Gene Hackman, de “Superman” e “Conexão Francesa”, morre aos 95 anos

O ator vencedor de dois Oscars foi encontrado sem vida ao lado da esposa em sua residência no Novo México

Fev 28, 2025 - 20:10
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Gene Hackman, de “Superman” e “Conexão Francesa”, morre aos 95 anos

Carreira marcada por grandes interpretações

Gene Hackman, um dos maiores atores de Hollywood, morreu aos 95 anos. Intérprete do primeiro Lex Luthor em longa-metragem, em “Superman – O Filme” e suas continuações, o ator foi encontrado sem vida ao lado da esposa, Betsy Arakawa, em sua residência em Santa Fé, Novo México.

A informação foi confirmada pelo xerife do condado de Santa Fé, Adan Mendoza. “Podemos confirmar que tanto Gene Hackman quanto sua esposa foram encontrados sem vida na tarde de quarta-feira (26/2) em sua residência na Sunset Trail”, declarou Mendoza ao jornal Santa Fe New Mexican.

Reconhecimento e papéis icônicos

Hackman conquistou o Oscar de Melhor Ator pelo famoso thriller policial, “Operação França”, de William Friedkin, e uma estatueta de Melhor Ator Coadjuvante por seu papel como o xerife implacável Little Bill Daggett em “Os Imperdoáveis” (1992), de Clint Eastwood.

Ao longo da carreira, foi indicado outras três vezes ao Oscar: por viver Buck Barrow em “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas” (1967), pelo drama familiar “Meu Pai, Um Estranho” (1970) e pelo thriller “Mississippi em Chamas” (1988).

Começo da carreira

Eugene Alder Hackman nasceu em 30 de janeiro de 1930, em San Bernardino, Califórnia, e foi criado por sua avó em Danville, Illinois, após o abandono do pai. Alistou-se na Marinha aos 16 anos, onde trabalhou como operador de rádio e locutor.

Após deixar o serviço militar, estudou jornalismo e produção televisiva, mas decidiu seguir carreira como ator aos 30 anos. Em Nova York, frequentou o Pasadena Playhouse ao lado de Dustin Hoffman, e ambos foram considerados “os menos propensos ao sucesso” por seus colegas.

Seu primeiro grande papel veio em 1964, em “Lilith”, com Warren Beatty, o que o levou a ser escalado para “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas”, estrelado pelo mesmo ator.

O nascimento de um astro

No clássico dirigido por Arthur Penn, Hackman deu vida a Buck Barrow, irmão de Clyde (Warren Beatty) e membro da infame gangue de criminosos que aterrorizou os Estados Unidos na década de 1930. Hackman entregou uma performance intensa como Buck, um homem leal à família, mas constantemente dividido entre a criminalidade e o desejo por uma vida mais estável. Sua atuação lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.

Lançado em 1969, “Uma Rajada de Balas” revolucionou o cinema hollywoodiano ao abordar a violência de maneira mais gráfica e estilizada. A cena final, que retrata a execução de Bonnie (Faye Dunaway) e Clyde em câmera lenta, com múltiplos disparos perfurando seus corpos, é considerada um marco visual e narrativo, que inaugurou a ultraviolência no cinema comercial e influenciou diretores como Sam Peckinpah, Martin Scorsese e Quentin Tarantino.

Um ano depois, ele voltou a ser indicado ao Oscar de Ator Coadjuvante por “Meu Pai, um Estranho”. No drama, assumiu o papel de um professor universitário viúvo que enfrenta um dilema emocional ao precisar cuidar do pai idoso, vivido por Melvyn Douglas. O drama de Gilbert Cates explorou as dificuldades de relacionamento entre pais e filhos e os conflitos de gerações.

Impacto de “Operação França”

Hackman seguiu como coadjuvante até que, em 1971, seu protagonismo em “Operação França” consolidou sua posição como um dos principais atores de sua geração. No papel de Jimmy “Popeye” Doyle, um “tira” durão e obsessivo do departamento de narcóticos de Nova York, ele protagonizou uma das atuações mais marcantes do cinema policial. O personagem é um homem rude, agressivo e implacável em sua caçada aos traficantes franceses responsáveis por trazer grandes carregamentos de heroína para os Estados Unidos.

A trama acompanha Doyle e seu parceiro, Buddy Russo (Roy Scheider), enquanto tentam desmantelar um esquema de tráfico liderado pelo criminoso Alain Charnier (Fernando Rey). A investigação se desenrola de forma frenética, culminando em perseguições eletrizantes e uma abordagem quase documental, que ajudou a definir o realismo do gênero policial na década de 1970.

