Projeto OVNI: Explicamos o final da 1ª temporada da série da Netflix
Final intenso revela que a maior ameaça está no próprio planeta Terra. O post Projeto OVNI: Explicamos o final da 1ª temporada da série da Netflix apareceu primeiro em Observatório do Cinema.


No início, tudo em Projeto OVNI parece caminhar para uma investigação sobre extraterrestres. Um homem afirma ter sido abduzido, especialistas discordam, e o público se divide entre crédulos e céticos. Mas o que parecia ser apenas mais uma história sobre contato alienígena se transforma em um mergulho profundo sobre manipulação, trauma e poder.
Ambientada na Polônia dos anos 80, a trama gira em torno de Jan Polgar, apresentador de um programa de TV sobre avistamentos ufológicos, e Zbigniew Sokolik, um entusiasta de fenômenos inexplicáveis. Ambos se envolvem no caso de Józef Kunik, homem que relata ter sido abduzido por criaturas vindas de um lago. O relato de Kunik ganha força após ele passar por um detector de mentiras e descrever com precisão sua experiência.
Uma mentira que cresce demais
Conforme os episódios avançam, fica claro que o suposto contato alienígena é mais do que parece. Descobrimos que a carta que deu início à investigação foi escrita pelo próprio Sokolik. Ele teria hipnotizado Kunik e implantado as memórias da abdução como forma de provar suas teorias, desacreditadas após ser ridicularizado na TV.
O plano funciona por um tempo. A mídia adere à narrativa, o público se empolga e até o governo se envolve, instrumentalizando o caso para fins autoritários. Quando Sokolik tenta revelar a verdade, já é tarde: o mito já foi adotado como verdade oficial. O que começou como vingança pessoal se torna uma ferramenta de manipulação em escala nacional.
A série também mostra como o governo fictício da Polônia, sob o regime USO (Utilitarian State Occupation), usa o medo alienígena para justificar prisões, censura e repressão. Em vez de combater uma suposta invasão, as autoridades combatem a dissidência, usando o caos como cobertura para manter o controle.
A mídia, conivente ou coagida, reforça a mentira até que ela se torne realidade aceita. Personagens como Polgar e sua colega Wera, que inicialmente se mostravam questionadores, acabam servindo à narrativa dominante. O final é uma crítica à facilidade com que a verdade pode ser moldada por quem detém o poder sobre a informação.
O drama por trás da ficção
Outro ponto marcante da conclusão é a revelacão sobre Antek, irmão de Sokolik. Seu desaparecimento alimentou teorias sobre alienígenas aquáticos, mas o que se descobre é que ele morreu em um acidente de pesca. A descoberta da mão de madeira de Antek é simbólica: é a prova concreta que desmonta um castelo de ilusões.
Essa revelação também contribui para a queda de Sokolik. Seu mergulho em teorias conspiratórias, alimentado pelo luto, se transforma em uma espécie de cruzada pessoal. No fim, ele é preso, e seu experimento é absorvido por um sistema que transforma mentiras em verdades oficiais.
Sara, filha de Sokolik, também diz ter visto alienígenas. Mas a série nunca confirma se suas visões são reais ou frutos de um ambiente marcado por medo, luto e desinformação. Um dos desenhos de Sara mostra um alienígena que lembra o primeiro-ministro, sugerindo que, talvez, ela esteja processando os traumas da época por meio de imagens fantásticas.
Sem passar por hipnose, suas memórias são consideradas mais puras, mas o roteiro sugere que nem mesmo isso é garantia de veracidade. O simbolismo de sua narrativa é mais importante que a veracidade dos fatos. Ao fim, Sara representa uma geração marcada por medo e silêncios, onde a realidade se confunde com a propaganda.
Projeto OVNI encerra sua primeira temporada questionando se é mais estranho acreditar em alienígenas ou nos sistemas que organizam nossas vidas. Um final inquietante, que desloca o foco do espaço para a terra firme, onde a verdade é moldada por interesses humanos.
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