Lula classifica como 'abominável' alteração de gênero em visto de Erika Hilton pelos EUA e cobra posição do Itamaraty

Neste mês, ao conceder visto a Erika, governo Trump assinalou como masculino o gênero da parlamentar trans do PSOL. Lula quer que MRE manifeste 'inconformidade' do Brasil. Deputada Erika Hilton, do PSOL, afirma ter sido vítima de transfobia por parte do governo americano Jornal Nacional O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como "abominável" a alteração de gênero da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) pelo governo de Donald Trump no visto de entrada da parlamentar nos Estados Unidos. Durante evento no Palácio do Planalto, o petista também cobrou uma posição oficial do Ministério das Relações Exteriores sobre o episódio. Neste mês, ao conceder o visto à deputada do PSOL, o governo dos Estados Unidos assinalou como masculino o gênero dela. Erika é uma das duas primeiras parlamentares trans da Câmara dos Deputados. A congressista classificou o ato do governo norte-americano, reflexo de uma ordem assinada por Trump no início deste mandato, como "transfobia de Estado". Em 2023, na gestão Joe Biden, ela havia obtido um visto conforme a autodeterminação de gênero como mulher. "O que aconteceu com você [Erika], na minha opinião, é abominável", disse Lula. "Você não foi pedir mudança de sexo, você foi pedir passaporte para fazer uma viagem aos Estados Unidos. Era isso que eles deveriam ter dado. E defender isso é defender a soberania brasileira. É o mínimo que a gente espera", acrescentou Lula. As deputadas Érika Hilton,PSOL, e Duda Salbert, PDT, afirmam que foram vítimas de transfobia por parte do governo americano Erika Hilton participou nesta quinta de uma cerimônia com Lula, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e outras parlamentares, para a sanção de leis de proteção a mulheres. O encontro de Erika com o petista se deu um dia após ela se reunir com o chanceler Mauro Vieira para tratar do impasse com os Estados Unidos em torno do seu visto. Ela disse que a reunião com o ministro das Relações Exteriores não foi satisfatória. "Falei para o presidente [Lula]: 'Olha, eu não estou esperando que se crie uma guerra, que se dê sanção aos Estados Unidos, que se puna, nem que se peça para retificar o meu passaporte, não quero briga com os Estados Unidos. Agora a gente não pode ser tratada como [se estivesse] em uma república das bananas'", relatou. Lula disse que conversou nesta quinta com Mauro Vieira e afirmou que é necessária uma "nota mostrando a inconformidade do Brasil com a ingerência de uma embaixada no passaporte de uma brasileira". No encontro com as parlamentares no Palácio do Planalto, o petista orientou que o Congresso Nacional também se manifeste e encaminhe uma carta para o Legislativo norte-americano. O presidente pediu à deputada Benedita da Silva (PT-RJ) para procurar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e reunir outras parlamentares para que a Casa se manifeste oficialmente sobre o episódio. "Você, [Benedita], tem a obrigação de procurar o presidente da Câmara, juntar as mulheres da Câmara. Porque é nessa hora que a gente mostra o que a gente quer e o que a gente faz. É sair da inquietude e dizer, claramente, que nós não aceitamos isso. Nós não vamos fazer isso com um americano que quer vir para cá", concluiu Lula.

Abr 24, 2025 - 19:41
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Lula classifica como 'abominável' alteração de gênero em visto de Erika Hilton pelos EUA e cobra posição do Itamaraty

Neste mês, ao conceder visto a Erika, governo Trump assinalou como masculino o gênero da parlamentar trans do PSOL. Lula quer que MRE manifeste 'inconformidade' do Brasil. Deputada Erika Hilton, do PSOL, afirma ter sido vítima de transfobia por parte do governo americano Jornal Nacional O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como "abominável" a alteração de gênero da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) pelo governo de Donald Trump no visto de entrada da parlamentar nos Estados Unidos. Durante evento no Palácio do Planalto, o petista também cobrou uma posição oficial do Ministério das Relações Exteriores sobre o episódio. Neste mês, ao conceder o visto à deputada do PSOL, o governo dos Estados Unidos assinalou como masculino o gênero dela. Erika é uma das duas primeiras parlamentares trans da Câmara dos Deputados. A congressista classificou o ato do governo norte-americano, reflexo de uma ordem assinada por Trump no início deste mandato, como "transfobia de Estado". Em 2023, na gestão Joe Biden, ela havia obtido um visto conforme a autodeterminação de gênero como mulher. "O que aconteceu com você [Erika], na minha opinião, é abominável", disse Lula. "Você não foi pedir mudança de sexo, você foi pedir passaporte para fazer uma viagem aos Estados Unidos. Era isso que eles deveriam ter dado. E defender isso é defender a soberania brasileira. É o mínimo que a gente espera", acrescentou Lula. As deputadas Érika Hilton,PSOL, e Duda Salbert, PDT, afirmam que foram vítimas de transfobia por parte do governo americano Erika Hilton participou nesta quinta de uma cerimônia com Lula, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e outras parlamentares, para a sanção de leis de proteção a mulheres. O encontro de Erika com o petista se deu um dia após ela se reunir com o chanceler Mauro Vieira para tratar do impasse com os Estados Unidos em torno do seu visto. Ela disse que a reunião com o ministro das Relações Exteriores não foi satisfatória. "Falei para o presidente [Lula]: 'Olha, eu não estou esperando que se crie uma guerra, que se dê sanção aos Estados Unidos, que se puna, nem que se peça para retificar o meu passaporte, não quero briga com os Estados Unidos. Agora a gente não pode ser tratada como [se estivesse] em uma república das bananas'", relatou. Lula disse que conversou nesta quinta com Mauro Vieira e afirmou que é necessária uma "nota mostrando a inconformidade do Brasil com a ingerência de uma embaixada no passaporte de uma brasileira". No encontro com as parlamentares no Palácio do Planalto, o petista orientou que o Congresso Nacional também se manifeste e encaminhe uma carta para o Legislativo norte-americano. O presidente pediu à deputada Benedita da Silva (PT-RJ) para procurar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e reunir outras parlamentares para que a Casa se manifeste oficialmente sobre o episódio. "Você, [Benedita], tem a obrigação de procurar o presidente da Câmara, juntar as mulheres da Câmara. Porque é nessa hora que a gente mostra o que a gente quer e o que a gente faz. É sair da inquietude e dizer, claramente, que nós não aceitamos isso. Nós não vamos fazer isso com um americano que quer vir para cá", concluiu Lula.