A cena mais icônica de “Operação França” é a perseguição automobilística pelas ruas do Brooklyn, em que Doyle, ao volante de um Pontiac LeMans, persegue um trem elevado para capturar um assassino que tenta escapar. Filmada sem permissões formais e em meio ao trânsito real da cidade, a sequência ficou conhecida pela crueza e intensidade, estabelecendo um novo padrão para cenas de ação no cinema. O resultado rendeu à produção um Oscar de Melhor Edição e se tornou uma das sequências mais estudadas da história do cinema.

“Operação França” venceu cinco Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Ator. Sua performance intensa ajudou a moldar a representação de policiais nas telas, afastando-se da imagem heroica para algo mais complexo e moralmente ambíguo.

Hackman retornou ao papel de “Popeye” em “Operação França II” (1975), dirigido por John Frankenheimer, mas sem reproduzir o impacto do original.

Grandes filmes dos anos 1970

Após o Oscar, Gene Hackman passou a estrelar grandes produções de Hollywood dos mais diferentes gêneros, do cinema-catástrofe à comédia rasgada, além de dois vencedores do Festival de Cannes, reforçando sua versatilidade como ator.

Lançado em 1972, “O Destino do Poseidon” foi um dos primeiros grandes sucessos do gênero de filmes-catástrofe, que se tornaria extremamente popular nos anos seguintes. Hackman interpretou o Reverendo Frank Scott, um pastor transformado em herói improvável, que assume a liderança dos sobreviventes após um transatlântico ser atingido por uma onda gigantesca e virar de cabeça para baixo. Com um elenco que incluía Ernest Borgnine, Shelley Winters e Red Buttons, o longa se destacou pela intensidade das cenas de ação e pelo clima claustrofóbico.

Entre os projetos mais notáveis do período, “Espantalho” (1973), de Jerry Schatzberg, marcou uma parceria com Al Pacino em uma história intimista sobre dois vagabundos que percorrem os Estados Unidos em busca de um novo começo. Hackman viveu Max, um ex-presidiário durão e temperamental, que sonha em abrir um negócio próprio. Seu caminho se cruza com Lion, um jovem sonhador e ingênuo vivido por Pacino, formando uma improvável amizade na estrada. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, “Espantalho” se tornou um dos grandes marcos do cinema norte-americano dos anos 1970, refletindo o espírito errante e desencantado de uma geração marcada pelo fim do sonho americano.

Hackman voltou a se destacar em “A Conversação” (1974), thriller psicológico que Francis Ford Coppola dirigiu entre os dois primeiros capítulos de “O Poderoso Chefão”. Na trama, ele interpreta Harry Caul, um especialista em vigilância que, após realizar uma gravação aparentemente rotineira de um casal em uma praça, começa a desconfiar de que seu trabalho pode resultar em assassinato. O personagem, um sujeito meticuloso e paranoico, vive atormentado pela culpa e pela incerteza, tornando-se cada vez mais obcecado pela gravação que realizou.

A narrativa reflete a atmosfera de desconfiança dos anos 1970, marcada pelo escândalo de Watergate, e antecipa debates sobre privacidade e espionagem que ainda ressoam décadas depois. A atuação de Hackman foi fundamental para a construção do suspense da narrativa. Com poucas palavras e um comportamento introspectivo, ele transmite a angústia crescente de Caul, cuja paranoia atinge um clímax devastador.

“A Conversação” se tornou o segundo filme consecutivo de Hackman a vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes. O longa de Coppola ainda recebeu três indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme. Embora Hackman não tenha sido indicado, a atuação é lembrada como uma das mais marcantes de sua carreira.

Em seguida, o ator surpreendeu ao aparecer em “O Jovem Frankenstein” (1974), uma paródia dos clássicos de terror dirigida por Mel Brooks e estrelada por Gene Wilder. Em uma participação especial, ele apareceu como um eremita cego que recebe o monstro de Frankenstein em sua cabana. A sequência, que brinca com a icônica cena de “A Noiva de Frankenstein” (1935), rendeu momentos hilários, especialmente quando o personagem de Hackman tenta ajudar o monstro e, sem querer, o queima e derrama sopa em seu colo. A breve aparição mostrou o lado cômico do ator, que até então era mais conhecido por papéis intensos e dramáticos.

