Maconha na gravidez pode causar danos ao feto, alerta estudo
Revisão de 51 estudos aponta: uso de maconha na gravidez foi associado a um risco 52% maior de parto prematuro antes de 37 semanas; saiba mais The post Maconha na gravidez pode causar danos ao feto, alerta estudo appeared first on Giz Brasil.

Uma nova análise de pesquisas publicada no JAMA Pediatrics revelou que o uso de maconha na gravidez pode prejudicar o desenvolvimento do feto. De acordo com o levantamento, a planta pode provocar baixo peso ao nascer, partos prematuros e até levar à morte.
No novo estudo, o uso de maconha na gravidez foi associado a um risco 52% maior de parto prematuro antes de 37 semanas e um risco 75% maior de baixo peso ao nascer (menos de 2.500 gramas). Além disso, seis desses estudos analisaram o impacto da cannabis na mortalidade, encontrando um risco 29% maior de morte infantil nesses casos.
A pesquisa analisou 51 estudos com mais de 21 milhões de participantes, apoiados no resultado do uso relatado por mães grávidas. A nova meta-análise utilizou a abordagem GRADE (classificação de recomendações, avaliação, desenvolvimento e avaliação) para classificar a qualidade de cada estudo. As evidências atuais foram elevadas para certeza baixa a moderada, o que significa que pesquisas futuras podem fornecer mais conclusões.
Como o uso de maconha na gravidez prejudica o feto?
“Trabalhos anteriores que realizamos mostram que o uso pré-natal de cannabis afeta a função pulmonar e o desenvolvimento do feto, reduzindo o volume pulmonar do bebê”, disse a Dra. Jamie Lo, professora de obstetrícia, ginecologia e urologia na Oregon Health & Science University, em Portland, EUA.
Segundo ela, também foi descoberto que há uma redução significativa do fluxo sanguíneo e da disponibilidade de oxigênio na placenta. “Esses são os prováveis mecanismos subjacentes que impulsionam algumas das nossas descobertas”, disse. Isso ocorre porque a placenta é um elo crucial entre a mãe e o bebê, transportando oxigênio, nutrientes e hormônios necessários para o crescimento. Sendo assim, danos a essa ligação podem prejudicar ambas as partes.
Assim como o álcool e opioides podem causar problemas de desenvolvimento, Lo ressalta que a maconha é prejudicial à gestação. “Existe uma percepção equivocada de que, por ser natural e vegetal, a maconha não faz mal”, disse. “Eu lembro aos meus pacientes que o ópio e a heroína também são vegetais. O tabaco é uma planta, e o álcool também é feito de plantas.”
Anos atrás, em 2019, outra análise com mais de 450 mil gestantes americanas do Instituto Nacional de Abuso de Drogas constatou que o uso de cannabis mais que dobrou entre 2002 e 2017. A maior parte ocorreu por uso recreativo nos primeiros três meses.
Historicamente, é difícil investigar o uso de cannabis devido à ilegalidade da erva em vários locais, o que exige regulamentações federais rígidas para estudos. Além disso, pesquisas antigas, como da década de 1980, podem não refletir a realidade atual, já que a droga era menos potente.
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