Path of Exile 2: Dawn of the Hunt – Impressões

Conteúdo sazonal é provavelmente a maior contribuição que o Path of Exile original trouxe pro gênero. Claro que resets de rankings e outros tipos de conteúdos “cíclicos” já existiam desde Diablo II, mas o modo como a Grinding Gear Games passou a periodicamente adicionar mini expansões em seu jogo acabou mudando não só a fórmula do próprio título mas também o modo como os demais ARPGs passariam a evoluir.

Embora ele ainda esteja em Early Access, a chegada de Dawn of the Hunt, a primeira e maior atualização de Path of Exile 2 marca o momento em que a GGG começa a iniciar um novo legado para a franquia, adicionando uma nova classe e ainda mais sistemas de endgame que vão moldar o modo como sua comunidade vai interagir com o jogo pelos próximos anos.

Se você é minimamente familiar com Diablo II então você vai se sentir em casa com a nova classe, a Caçadora.  A primeira adição do título é nada mais que uma nova interpretação da Amazona, a antiga mercenária que mescla ataques a longa distância e curto alcance ao mesmo tempo.

Durante a nova jornada em Wraeclast você vai encontrar um companheiro de classe durante os primeiros mapas da aventura, iniciando uma nova atividade de caça onde os inimigos ficam mais fortes mas também derrubam melhores espólios, tudo isso com um pouquinho de lore e imersão que já virou praxe da franquia.

O que faz a Caçadora se destacar entre as demais classes é justamente o fato do seu combate ser híbrido. Sua lança é excelente quando o assunto é manter inimigos a longa distância, mas ela também consegue se sustentar bem caso alguém consiga se aproximar dela.

A mobilidade dela é outro ponto forte, especialmente pelo fato de conseguir ser ágil desde o começo da campanha. Enquanto as demais classes costumam ser mais cadenciadas nos primeiros atos, a Caçadora já começa a história com algumas habilidades de locomoção disponíveis, tornando ela ainda mais letal.

Por mais que ela tenha chegado em Wreaclast com diversas novas habilidades, seu golpe mais popular é a Lança Relampejante (outra referência pra Amazona do Diablo II). O que faz esse ataque sobressair dos demais é a facilidade que ele tem para limpar a tela, perfurando diversos inimigos com um arremesso só.

Outra adição que traz um pouco de modernidade para a nova guerreira é uma espécie de parry que derruba qualquer inimigo que estiver na ofensiva, atordoando eles no processo. Embora isso não pareça lá muito especial, principalmente quando comparado a jogos de ação mais recentes, esse tipo de interação não é muito comum em RPGs isométricos do estilo.

Isso só que mesmo depois de diversos tópicos e discussões sobre o quão diferente PoE2 é, a visão que a Grinding Gear Games tem para o jogo continua intacta. A ênfase na continuação é criar um jogo mais metódico, deixando o lado ‘’ação’’ florescer mais e não necessariamente focar em builds de apenas ‘’um botão’’.

Dito isso, a Caçadora não foi a única a receber novas ferramentas. Foram adicionadas mais de 100 habilidades de suporte e diversos itens únicos que prometem mudar a forma como todas as demais classes são jogadas.

Talvez a adição mais significativa para o resto do cast se encontra na implementação de três novas ascensões (evoluções de classe).

O guerreiro se torna um Ferreiro de Kitava, capaz de forjar as próprias armaduras. A Bruxa volta a ter uma das suas evoluções mais populares, a Lich, que consegue comandar exércitos de mortos vivos, enquanto o Mercenário se torna um Estrategista, uma espécie de arqueiro que se beneficia mais de armadilhas e outras ferramentas de ‘’utilidade’’.

O segundo pilar dessa atualização é mais direcionado ao endgame, que ainda estava tentando se encontrar diante de todas as mudanças que Path of Exile 2 trouxe pra fórmula.

Embora a maioria dos mapas ainda sejam gigantes, ficar perdido agora não é mais um bicho de sete cabeças, já que minimapa agora direciona melhor o jogador na direção dos inimigos mais próximos, eliminando (ou pelo menos reduzindo) aquela chatice toda de ficar procurando onde ficou o último monstro restante.

