EUA deportam três crianças americanas filhas de imigrantes, incluindo menino com câncer raro
Crianças são filhos de mães hondurenhas, que foram presas pelo serviço de imigração e deportadas em menos de três dias. Juiz dos EUA suspeita de irregularidades em um dos casos. EUA deportam três crianças americanas com as mães imigrantes Três crianças cidadãs dos Estados Unidos foram deportadas com as mães para Honduras nos últimos dias. Uma delas é um menino de 4 anos com um tipo raro de câncer, segundo advogados que acompanham os casos. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp As outras duas crianças têm 2 e 7 anos. Todas são filhas de mulheres hondurenhas e nasceram em território americano. As mães foram presas durante check-ins de rotina no Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) e deportadas em até três dias, de acordo com os advogados. Os casos levantaram suspeitas sobre a conduta do ICE e reacenderam o debate sobre os limites da política migratória do governo de Donald Trump. Um juiz federal nos EUA chegou a afirmar que há “forte suspeita” de que uma cidadã americana foi deportada sem o devido processo legal. Organizações como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e o Projeto Nacional de Imigração classificaram as deportações como um abuso de poder. “É chocante, embora cada vez mais comum”, disseram em nota conjunta. A advogada Gracie Willis, do Projeto Nacional de Imigração, afirmou que o ICE não ofereceu alternativas às mães. “Elas não tiveram escolha. Foram obrigadas a levar as crianças, mesmo com cuidadores disponíveis nos Estados Unidos”, disse. O menino com câncer foi deportado com a mãe menos de 24 horas após ser detido, segundo Willis. Ele tem 4 anos e enfrenta um quadro grave de saúde. O nome da criança e detalhes sobre o tratamento não foram divulgados. No caso da menina de 2 anos, um juiz federal da Louisiana questionou a legalidade da deportação. O pai da criança afirmou que queria manter a filha com ele nos EUA. Já o ICE alegou que a mãe optou por levá-la. As versões não foram verificadas antes da deportação. O juiz Terry Doughty agendou uma audiência para o dia 16 de maio. Em despacho, disse que o tribunal tem “forte suspeita de que o governo deportou uma cidadã americana sem qualquer processo significativo”. A mãe da menina, que está grávida, foi presa na terça-feira (22) durante um check-in no ICE em Nova Orleans. Ela estava acompanhada das duas filhas: a menina de 2 anos e uma adolescente de 11, nascida em Honduras. O juiz do caso tentou falar com a mulher enquanto ela estava no voo de deportação, mas foi informado cerca de uma hora depois que ela “já havia sido liberada em Honduras”. Doughty tentou ouvir a mulher durante o voo de deportação. Menos de uma hora depois, foi informado que ela já havia sido “liberada em Honduras”. Segundo os advogados do pai, o ICE teria mantido a menina por alguns dias para tentar forçar o homem a se entregar. Eles não informaram a situação migratória dele, mas disseram que a guarda legal da criança foi passada para a cunhada, que é cidadã americana. LEIA TAMBÉM Haitiana de 44 anos morre em centro de detenção de imigrantes dos EUA na Flórida Trump contesta pesquisas que apontam queda de popularidade e sugere ter 70% de aprovação Ataque a tiros deixa 3 mortos em Uppsala, na Suécia; autor teria fugido de patinete Mãe cubana é separada de bebê Oficial do ICE, o Serviço de Imigração e Algândega dos EUA AP Photo/Julia Demaree Nikhinson Na Flórida, uma mulher cubana também foi deportada nos últimos dias. Heidy Sánchez foi enviada para Havana dois dias após comparecer a um check-in no escritório do ICE em Tampa. Sánchez é mãe de uma menina de 1 ano, que é cidadã americana e sofre de convulsões. A criança ficou nos EUA com o pai, que é cidadão americano. Segundo a advogada, Claudia Cañizares, a cubana ainda amamentava a filha. A mulher foi detida sem aviso prévio, mantida incomunicável e deportada antes que Cañizares conseguisse protocolar os documentos para tentar barrar a remoção. “Disseram que ela já tinha ido embora, mas não acredito que fosse verdade”, afirmou a advogada. Cañizares disse que Sánchez tinha um caso forte por razões humanitárias. Mesmo assim, foi deportada rapidamente. “Acho que eles só estão seguindo ordens. Não se importam, sinceramente”, declarou. A cubana tinha uma ordem de deportação desde 2019, quando faltou a uma audiência. Ela chegou a ser detida por nove meses, mas foi libertada em 2020 depois que Cuba se recusou a aceitá-la de volta. Desde então, vinha cumprindo as exigências do ICE e comparecendo aos check-ins. VÍDEOS: mais assistidos do g1


