Empreendedora e astronauta egípcia fala no Web Summit Rio 2025
Startupi Empreendedora e astronauta egípcia fala no Web Summit Rio 2025 No Web Summit Rio 2025, Sara Sabry, CEO e fundadora da Deep Space Initiative e primeira astronauta egípcia, conta como se tornou astronauta e quais foram os desafios da carreira. Com formação em engenharia mecânica e biomédicina, ela integrou um dos poucos programas de astronauta cidadão não vinculados a governos, o Space for Humanity. A [...] O post Empreendedora e astronauta egípcia fala no Web Summit Rio 2025 aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza

Startupi
Empreendedora e astronauta egípcia fala no Web Summit Rio 2025
No Web Summit Rio 2025, Sara Sabry, CEO e fundadora da Deep Space Initiative e primeira astronauta egípcia, conta como se tornou astronauta e quais foram os desafios da carreira. Com formação em engenharia mecânica e biomédicina, ela integrou um dos poucos programas de astronauta cidadão não vinculados a governos, o Space for Humanity. A missão, realizada em 2022, representou mais que uma conquista pessoal: foi um marco para a representação do mundo árabe e africano na exploração espacial.
A presença de Sara no Web Summit Rio é simbólica em muitos níveis. Segundo dados das Nações Unidas, apenas 18% das estudantes em todo o mundo seguem carreiras nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), índice bem abaixo dos 35% entre os homens.
Sabry fundou a Deep Space Initiative (DSI), organização sem fins lucrativos voltada à democratização do acesso à pesquisa espacial. A proposta da DSI é incluir pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes países em atividades científicas com foco em missões fora da Terra. Até o momento, mais de 300 pessoas de 60 nacionalidades já foram capacitadas por meio dos programas educacionais promovidos pela entidade.
A astronauta também lidera uma segunda frente: a STRIVE, startup que testa tecnologias em ambientes extremos da Terra com o objetivo de aplicá-las a futuras missões no espaço. O modelo adotado pela empresa integra campos como biotecnologia, engenharia de materiais e inteligência artificial para desenvolver soluções que atendam tanto às demandas do setor espacial quanto a questões urgentes no planeta.
Sabry afirma que os treinamentos para atuar em missões espaciais vão além do preparo físico. Em sua formação, ela participou de simulações em isolamento, como em uma missão análoga à Lua realizada na Polônia, onde permaneceu duas semanas em uma instalação subterrânea. Nesse ambiente, experimentos foram conduzidos sob pressão psicológica e restrição de contato externo, de modo a testar não só as habilidades técnicas, mas também a resiliência emocional da equipe.
A preparação para voos espaciais inclui desde exercícios físicos intensos e controle de G-force até o uso de trajes pressurizados e simulações de hipóxia. No entanto, segundo Sabry, o maior desafio está na saúde mental. “O impacto de ver a Terra do espaço muda profundamente como pensamos e sentimos. Nosso cérebro não foi biologicamente preparado para esse tipo de experiência”, afirma.
Durante uma dessas simulações, conflitos entre membros da equipe exigiram que ela assumisse um papel de mediação. A experiência a ensinou a lidar com situações de tensão, promovendo a comunicação e o equilíbrio emocional em momentos decisivos para o sucesso das missões.
Em relação à ampliação do acesso ao espaço, Sabry defende a participação crescente do setor privado. Ela aponta que a abertura comercial do setor permitiu que perfis diversos, como o seu, tivessem oportunidade de participar de voos e programas antes restritos a agências governamentais. “Cinco anos atrás, seria impossível imaginar que alguém com meu passaporte poderia ir ao espaço”, declara.
A inteligência artificial, segundo ela, já tem papel decisivo nas atividades da STRIVE. Tarefas que antes exigiam semanas de trabalho de equipes inteiras foram reduzidas a poucos dias graças à automação e análise avançada de dados. “Com o uso de IA, conseguimos otimizar processos operacionais e liberar tempo para concentrar esforços nas áreas que realmente demandam raciocínio estratégico”, explica.
Sabry vê a tecnologia como aliada para reduzir custos, acelerar inovações e tornar as missões mais seguras. O objetivo, afirma, é integrar essas ferramentas à rotina da exploração espacial e, ao mesmo tempo, aplicá-las em soluções práticas para problemas na Terra. A STRIVE, por exemplo, vem desenvolvendo tecnologias voltadas ao monitoramento ambiental em regiões remotas e ao desenvolvimento de sistemas de suporte à vida.
A proposta de sua atuação empresarial e científica não se limita ao avanço tecnológico. Sabry busca tornar a presença humana no espaço mais representativa, inclusiva e sustentável. Ela acredita que o futuro da exploração deve envolver múltiplos atores, de diferentes origens e expertises, para refletir de fato a diversidade do planeta.
Ao convidar investidores e parceiros para colaborar com os projetos da DSI e da STRIVE, ela reforça que os ganhos vão além da conquista de novos territórios. Para a astronauta, é preciso equilibrar a expansão interplanetária com responsabilidade ambiental e equidade de acesso.
Sabry finaliza com um convite à colaboração global: “Estamos construindo o futuro missão por missão, inovação por inovação. A exploração deve ser um esforço coletivo que respeite o planeta e prepare a humanidade para os próximos passos”.
Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!
O post Empreendedora e astronauta egípcia fala no Web Summit Rio 2025 aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza