NASA desvenda mistério das moléculas de água na Lua: vêm do Sol

Cientistas da NASA conseguiram desvendar o mistério sobre as moléculas de água na Lua, revelando que o vento solar é responsável pelo fenômeno.

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Em um estudo publicado em março, os cientistas reproduziram as condições lunares em um ambiente controlado usando as amostras do solo da Lua que os astronautas do Programa Apollo coletaram. No experimento, os cientistas da NASA criaram um ambiente especial com um dispositivo que dispara partículas solares. Além disso, eles usaram um detector de moléculas em uma câmera sem ar que simula o ambiente lunar.

Com este aparato, os cientistas deixaram as amostras do solo da Lua expostas ao vento solar durante dias, correspondendo a 80 mil anos de exposição real. Análises espectrométricas mediram como as amostras refletiam a luz, revelando alterações químicas nas rochas — com sinais óbvios de formação molecular no espectro infravermelho onde a água absorve energia.

Além disso, conforme o estudo da NASA, uma queda de sinal de comprimento de banda de três mícrons confirmou a presença de água e hidroxila, por ser um indicador conhecido.

O estudo não conseguiu determinar a proporção exata de água e hidroxila, mas as evidências sugerem que ambas as moléculas se formaram durante o experimento. Com isso, os cientistas confirmaram a antiga hipótese de que as moléculas da Lua se formam pelo vento solar.

Por que o Sol forma as moléculas de água na Lua?

O vento solar, composto por prótons de hidrogênio, atinge a superfície da Lua e forma moléculas de hidroxila e de água. Diferentemente da Terra, com seu campo magnético e densa atmosfera, a Lua não possui tal proteção. Desse modo, os prótons do vento solar formam átomos de hidrogênio ao colidirem com elétrons dos regolitos lunares.

Os átomos de hidrogênio migram e realizam ligações com átomos de oxigênio na superfície da Lua, que, por ser rica em minerais, produz hidroxila e moléculas de água.

O estudo, portanto, reforça a teoria de que o vento solar é o fator por trás do ciclo de água da Lua. O experimento também indica um processo contínuo de reabastecimento pela formação de moléculas.

Além disso, a confirmação terá impactos nas futuras missões lunares da NASA, sobretudo a Artemis 3, que visitará o Polo Sul da Lua.

No Polo Sul, aliás, cientistas acreditam que a água fica sob o gelo de regiões obscuras. Segundo a NASA, compreender a formação de água na Lua pode facilitar a extração do recurso por astronautas.

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