Híbrido flex é apontado como etapa de transição energética no setor automotivo, diz ex-CEO da Raízen
A descarbonização do setor de transportes, responsável por cerca de 25% das emissões globais de gases de efeito estufa, é considerada uma etapa essencial no combate às mudanças climáticas. Neste cenário, os veículos elétricos surgem como alternativa de baixa emissão, embora ainda enfrentem obstáculos tecnológicos e estruturais. Em entrevista ao portal Money Times, o ex-CEO […] O post Híbrido flex é apontado como etapa de transição energética no setor automotivo, diz ex-CEO da Raízen apareceu primeiro em O Cafezinho.

A descarbonização do setor de transportes, responsável por cerca de 25% das emissões globais de gases de efeito estufa, é considerada uma etapa essencial no combate às mudanças climáticas. Neste cenário, os veículos elétricos surgem como alternativa de baixa emissão, embora ainda enfrentem obstáculos tecnológicos e estruturais.
Em entrevista ao portal Money Times, o ex-CEO da Raízen e atual chair da iniciativa SB COP30, Ricardo Mussa, defendeu o uso do etanol como solução intermediária, destacando o papel dos carros híbridos flex no processo de transição energética.
Mussa afirmou que, embora os veículos elétricos tenham vantagens operacionais, ainda enfrentam limitações relacionadas ao uso de baterias.
“A grande desvantagem do carro elétrico ainda é a bateria, isso para o custo, peso e descarte da bateria”, disse. Segundo ele, o principal benefício da eletrificação atual está na disponibilidade da tecnologia.
“A vantagem hoje é que a bateria já existe, então é fácil de implementar. O projeto de transformar o etanol em hidrogênio, e, por consequência, ter o hidrogênio e eletricidade, é algo que eu gosto muito.”
O executivo citou estudos conduzidos por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) que investigam a viabilidade da conversão do etanol em hidrogênio para geração de energia elétrica em veículos. Essa abordagem, de acordo com ele, pode permitir a combinação da eficiência dos motores elétricos com a densidade energética do etanol.
“Você une o melhor dos dois mundos, porque a vantagem do motor elétrico é a eficiência, torque e manutenção. É tudo melhor. A desvantagem do motor elétrico é que ele necessita de uma bateria.”
Durante a entrevista, Mussa comparou o desempenho energético do etanol em relação às baterias tradicionais, sugerindo que o biocombustível pode ser tratado como uma espécie de “bateria líquida renovável”.
“A mesma quantidade de energia que existe em 600 quilos de bateria de um Tesla é o que você tem em 27 quilos de etanol”, afirmou. Ele reconheceu, no entanto, que o processo de conversão do etanol em hidrogênio ainda demanda avanços tecnológicos para atingir viabilidade comercial.
“Ainda necessita de evolução tecnológica. Por esse motivo, o carro híbrido flex é o carro da transição energética porque ele ajuda a ter parte do benefício do motor elétrico, ainda tendo um pequeno motor a combustão e o etanol lá dentro”, disse Mussa.
Para ele, os híbridos flex se apresentam como alternativa viável no curto e médio prazo, ao permitir a redução parcial das emissões sem a necessidade de uma infraestrutura complexa de recarga elétrica.
Segundo o executivo, a trajetória da mobilidade deve passar por uma combinação de tecnologias, iniciando pelos modelos híbridos e, posteriormente, caminhando para veículos totalmente elétricos movidos por fontes renováveis.
Apesar de projetar avanços em baterias, como a adoção de metais mais eficientes e a miniaturização dos componentes, ele considera o etanol uma solução que não deve ser descartada. “É isso, ou a gente prova que o etanol é uma grande bateria e o processo de reforma se mostra um processo competitivo e economicamente viável.”
As declarações ocorrem em meio a um contexto global de busca por soluções sustentáveis para a mobilidade urbana e transporte de cargas.
A eletrificação da frota enfrenta barreiras como custo elevado dos veículos, infraestrutura de recarga insuficiente e questões relacionadas ao descarte e à reciclagem de baterias.
Por outro lado, o Brasil já possui uma base consolidada de produção e distribuição de etanol, o que, segundo especialistas, pode favorecer a adoção de soluções intermediárias como os veículos híbridos flex.
Mussa tem participado de discussões sobre políticas públicas voltadas à transição energética no setor de transportes e considera que a integração entre academia, indústria e governo será essencial para o avanço de tecnologias alternativas.
A iniciativa SB COP30, da qual é chair, atua na articulação de propostas para o Brasil apresentar na próxima conferência do clima da ONU, que será realizada em Belém (PA) em 2025.
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