O balanceamento do sistema de mapas em si também ficou bem melhor, algo que foi forte fonte de críticas desde a primeira semana onde a punição por derrotas era muito grande, enquanto a recompensa era fraca, desmotivando muitos jogadores a sequer tentar os eventos que acontecem aleatoriamente.

Falando em eventos, a GGG adicionou vários novos encontros que podem acontecer enquanto você navega pelos mapas de endgame.

Você pode ser atacado por Exilados Renegados, NPCs que usam as mesmas ferramentas disponíveis para o jogador, trazendo uma vibe mais ‘’PVP’’ pra jornada. A parte mais legal dessas invasões é que os rivais vão sempre estar usando o equipamento apropriado pro tipo de build deles. Se você ver um oponente com ataques e armaduras que parecem interessantes para o seu personagem então é melhor que você corra atrás de vencer as lutas e roubar seus espólios.

A quantidade de zonas novas que compõem o sistema de mapas também foi expandida com diversas outras mudanças de equilíbrio também. A parte mais divertida dessas novas áreas é que algumas parecem ter sido fortemente influenciadas por temporadas do jogo original, trazendo desafios que tem recompensas mais ‘’específicas’’, diminuindo um pouco do RNG tradicional da série.

Embora a experiência durante o endgame tenha sido drasticamente melhorada graças a novos sistemas e rebalanceamentos, a fase inicial da campanha ainda se encontra arrastada.

Como eu disse anteriormente, a visão da equipe é fazer um jogo mais lento, metódico, dando ênfase ao lado mais ‘’ação’’ dos ARPGs isométricos, mas acontece que quando boa parte do seu tempo durante a campanha se resume a ‘’cutucar’’ inimigos por horas e horas, sem conseguir alguma mínima recompensa, e ainda precisando atravessar alguns dos maiores mapas que eu já vi no gênero as coisas acabam ficando monótonas bem rápido.

Vale a pena mencionar que durante a semana de lançamento da temporada um patch foi lançado para tentar aliviar muitos desses problemas, acontece que até mesmo quase um mês depois, o sentimento de precisar terminar uma campanha arrastada duas vezes para chegar na parte interessante ainda dá um desânimo muito forte.

Dito isso, Dawn of the Hunt ainda é um ótimo primeiro passo na direção que Path of Exile 2 quer trilhar.

Embora a campanha ainda esteja incompleta e entediante, o jogo em si se encontra em um estado muito melhor do que no lançamento. A caçadora é fácilmente a minha classe favorita até então, ter invasões no estilo Dark Souls (a comparação é batida mas nesse caso faz sentido) é algo que eu honestamente quero que mais jogos copiem e o endgame deve me manter ocupado pelas próximas semanas.

Se o Path of Exile original pode servir de exemplo, então provavelmente veremos sua continuação melhorar com cada atualização que ainda vai receber durante o Early Access, o que me deixa extremamente animado para ver como o título vai se sair quando seu potencial for alcançado.

Conteúdo produzido com um código fornecido pela Grinding Gear Games.

Números de Path of Exile 2: O Despertar da Caçada

O Despertar da Caçada, a primeira grande atualização de Path of Exile 2 já está disponível, e a desenvolvedora Grinding Gear Games compilou dados curiosos das três primeiras semanas dessa atualização para compartilhar com você. Confira a seguir:

• O Árbitro das Cinzas foi morto mais de 355.877 vezes
• 3.406.779 Mapas Únicos foram completados
• 3,27 trilhões de ouro foram adquiridos, o que equivale a 6,48 bilhões de ouro por hora
• 1,44 bilhão de instâncias foram encerradas
• 185.961.090 de mortes de jogadores nas Ligas padrão
• 291.112 de mortes de jogadores nas Ligas hardcore

A seguir, confira o ranking de classes mais utilizadas pelos jogadores desde o lançamento de O Despertar da Caçada:

1. Amazona – 23,78%
2. Lich – 12,27%
3. Atiradora – 10,12%
4. O Ferreiro de Kitava – 8,15%
5. O Arcanista – 7,87%
6. O Acólito de Chayula – 0,74%
7. A Cronomante – 1,32%
8. O Estrategista – 1,77%
9. O Incitador – 1,77%
10. A Desbravadora – 1,82%