Nova pesquisa sugere conexão entre vírus comum e Alzheimer

Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Arizona State University aponta uma possível ligação entre a doença de Alzheimer (DA) e uma infecção intestinal crônica causada por um vírus comum, o citomegalovírus (CMV). Publicada no Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, a pesquisa sugere que o CMV pode viajar do intestino para […]

Mar 9, 2025 - 14:35
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Nova pesquisa sugere conexão entre vírus comum e Alzheimer

Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Arizona State University aponta uma possível ligação entre a doença de Alzheimer (DA) e uma infecção intestinal crônica causada por um vírus comum, o citomegalovírus (CMV). Publicada no Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, a pesquisa sugere que o CMV pode viajar do intestino para o cérebro, contribuindo para o desenvolvimento da doença neurodegenerativa.

As descobertas do estudo

A equipe de cientistas analisou tecido de órgãos de 101 doadores de corpos, sendo 66 deles diagnosticados com Alzheimer. Eles encontraram a presença de microglia “marcada” — células imunológicas do cérebro — em um terço dos cérebros dos doadores com Alzheimer. Essa microglia exibia a proteína CD83, um marcador de resposta imunológica.

Ao investigar tecidos intestinais dos mesmos doadores, os pesquisadores identificaram altos níveis de anticorpos IgG4, que estavam diretamente ligados ao CMV. Eles também encontraram o vírus no nervo vago, um canal fundamental que conecta o intestino ao cérebro. Esse achado reforça a hipótese de que a infecção crônica intestinal pelo CMV pode estar relacionada ao desenvolvimento do Alzheimer.

Pesquisadores encontram possível conexão entre a doença de Alzheimer (DA) e uma infecção intestinal crônica causada por um vírus comum, o citomegalovírus (CMV)

CMV e a progressão do Alzheimer

Testes laboratoriais mostraram que a exposição ao CMV levou ao aumento da produção de proteínas beta-amiloide e tau, ambas associadas à neuroinflamação e à progressão do Alzheimer. Especialistas dizem que a beta-amiloide pode atuar como um mecanismo de defesa contra infecções cerebrais, incluindo o CMV.

Apesar disso, os cientistas ainda investigam se a microglia CD83 desempenha um papel protetor ou prejudicial no cérebro. Compreender essa dinâmica pode ser fundamental para o desenvolvimento de novas terapias para Alzheimer.