“Olhar só pra dentro é o maior desperdício”

A frase que dá título a este artigo vem de uma música de Nando Reis. Ela poderia ser título para os mais variados textos. Mas, hoje, quero falar sobre nosso querido mercado de trabalho, do qual fazemos parte e queremos fazer.   Pra início de conversa, quem é este “ser”, o “mercado”? Pessoas. Pessoas que mandam. Pessoas que decidem coisas. Pessoas que estabelecem práticas e regras. Pessoas que contratam pessoas.  Pois bem, recentemente, O Boticário pôs... O post “Olhar só pra dentro é o maior desperdício” apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.

Mai 6, 2025 - 12:56
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“Olhar só pra dentro é o maior desperdício”

(Crédito: Shutterstock)

A frase que dá título a este artigo vem de uma música de Nando Reis. Ela poderia ser título para os mais variados textos. Mas, hoje, quero falar sobre nosso querido mercado de trabalho, do qual fazemos parte e queremos fazer.  

Pra início de conversa, quem é este “ser”, o “mercado”? Pessoas. Pessoas que mandam. Pessoas que decidem coisas. Pessoas que estabelecem práticas e regras. Pessoas que contratam pessoas. 

Pois bem, recentemente, O Boticário pôs no ar uma linda iniciativa para os talentos 45+. Parabéns ao Boticário, à liderança da Renata Gomide e a todo seu time. A iniciativa é algo efetivo para dar uma virada nas vidas destas mulheres, através de capacitação. As empresas têm poder financeiro e alcance. Grandes chances deste projeto ser um sucesso. Pode dar uma virada na vida de muita gente. E que maravilha quando isso acontecer! 

Gosto sempre de ir do mais amplo para o mais específico. Assim, queria abordar outros aspectos no cenário do mercado de trabalho, antes de afunilar nas mulheres 45+ 

Primeiro, afirmo que sim, continua sendo mais difícil para as mulheres conseguirem uma colocação do que para os homens. Sabe quando você tem comprovadamente mais competências que aqueles homens que estavam concorrendo com você, mas um deles fica com a vaga? Isso aconteceu comigo. E não foi só uma vez.  

Segundo, chega uma época da vida que uma mulher experiente, torna-se uma espécie de vítima do seu CV. A frase “você é muito grande pra essa cadeira” também foi uma frase que ouvi muito. Ora, deixe que a pessoa decida se pode ir pra uma cadeira menor. Olha que baita oportunidade pra empresa. Pior é ter alguém menor que a cadeira no lugar.  

Tenho talentos, graças a Deus, e muito preparo, graças a mim mesma. Sempre posso empreender, e o fiz, mas isso é outra história. Quero falar do mercado empregador. 

No LinkedIn, leio recorrentemente posts de profissionais indignados porque haviam sido desligados dos seus empregos, tendo sido pegos de surpresa. Muitas vezes, é uma demissão por custos. Pode ver que, na maioria das vezes, estes textos surpresos tratam de um desligamento sem transparência. As pessoas se perguntam o que deixaram de entregar, o que mais poderiam ter feito se se dedicavam e recebiam elogios, se haviam ajudado a conquistar negócios, enfim, se lhes parecia ter feito tudo certo. O que havia de errado, então? Por que justamente ela estava sendo dispensada? Terá sido por idade, gênero, comportamento? Alguém na empresa sabia, mas não estava claro para o desligado. 

O que isso tem a ver com a iniciativa do Boticário? É que muitas destas pessoas são 45+. Aí elas partem para a busca de uma nova colocação e vem uma outra queixa comum, que considero péssima. É o seguinte: sabemos que o tempo de quem procura uma coisa é totalmente diferente do tempo de quem tem aquela coisa a oferecer.  

Quem procura trabalho tem pressa. Isso é normal. O que não é normal é, mesmo demorando, pessoas com quem você já trabalhou, que você considera sua amiga ou conhecida, jamais responderem mensagens, não mandarem sequer um “cara, sinto muito, mas não vai rolar nada aqui agora” ou “seu curriculum tá estacionado, faz um curso de tal coisa” ou então “meu, tô num período muito difícil da minha vida. Não estou podendo te dar atenção agora”. 

Leitor ou leitora, se você já deixou alguém num vácuo de silêncio um dia, reflita. O mundo dá voltas, um dia “por cima” pode virar um dia “por baixo” amanhã e vice-versa. E se um dia você precisar ligar pra esta pessoa que você não atendeu hoje? Nem que seja por mera educação, não é melhor responder? Responda mesmo que a resposta seja negativa. Responda mesmo que já tenha passado semanas que alguém te procurou. Responda mesmo que você já esteja com a vida ganha e ache que nunca mais precisará de ninguém.  

A não-resposta provoca ansiedade e insegurança e mina a autoconfiança de ótimos profissionais. Não me refiro só à autoconfiança profissional, mas como pessoa. “Por que não dão a mínima para o meu desespero?”. Coloque-se no lugar desta pessoa que tem família, despesas, dívidas talvez, que precisa trabalhar.  

Fico muito feliz quando recebo o contato de alguém, mesmo semanas depois, explicando por que razão não pôde me retornar em determinada época. Isso é educado. Agradeço. 

Também agradeço à pessoa que me procurou na dificuldade, que eu tentei ajudar, e depois me mandou mensagem pra dizer “agora está tudo bem”. Educação em dobro                         </div>
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