Dia Mundial da Conscientização do Autismo: o número de pessoas que vivem no espectro está crescendo?

Nos últimos anos, a prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem aumentado significativamente em diversos países.  No contexto do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado dia 2 abril e marcado pela campanha Abril Azul, essa questão ganha ainda mais destaque. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos […]

Abr 1, 2025 - 23:22
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Dia Mundial da Conscientização do Autismo: o número de pessoas que vivem no espectro está crescendo?

Nos últimos anos, a prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem aumentado significativamente em diversos países.  No contexto do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado dia 2 abril e marcado pela campanha Abril Azul, essa questão ganha ainda mais destaque. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, em 2023, 1 em cada 36 crianças foi diagnosticada com TEA, um crescimento expressivo em relação a anos anteriores. ​

No Brasil, embora não existam dados epidemiológicos nacionais abrangentes, estima-se que aproximadamente 2 milhões de indivíduos sejam autistas, de acordo com o último senso do IBGE, de 2022. Além disso, o Censo Escolar de 2023 registrou um aumento de 48% no número de alunos com TEA matriculados na educação básica entre 2022 e 2023, totalizando 636 mil estudantes.

Dia Mundial da Conscientização do Autismo: o número de pessoas que vivem no espectro está crescendo?

Melhor compreensão e mudanças nos critérios diagnósticos

Uma das principais explicações para o aumento dos diagnósticos é a evolução dos critérios utilizados. Historicamente, o autismo era identificado apenas nos casos mais graves. Com a ampliação dos critérios no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças), passaram a ser incluídas manifestações mais leves do transtorno, permitindo que indivíduos com dificuldades sociais menos evidentes também fossem diagnosticados.​

Essa mudança também impactou a identificação de meninas com TEA. Tradicionalmente, acreditava-se que o autismo afetava predominantemente meninos, com uma proporção de 4 para 1. No entanto, estudos recentes sugerem que essa diferença pode estar relacionada a vieses diagnósticos, levando a uma subnotificação entre meninas.

Avanços na conscientização e no acesso ao diagnóstico

O aumento da conscientização sobre o autismo tem levado pais, educadores e profissionais de saúde a estarem mais atentos aos sinais do TEA, favorecendo a identificação precoce. No Brasil, apesar das dificuldades no diagnóstico e tratamento, especialmente na rede pública de saúde, avanços legislativos têm garantido direitos às pessoas autistas.