Crianças são filhos de mães hondurenhas, que foram presas pelo serviço de imigração e deportadas em menos de três dias. Juiz dos EUA suspeita de irregularidades em um dos casos. EUA deportam três crianças americanas com as mães imigrantes Três crianças cidadãs dos Estados Unidos foram deportadas com as mães para Honduras nos últimos dias. Uma delas é um menino de 4 anos com um tipo raro de câncer, segundo advogados que acompanham os casos. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp As outras duas crianças têm 2 e 7 anos. Todas são filhas de mulheres hondurenhas e nasceram em território americano. As mães foram presas durante check-ins de rotina no Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) e deportadas em até três dias, de acordo com os advogados. Os casos levantaram suspeitas sobre a conduta do ICE e reacenderam o debate sobre os limites da política migratória do governo de Donald Trump. Um juiz federal nos EUA chegou a afirmar que há “forte suspeita” de que uma cidadã americana foi deportada sem o devido processo legal. Organizações como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e o Projeto Nacional de Imigração classificaram as deportações como um abuso de poder. “É chocante, embora cada vez mais comum”, disseram em nota conjunta. A advogada Gracie Willis, do Projeto Nacional de Imigração, afirmou que o ICE não ofereceu alternativas às mães. “Elas não tiveram escolha. Foram obrigadas a levar as crianças, mesmo com cuidadores disponíveis nos Estados Unidos”, disse. O menino com câncer foi deportado com a mãe menos de 24 horas após ser detido, segundo Willis. Ele tem 4 anos e enfrenta um quadro grave de saúde. O nome da criança e detalhes sobre o tratamento não foram divulgados. No caso da menina de 2 anos, um juiz federal da Louisiana questionou a legalidade da deportação. O pai da criança afirmou que queria manter a filha com ele nos EUA. Já o ICE alegou que a mãe optou por levá-la. As versões não foram verificadas antes da deportação. O juiz Terry Doughty agendou uma audiência para o dia 16 de maio. Em despacho, disse que o tribunal tem “forte suspeita de que o governo deportou uma cidadã americana sem qualquer processo significativo”. A mãe da menina, que está grávida, foi presa na terça-feira (22) durante um check-in no ICE em Nova Orleans. Ela estava acompanhada das duas filhas: a menina de 2 anos e uma adolescente de 11, nascida em Honduras. O juiz do caso tentou falar com a mulher enquanto ela estava no voo de deportação, mas foi informado cerca de uma hora depois que ela “já havia sido liberada em Honduras”. Doughty tentou ouvir a mulher durante o voo de deportação. Menos de uma hora depois, foi informado que ela já havia sido “liberada em Honduras”. Segundo os advogados do pai, o ICE teria mantido a menina por alguns dias para tentar forçar o homem a se entregar. Eles não informaram a situação migratória dele, mas disseram que a guarda legal da criança foi passada para a cunhada, que é cidadã americana. LEIA TAMBÉM Haitiana de 44 anos morre em centro de detenção de imigrantes dos EUA na Flórida Trump contesta pesquisas que apontam queda de popularidade e sugere ter 70% de aprovação Ataque a tiros deixa 3 mortos em Uppsala, na Suécia; autor teria fugido de patinete Mãe cubana é separada de bebê Oficial do ICE, o Serviço de Imigração e Algândega dos EUA AP Photo/Julia Demaree Nikhinson Na Flórida, uma mulher cubana também foi deportada nos últimos dias. Heidy Sánchez foi enviada para Havana dois dias após comparecer a um check-in no escritório do ICE em Tampa. Sánchez é mãe de uma menina de 1 ano, que é cidadã americana e sofre de convulsões. A criança ficou nos EUA com o pai, que é cidadão americano. Segundo a advogada, Claudia Cañizares, a cubana ainda amamentava a filha. A mulher foi detida sem aviso prévio, mantida incomunicável e deportada antes que Cañizares conseguisse protocolar os documentos para tentar barrar a remoção. “Disseram que ela já tinha ido embora, mas não acredito que fosse verdade”, afirmou a advogada. Cañizares disse que Sánchez tinha um caso forte por razões humanitárias. Mesmo assim, foi deportada rapidamente. “Acho que eles só estão seguindo ordens. Não se importam, sinceramente”, declarou. A cubana tinha uma ordem de deportação desde 2019, quando faltou a uma audiência. Ela chegou a ser detida por nove meses, mas foi libertada em 2020 depois que Cuba se recusou a aceitá-la de volta. Desde então, vinha cumprindo as exigências do ICE e comparecendo aos check-ins. VÍDEOS: mais assistidos do g1