Ensaio fotográfico retrata leitores de jornal
O fotógrafo holandês Eddy Posthuma de Boer (1931-2021) visitou mais de noventa países a trabalho. Enquanto os desbravava, adquiriu o hábito de retratar leitores de jornais. Ele os flagrava em todo canto: praças, bares, restaurantes, lojas, hotéis, parques e até dentro de carros. Sem suspeitar, celebrava uma prática trivial e muito antiga que, no século XXI, se revelaria quase excêntrica. Portava-se como um admirador de carruagens às vésperas de a indústria automobilística varrê-las do mapa. Natural de Amsterdã, Boer ganhou a primeira câmera na infância e só deixou de fotografar à beira da morte. Com Ed van der Elsken e Johan van der Keuken, virou um dos maiores nomes da chamada “fotografia humanista” na Holanda. O movimento de origem europeia – que se fortaleceu ao longo dos anos 1950 – almejava documentar a rotina de adultos e crianças comuns, notadamente os mais pobres, sob um viés lírico, solidário e às vezes cômico. Distinguia-se do fotojornalismo por registrar o banal e não o extraordinário, seja nas cidades, seja no campo. Os fotógrafos adeptos da corrente priorizavam a luz natural e pretendiam captar tanto as emoções dos retratados quanto as peculiaridades do cenário que os rodeava. The post Ensaio fotográfico retrata leitores de jornal first appeared on revista piauí.

O fotógrafo holandês Eddy Posthuma de Boer (1931-2021) visitou mais de noventa países a trabalho. Enquanto os desbravava, adquiriu o hábito de retratar leitores de jornais. Ele os flagrava em todo canto: praças, bares, restaurantes, lojas, hotéis, parques e até dentro de carros. Sem suspeitar, celebrava uma prática trivial e muito antiga que, no século XXI, se revelaria quase excêntrica. Portava-se como um admirador de carruagens às vésperas de a indústria automobilística varrê-las do mapa.
Natural de Amsterdã, Boer ganhou a primeira câmera na infância e só deixou de fotografar à beira da morte. Com Ed van der Elsken e Johan van der Keuken, virou um dos maiores nomes da chamada “fotografia humanista” na Holanda. O movimento de origem europeia – que se fortaleceu ao longo dos anos 1950 – almejava documentar a rotina de adultos e crianças comuns, notadamente os mais pobres, sob um viés lírico, solidário e às vezes cômico. Distinguia-se do fotojornalismo por registrar o banal e não o extraordinário, seja nas cidades, seja no campo. Os fotógrafos adeptos da corrente priorizavam a luz natural e pretendiam captar tanto as emoções dos retratados quanto as peculiaridades do cenário que os rodeava.
De início sob a supervisão de Boer e depois sozinho, o curador Niels Beugeling reuniu cerca de oitenta retratos coloridos daqueles leitores de jornal. O garimpo resultou numa exposição que o Museu da Comunicação de Berlim abrigou entre agosto e janeiro passados. “Boer sempre me pareceu um sujeito bastante curioso e observador. Por isso, nunca saía de casa sem a câmera. Estava o tempo todo à espera de que algo especial acontecesse”, diz o curador.
A edição deste mês da piauí apresenta parte das fotos que compunham a mostra do holandês na Alemanha.
Assinantes da revista podem conhecer as imagens neste link.
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