Mutirão de vacinação vai às escolas públicas

Governo abre na segunda-feira campanha para imunizar menores de 9 a 14 anos. Meta é alcançar cerca de 28 milhões de alunos

Abr 11, 2025 - 10:29
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Mutirão de vacinação vai às escolas públicas

A partir da próxima segunda-feira as escolas públicas receberão um mutirão de vacinação, cujo objetivo é atualizar a caderneta de imunização de aproximadamente 28 milhões de alunos de idades entre nove e 14 anos — que equivale a 90% do total de crianças e adolescentes elegíveis a receber as vacinas contra febre amarela, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), tríplice bacteriana (DTP), meningocócica, ACWY e HPV.

O mutirão foi anunciado, ontem, pelos ministérios da Saúde e da Educação e segue até 25 de abril. A imunização será realizada nas quase 110 mil unidades de ensino dos 5.544 municípios brasileiros. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a vacinação na escola será uma oportunidade àqueles que não frequentam regularmente unidades básicas de saúde (UBS).

"Aproveitar o espaço escolar não apenas para divulgar, mas, também, quando necessário, para realizar a vacinação e promover a campanha é fundamental", afirmou.

A possibilidade de vacinar crianças e adolescentes nas escolas da rede pública de ensino é aprovada pela bióloga molecular Kelly Magalhães. Coordenadora do Laboratório de Imunologia e Inflamação (Limi) da Universidade de Brasília (UnB), ela frisa que o mutirão abrangerá famílias que teriam dificuldades de levar crianças e adolescentes a um posto de saúde para se vacinarem.

"Será importante ter a disponibilidade da vacinação nas escolas para facilitar aos pais, que muitas vezes não têm como levar o seu filho ao posto de saúde. Agora, ele (a criança ou adolescente) pode ser vacinado na escola", disse.

Desinformação

O colégio como espaço para vacinação dos estudantes também foi aprovado pela diretora da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm), Isabella Ballalai. Ela ressaltou que uma das maiores causas de hesitação em se imunizar é a falta de acesso à informação clara sobre quais fármacos são necessários às crianças e adolescentes.

"Um dos motivos mais apontados nas pesquisas a respeito da não vacinação no Brasil é o acesso à informação sobre quais são necessárias às crianças e adolescentes. Muitos pais não sabem exatamente que imunizantes têm que oferecer à criança e, muito menos ainda, ao adolescente", lamentou.

Além da falta de acesso ao posto de saúde e do desconhecimento sobre quais vacinas crianças e adolescentes devem receber, Kelly Magalhães cobrou comunicação do governo para a promoção de ações contra desinformação sobre os imunizantes.

"Na pandemia de covid-19, tivemos aquela corrida para ter as vacinas contra a doença. Houve, também, muita desinformação contra a eficácia comprovada de vacinas em geral, e as pessoas ficaram com medo de vacina. Isso é perigoso e exige que o governo reformule sua comunicação, melhore a campanha de vacinação e invista em esclarecimentos sobre a segurança e a eficácia das vacinas", salientou.

Sem a comunicação efetiva sobre a necessidade das vacinas, segundo Kelly, doenças antes erradicadas reapareceram "justamente por causa da queda dos índices de vacinação atuais".

Também foi anunciada pelo Ministério da Saúde a criação da Caderneta Digital de Saúde da Criança (veja abaixo como acessá-la). Segundo a pasta, o documento estará integrado ao aplicativo Meu SUS Digital e comportará todos os dados de imunização da criança.

Na seção "Registros de Saúde", é possível visualizar um panorama completo da saúde da criança, incluindo informações sobre a vacinação. Além disso, a caderneta on-line enviará notificações com lembretes para a hora de vacinar sobre as doses de reforço.

Caderneta Digital

Para acessá-la, o responsável utilizará o aplicativo Meu SUS Digital. A ação demandará que tanto o responsável, quanto a criança, tenham contas ativas no gov.br. Confira o passo a passo para o serviço:

» Baixe o aplicativo gratuitamente nas lojas oficiais (Apple Store para iOS e Google Play, para Android) ou acesse a versão web;

» Abra o aplicativo. Faça login com o CPF e a senha do gov.br;

» Na tela inicial, vá até a seção Miniapps. Selecione o miniapp "Caderneta da Criança". Clique em "Adicionar nova criança". Leia e aceite o Termo de Responsabilidade;

» Informe o CPF da criança e a senha da conta gov.br dela. Depois da validação, a criança será vinculada à sua conta e a caderneta estará disponível.