar nesse ambiente hostil, o reator utilizaria barras cilíndricas de urânio altamente enriquecido e uma proteção espessa de berílio contra a radiação intensa. No entanto, os engenheiros chineses apontam que o combustível nuclear se expande com o tempo, limitando a vida útil do reator a oito anos.
Outro ponto crítico está no sistema de controle de reatividade. O FSP da NASA usa tambores de controle de um único caminho, o que, segundo a equipe chinesa, reduz as opções de segurança. O reator também não conta com mecanismos redundantes de desligamento, o que pode aumentar os riscos operacionais.
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Chineses apostam em design mais eficiente
Os pesquisadores da Corporação Nuclear Nacional da China (CNNC) propõem um novo modelo de reator lunar, publicado na revista científica Atomic Energy Science and Technology. O projeto se inspira no TOPAZ-II, um reator soviético dos anos 1980, e introduz melhorias que prometem aumentar a eficiência e a segurança.
Uma das principais diferenças é o uso de barras de combustível em formato anular e moderadores de hidreto de ítrio. Essa configuração permite uma melhor dissipação de calor e um controle mais eficiente da reação nuclear. Além disso, o hidreto de ítrio é mais estável em temperaturas extremas, reduzindo riscos de falha.
Outra vantagem do reator chinês seria o menor consumo de combustível. Enquanto o modelo da NASA precisa de 70 kg de urânio-235, o design chinês requer apenas 18,5 kg, convertendo nêutrons rápidos em nêutrons térmicos com mais eficiência. Isso significa um reator mais leve e econômico para futuras missões lunares.
Pequenos avanços podem colocar China à frente
O sistema chinês também usa um resfriamento duplo com metal líquido (NaK-78), que mantém a temperatura abaixo de 600°C e melhora a estabilidade do reator. Para segurança, o projeto inclui três hastes de carboneto de boro e oito tambores de controle rotativos, garantindo um desligamento seguro em caso de emergência.
Com essas inovações, o reator chinês pode operar por mais de 10 anos com alta eficiência e menos riscos. Além disso, suas hastes de combustível podem ser fabricadas rapidamente por grandes empresas, incluindo a americana Westinghouse.
Conforme destaca o South China Morning Post, enquanto a China avança, a NASA enfrenta cortes orçamentários e atrasos no programa Artemis, sua principal iniciativa para o retorno à Lua. Se os chineses conseguirem implementar suas melhorias antes dos norte-americanos, podem garantir uma vantagem estratégica na corrida por bases lunares permanentes.
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