[Crítica] Thunderbolts* traz o MCU de volta aos trilhos em filme morno, mas que funciona
A Marvel parece estar se reencontrando no nível de qualidade. Depois de quase duas décadas de lançamentos ininterruptos de projetos no seu universo cinematográfico, a Marvel Studios parece estar aos poucos voltando aos trilhos da qualidade que outrora encantou muitos fãs que consideravam essas produções fantásticas e praticamente sem defeitos. Thunderbolts* é claramente uma tentativa […] Fonte: [Crítica] Thunderbolts* traz o MCU de volta aos trilhos em filme morno, mas que funciona">Legião dos Heróis.
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A Marvel parece estar se reencontrando no nível de qualidade.
Depois de quase duas décadas de lançamentos ininterruptos de projetos no seu universo cinematográfico, a Marvel Studios parece estar aos poucos voltando aos trilhos da qualidade que outrora encantou muitos fãs que consideravam essas produções fantásticas e praticamente sem defeitos.
Thunderbolts* é claramente uma tentativa de voltar a esses tempos áureos de estruturas fantásticas, roteiros coesos e, ao mesmo tempo, fórmulas simples, além de personagens que apresentam ótima química para contracenar por mais de uma hora sem cansar o espectador.
No entanto, a ênfase recai sobre o termo “tentativa”, visto que, embora possa se perceber esse esforço de Thunderbolts*, o longa ainda acaba apresentando alguns dos problemas em relação à falta de constância e aparente cansaço criativo que o MCU tem apresentado.
*Crítica por Felipe Zardo
- Ficha técnica
- Se não os Vingadores, então quem?
- Uma nova era de heróis e ameaças palpáveis
- O MCU de volta ao que era antes?
Ficha técnica
Título: Thunderbolts*
Direção: Jake Schreier
Roteiro: Eric Pearson, Joanna Calo
Data de lançamento: 01 de maio de 2025
País de origem: Estados Unidos da América
Duração: 2h 06min
Sinopse: “Presos em uma armadilha mortal, sete párias desiludidos são forçados a embarcar em uma missão perigosa que os obrigará a confrontar os cantos mais sombrios de seus passados.”
Se não os Vingadores, então quem?
No atual passo do MCU, os Vingadores já não existem mais. E isso já tem uns bons anos. Sem um grupo de heróis decente para defender a Terra (ou melhor dizendo, os Estados Unidos), com quem os cidadãos poderiam contar para combater ameaças de larga escala?
Em Thunderbolts* fica evidente a necessidade de indivíduos especiais agindo em favor da humanidade, principalmente porque o incidente com o Hulk Vermelho em Capitão América: Admirável Mundo Novo ainda está fresco na mente da opinião pública e, após a renúncia do presidente Thaddeus Ross (Harrison Ford), a sociedade americana se encontra fragilizada.
Nisso, Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) surge como persona non-grata do governo americano depois de anos tentando preencher esse vácuo que os Vingadores deixaram. O problema é que ela escolha fazer isso de formas bem duvidosas. A fim de se livrar de provas que a incriminem, ela acaba por formar uma equipe nova de indivíduos (não tão) formidáveis sem querer.
Nos quadrinhos, os Thunderbolts surgiram ainda nos anos 90 graças ao Barão Zemo, que apesar de já existir no MCU, se encontra preso após as atrocidades cometidas em Capitão América: Guerra Civil. A equipe só chegou a ter status heroico após muitos anos e sob comando do próprio Thaddeus Ross, que reuniu uma formação interessante — que, no fim das contas, não inclui nenhum dos personagens que estão no filme — mas que apresenta a ideia de serem párias com habilidades especiais e que, no fundo, tem boas intenções.
A formação dos Thunderbolts do Universo Cinematográfico da Marvel, apesar de coesa (visto que tem o dedo de Valentina desde Viúva Negra) é uma forma do estúdio de reaproveitar personagens que estavam flutuando por aí sem uso e recriar a fórmula de embate e aprendizado vista em Vingadores (2012). Mas será que isso funciona?
Uma nova era de heróis e ameaças palpáveis
Além dos Thunderbolts já estarem confirmados no futuro do MCU, também temos a mais nova e poderosa adição ao cânone de heróis da editora em live-action: o Sentinela (Lewis Pullman). O ser absurdamente poderoso, descrito como “todos os Vingadores em um só”, surge com a mesma proposta dos quadrinhos de forma a apresentar uma temática debatida de forma superficial, porém efetiva no longa, que é o enfrentamento de cada um dos personagens diante de seus demônios interiores.
No filme, os “heróis” são constantemente colocados em posição de embate aos erros de seus passados, seus fracassos, medos e traumas como uma forma de trazer para o público uma reflexão sobre ameaças palpáveis da sociedade atual como a depressão, pressões sociais e inseguranças a fim de criar uma ponte entre o longa e quem o assiste. Se Robert Reynolds, é um personagem superpoderoso e que, ainda assim possui problemas internos que precisa combater, por quê nós, meros mortais, não deveríamos também?
E nisso surge o protagonismo de Yelena Belova (Florence Pugh), que conduz o longa com seus dilemas morais diante de sua formação na Sala Vermelha e todas as atrocidades que precisou cometer ao longo dos anos para sobreviver. Nisso, sua representação como uma simples humana com questões pessoais pesadas em paralelo à crise traumática constante vivida pelo Sentinela, não só conduz toda a trama como também a própria equipe.
O MCU de volta ao que era antes?
Thunderbolts* é um esforço do estúdio de reviver o clima de Vingadores, só que sem os Vingadores. No máximo temos Bucky Barnes (Sebastian Stan) como um lembrete do que a equipe de heróis já foi, mas de certa forma ele surge apagado diante do protagonismo constante que precisa dividir em tela.
As confusões que pautaram Vingadores ainda estão ali, o clima ainda está ali, mas faltou um pouco mais de tempero. Com a pegada mais “pé no chão” e sóbria — mesmo com a presença de um personagem invulnerável que pode voar –, Jake Schreier consegue ser criativo com seus super soldados, apresentando conflitos e sequências de ação criativas que elevam as habilidades dos personagens ao máximo, dando a eles chance de se redimir diante dos projetos do MCU em tempos de “crise”. O problema é que, em muitos momentos, isso não convence o público.
Apesar de todos esses esforços, Thunderbolts* ainda se perde com um roteiro simplista que pode desagradar os fãs mais exigentes, e perdas constantes de ritmo com diálogos longos e sequências maçantes que incomodam, visto que esse mesmo ritmo inconstante resulta em tramas que se arrastam e, no fim, são resolvidas de forma muito atropelada.
Assim, com um tom misto de política rasa, pancadaria de qualidade e arcos pouco consistentes, Thunderbolts* é, sem dúvidas, um filme melhor que muita coisa que a Marvel Studios andou lançando recentemente — o que não é difícil. Mesmo que morno, o longa pode até servir de paralelo para a situação do MCU, onde o foco é enfrentar problemas internos a fim de encontrar a glória que um dia de fato chegaria novamente.
Por esse motivo, o filme leva 3 estrelas da Legião!
*Crítica por Felipe Zardo
Thunderbolts* estreia em 1 de maio nos cinemas.
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