Ainda em 1974, Hackman protagonizou “Um Lance no Escuro”, uma belíssima homenagem ao cinema noir dirigido por Arthur Penn. Na trama, ele vive Harry Moseby, um ex-jogador de futebol americano que se torna detetive particular e se envolve em uma complexa trama de desaparecimentos e traições. Ao estilo dos clássicos do gênero, o protagonista cínico e desiludido se vê em um mundo repleto de ambiguidades morais, envolvendo-se no caso de uma adolescente fatal vivida por Melanie Griffith

A década ainda rendeu dois lançamentos de grande orçamento, “Os Aventureiros do Lucky Lady” (1975), ao lado de Burt Reynolds e Liza Minnelli, e “Uma Ponte Longe Demais” (1977), superprodução sobre a Operação Market Garden, uma das tentativas mais ambiciosas dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Dirigido por Richard Attenborough, o drama de guerra reuniu um elenco estelar, incluindo Sean Connery, Michael Caine, Robert Redford e Laurence Olivier. Hackman atuou como o general polonês Stanisław Sosabowski, que lidera uma das unidades na missão para capturar pontes estratégicas na Holanda ocupada pelos nazistas. A reconstituição histórica detalhada e as grandiosas cenas de batalha garantiram um lugar de destaque entre os épicos de guerra do cinema.

Primeiro supervilão do cinema

Com a carreira consolidada, Gene Hackman coestrelou um dos lançamentos mais caros da década de 1970, no papel de um dos vilões mais icônicos dos quadrinhos. Em “Superman – O Filme” (1978), dirigido por Richard Donner, ele interpretou Lex Luthor, o arquirrival do herói vivido por Christopher Reeve.

A primeira superprodução de Hollywood baseada em um personagem de quadrinhos trouxe Hackman como um vilão excêntrico e calculista, determinado a destruir a Costa Oeste dos Estados Unidos para lucrar com a valorização de suas propriedades no interior do país. Seu Luthor contava com a ajuda de capangas, como Otis (Ned Beatty) e a sofisticada Eve Teschmacher (Valerie Perrine), e protagonizou cenas memoráveis ao manipular o herói para que escolhesse entre salvar Lois Lane ou evitar uma tragédia de grandes proporções.

Mesmo sem raspar a cabeça para o papel, recusando-se a adotar o visual clássico do personagem nos quadrinhos, Hackman construiu um Luthor carismático e sarcástico, equilibrando humor e ameaça. Sua atuação ajudou a estabelecer o tom do vilão, que voltaria em “Superman II” (1980) e “Superman IV: Em Busca da Paz” (1987).

O sucesso de Superman foi decisivo para a consolidação do gênero de super-heróis no cinema. O longa arrecadou mais de US$ 300 milhões mundialmente e foi indicado a três Oscars. Hackman recebeu elogios por sua abordagem do personagem, criando uma interpretação que influenciaria futuras versões do vilão em outras mídias.

Thrillers e dramas dos anos 1980

Hackman se afastou das comédias na década seguinte. Em “Sob Fogo Cruzado” (1983), encarnou um fotojornalista veterano que cobre a guerra civil na Nicarágua ao lado de um jovem repórter, vivido por Nick Nolte. O drama explorou a tensão do conflito e a ética do jornalismo em zonas de guerra, trazendo uma abordagem realista e impactante. A atuação de Hackman destacou a exaustão e o ceticismo de um profissional que já testemunhou as brutalidades dos conflitos armados, contrastando com a ingenuidade do personagem de Nolte.

No drama esportivo “Momentos Decisivos” (1986), viveu Norman Dale, um treinador com um passado controverso que assume o comando de um time de basquete colegial em Indiana. O personagem precisa superar o ceticismo da comunidade local e as limitações dos jogadores para levar a equipe à vitória no campeonato estadual. O filme, baseado em uma história real, é um dos mais celebrados do gênero esportivo, e o desempenho de Hackman conferiu credibilidade ao papel de um técnico durão, mas determinado.

O suspense “Sem Saída” (1987) trouxe Hackman como o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, um homem poderoso e corrupto envolvido no assassinato de sua amante. A trama acompanha o personagem de Kevin Costner, um oficial da marinha que se torna o principal suspeito do crime e precisa correr contra o tempo para provar sua inocência. A atuação de Hackman ajudou a construir a tensão da trama, apresentando um político inescrupuloso que manipula o sistema para se proteger. A reviravolta no final fez dele um dos thrillers mais comentados da década.

Ele trabalhou com Woody Allen em “A Outra”, um dos dramas mais introspectivos do diretor, estrelado por Gena Rowlands. Com um papel coadjuvante importante, Hackman dá vida a um escritor que teve um relacionamento amoroso com a protagonista, uma professora universitária que reflete sobre sua vida ao ouvir as conversas de uma paciente em um consultório próximo ao seu apartamento.

Em “Mississippi em Chamas” (1988), dirigido por Alan Parker, voltou ao papel de policial, como um agente do FBI que investiga o desaparecimento de ativistas dos direitos civis no Mississippi dos anos 1960. O personagem, um sulista pragmático e calejado, entra em conflito com o parceiro mais jovem e idealista, vivido por Willem Dafoe, sobre como lidar com a resistência das autoridades locais e da população racista. Inspirado em eventos reais, trouxe uma abordagem tensa sobre a violência racial e a luta por justiça nos Estados Unidos. A atuação de Hackman rendeu sua quinta indicação ao Oscar.

Os últimos clássicos

A década de 1990 começou com um de seus melhores filmes. No faroeste “Os Imperdoáveis” (1992), dirigido por Clint Eastwood, encarnou Little Bill Daggett, o cruel xerife de uma pequena cidade que impõe a lei com brutalidade. O personagem, que se apresenta como defensor da ordem, recorre à violência e ao sadismo para manter o controle sobre o território, tornando-se um dos vilões mais marcantes do gênero. A performance de Hackman foi amplamente elogiada e lhe garantiu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Eastwood revelou que precisou convencê-lo a aceitar o papel, pois Hackman estava relutante em fazer outro filme violento. No entanto, o ator compreendeu a proposta do diretor de desconstruir os mitos do faroeste e entregou uma atuação memorável.

Logo em seguida, repetiu o mesmo tipo de personagem em outro título famoso do gênero, “Rápida e Mortal” (1995). No western de Sam Raimi, viveu como John Herod, um tirano cruel que domina uma pequena cidade do Velho Oeste com mão de ferro. Sob forte influência dos spaghetti westerns de Sergio Leone, a narrativa se desenvolve em torno de um torneio de duelos de pistoleiros, no qual Herod enfrenta a misteriosa forasteira Ellen, vivida por Sharon Stone. O elenco ainda incluiu Russell Crowe e Leonardo DiCaprio nos primeiros papéis de destaque de ambos.

No mesmo ano, se destacou na comédia criminal “Nome do Jogo” (1995), baseada no livro de Elmore Leonard e dirigida por Barry Sonnenfeld, no papel de Harry Zimm, um produtor de filmes de baixo orçamento que se vê envolvido no mundo do crime ao cruzar o caminho de Chili Palmer (John Travolta), um cobrador de dívidas da máfia com aspirações de entrar na indústria do cinema.

A era dos thrillers

Um lançamento da época foi responsável por redefinir seus últimos anos com foco em thrillers. Ele fez grande sucesso como coadjuvante de Tom Cruise em “A Firma” (1993), dirigido por Sydney Pollack. No thriller jurídico baseado no livro de John Grisham, Hackman foi Avery Tolar, um advogado experiente e mentor do protagonista, vivido por Cruise. Ele se envolve nos esquemas ilegais da firma de advocacia Bendini, Lambert & Locke, mas aos poucos demonstra arrependimento. A dinâmica entre Hackman e Cruise é responsável por adicionar tensão à trama, fortalecendo a narrativa do jovem advogado tentando escapar das garras de uma organização corrupta.

Em seguida, estrelou dois thrillers de Tony Scott: “Maré Vermelha” (1995), em que enfrenta Denzel Washington em uma trama ambientada dentro de um submarino nuclear, e “Inimigo do Estado” (1998), como um ex-agente da NSA que ajuda um advogado, vivido por Will Smith, a fugir de um esquema de vigilância governamental. O enredo, que abordou temas como privacidade, monitoramento e abuso de poder, antecipando debates que se tornariam ainda mais relevantes na era digital, tornou-se um dos maiores sucessos do final da década.

O sucesso no gênero o impulsionou para diversas outras produções similares, como “O Segredo”, de James Foley, “Medidas Extremas” (1996), de Michael Apted, “Poder Absoluto” (1997), novamente dirigido por Eastwood, “Fugindo do Passado” (1998), de Robert Benton, “Sob Suspeita”(2000), de Stephen Hopkins, “Atrás das Linhas Inimigas” (2001), de John Moore, e “O Júri” (2003), outro thriller baseado em um livro de John Grisham.

Últimos filmes

Entretanto, seu último grande filme foi uma comédia. Em “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001), Hackman brilhou no papel de Royal Tenenbaum, o patriarca desajustado de uma família de prodígios fracassados. Dirigido por Wes Anderson, o filme acompanhava o retorno de Royal à vida dos filhos, interpretados por Ben Stiller, Gwyneth Paltrow e Luke Wilson, após anos de abandono. A atuação de Hackman foi amplamente elogiada, conferindo profundidade ao personagem e rendendo-lhe um Globo de Ouro de Melhor Ator em Comédia ou Musical, seu último prêmio no cinema.

Ele se aposentou logo depois de outra comédia, “Uma Eleição Muito Atrapalhada” (2004), passando a se dedicar à literatura e lançando romances nos últimos 20 anos. Em uma de suas entrevistas finais, afirmou: “Você passa por fases na carreira em que se sente muito bem consigo mesmo. Depois, se sente horrível e pensa: ‘Por que não escolhi outra coisa?’ Mas, no geral, estou satisfeito com minha escolha de ser ator.”