“Estamos na ponta do icebergue desta utilização da Inteligência Artificial”

Joana Pereira, head of data and analytics da Askblue, interveio no Fórum Banca 2025.

Mar 13, 2025 - 18:03
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“Estamos na ponta do icebergue desta utilização da Inteligência Artificial”

Joana Pereira, head of data and analytics da Askblue, que interveio no Fórum Banca 2025 esta quarta-feira, listou a segurança, o nível de preparação e a falta de conhecimento entre as principais preocupações levantadas pelas organizações aquando da implementação de processos de Inteligência Artificial (IA).

As conclusões constam de um estudo sobre o estado de maturidade em relação a este tema pelas organizações, e que a mesma responsável levou à conferência anual do Jornal Económico (JE), esta quarta-feira, num pitch intitulado “Empresas AI-Ready: Assegure o futuro do seu negócio”.

“Estamos focados na IA generativa, mas há outros tipos de inteligência. Estamos na ponta do icebergue desta utilização da Inteligência Artificial”, afirmou.

“A IA está cá, mas olhar para o que se passa no backoffice é muito importante para sabermos o valor que estamos a tirar da aplicação da IA, seja ela generativa ou outro tipo, ou advance analytics simples, ou se fazer modelos preditivos ou prescritivos pode ser suficiente e não precisamos da utilização da IA… Temos de saber que a informação está lá, tem de ser organizada, que informação temos e como a transformamos para chegar a resultados que realmente trazem valor à organização”, explicou.

Segundo Joana Pereira, 99% dos inquiridos sobre o ponto de situação da IA nas empresas deixaram claro que consideram a IA uma “prioridade”. Além disso, “57% dessas organizações admitiram estar a explorar potenciais casos de uso em áreas específicas, contidos na organização, não tanto na transversalidade”.

“O setor financeiro esta incluído aqui. Estão a fazer casos de uso de IA generativa, que não é a única, e onde começaram as primeiras provas de conceito e os casos de uso”, como “chatbots e agentes virtuais”.

“Temos a parte do customer service support, que também traz esta necessidade de exploração da sua informação com IA. O terceiro, mais representativo, tem a ver com uma parte muito técnica da parte da geração de código, que está bastante evoluída”, continuou.

Quanto ao tema da segurança, as dúvida geradas em torno da fonte dos dados e a qualidade estão entre as preocupações demonstradas.

Olhando para a regulação, que posições se encontram? “Vou testar e ser audaz ou primeiro estancar e ver o que isto é efetivamente? Organizar e depois abrir ao exterior? Tem a ver com o modelo de governo que eu quero ter na organização e como implementar”, analisou.

No capítulo da data readiness, Joana Pereira alerta para a importância de uma promoção da cultura dentro das organizações. “Tenho de organizar e gerir a minha informação, tenho de segurá-la, coletá-la de uma forma estruturada. Tenho de pensar no que é relevante para mim  e construir uma cultura à volta disto. As pessoas da minha organização têm de perceber que isto está a acontecer. Tem de haver esta promoção da cultura com alterações de comportamentos que não pode ser setorial. Temos de construir esta cultura a volta das pessoas”, acrescentou.

A edição de 2025 do Fórum Banca do Jornal Económico teve lugar no Hotel da Lapa, em Lisboa, esta quarta-feira. Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, e Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, abriram e encerram, respetivamente a conferência do JE,