Ministério da Justiça estrutura observatório que monitora violência contra jornalistas
Portaria do Ministério da Justiça publicada nesta semana estabelece as normas sobre diretrizes, composição, organização e funcionamento do Observatório da Violência Contra Jornalistas. A organização vai atuar no monitoramento e criação de um banco de dados de ocorrências e será um canal de diálogo entre profissionais da área e o Estado. A Secretaria Nacional de […] The post Ministério da Justiça estrutura observatório que monitora violência contra jornalistas appeared first on Congresso em Foco.


Portaria do Ministério da Justiça publicada nesta semana estabelece as normas sobre diretrizes, composição, organização e funcionamento do Observatório da Violência Contra Jornalistas. A organização vai atuar no monitoramento e criação de um banco de dados de ocorrências e será um canal de diálogo entre profissionais da área e o Estado.
A Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), órgão do ministério ao qual o observatório está vinculado, aponta que os objetivos serão monitorar ocorrências, sugerir políticas públicas, apoiar investigações e criar um banco de dados com indicadores sobre os casos.
A composição do observatório será feita por representantes de diversas secretarias do Ministério da Justiça e por 15 membros da sociedade civil com atuação comprovada na defesa da liberdade de imprensa e no combate à violência contra comunicadores.
Caso Natália Portinari
A violência contra jornalistas ganhou mais um capítulo nesta semana quando Natália Portinari, colunista do UOL, pediu informações ao deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e foi xingada pelo parlamentar. A jornalista questionou o fato de o congressista ter alugado uma casa de luxo, em Trancoso (BA), de um empresário denunciado por corrupção. A matéria foi publicada na sexta-feira (7).
Associações de jornalistas, como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiram notas de repúdio à hostilidade do segundo vice-presidente da Câmara com Natália Portinari.
Leia a nota da ABI:
Os jornalistas jamais esquecerão o dia 1º de janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República e instalou um período de humilhações e total desrespeito pelo outro, principalmente se esse outro era um jornalista profissional e, pior, uma mulher jornalista.
Começava ali um dos piores momentos para a liberdade de expressão, o exercício da profissão de jornalista. Era inevitável lembrar dos anos de ditadura.
Bolsonaro passou, mas fez adeptos. Hoje, na Câmara dos Deputados, perguntado sobre notícias negativas que circulam a seu respeito em Brasília, o deputado Elmar Nascimento (União Brasil – Bahia) não vacilou. O alvo foi a jornalista Natália Portinari, do Portal UOL, que pediu informações sobre a compra de um imóvel em Salvador investigada pela Polícia Federal e sobre a casa de luxo que ele aluga em Trancoso, praia de Porto Seguro (BA), de um empresário denunciado por corrupção.
Enquanto Natália procurava exercer sua função profissional, o nobre deputado, de forma prepotente, passou a proferir uma sequência de palavras de baixo calão em atitude ameaçadora e com ofensivo ranço de viés sexista.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) não pode admitir que um episódio constrangedor, lamentável, vergonhoso como esse apresentado pelo segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, passe em branco.
Em nome das jornalistas e dos jornalistas brasileiros a ABI manifesta total solidariedade a Natália Portinari. E repudia veementemente atos como esse, opostos à democracia e à liberdade de expressão.
Em nome dos jornalistas, a ABI espera que o Congresso Nacional, por meio dos presidentes recém-eleitos das duas casas legislativas e seus pares, encontre os mecanismos previstos em seu regimento interno para coibir as cenas lamentáveis de hoje e exigir reparação pública do deputado Elmar Nascimento.
Rio de Janeiro, 7 de fevereiro de 2025.
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