Consignado CLT: governo espera que empréstimos com garantia do FGTS superem R$ 100 bilhões em três meses

Informação é do secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena. Governo e bancos esperam que os trabalhadores substituam linhas de crédito mais caras, como o CDC ou cheque especial, pela nova modalidade de crédito. O Ministério do Trabalho e do Emprego estima que os desembolsos de novos empréstimos consignados (com desconto na folha de pagamentos) para trabalhadores do setor privado, com garantia do FGTS, superem a marca dos R$ 100 bilhões nos três primeiros meses da modalidade. A projeção é do secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena (leia mais abaixo). "É um programa novo, tem um período de maturação. A expectativa que a gente ouviu dos bancos e de todas instituições financeiras, que vão trabalhar para migrar de imediato, e não sei qual o prazo deles, R$ 85 bilhões dos R$ 320 bilhões que existem de CDC [crédito direto ao consumidor]", disse Macena, do Ministério do Trabalho, ao g1. Com novo consignado, celetista vai poder ter empréstimo com taxa 'civilizada', diz Haddad A explicação é que as linhas de CDC possuem juros mais altos. Com isso, a expectativa do governo, e dos bancos, é de que as pessoas busquem o consignado do setor privado para quitar empréstimos que possuem com juros mais altos. Com isso, conseguirão uma folga orçamentária no pagamento das prestações mensais. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média dos bancos para CDC, em janeiro deste ano, foi de 5,93% ao mês. Já no cheque especial das pessoas físicas, a taxa média em janeiro foi de 7,38% ao mês. Já o consignado ao setor privado, com as regras antigas ainda, que exigiam acordo entre as empresas e os bancos, teve juro médio de 2,92% ao mês em janeiro. Já o consignado ao servidor público e a aposentados e pensionistas, respectivamente, tiveram juros médios de 1,82% e de 1,75% ao mês em janeiro. A taxa que o trabalhador vai conseguir no banco vai depender da análise de risco que as instituições financeiras farão com base no seu tempo de trabalho e histórico de operações de crédito, entre outros fatores. "Fora isso, temos a expectativa que os consignados comecem a ser feitos pela carteira digital para quem não tem carteira de crédito. E que, nos primeiros meses, superem a marca dos R$ 100 bilhões", acrescentou Francisco Macena, do Ministério do Trabalho. Aposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para baratear o crédito ao setor privado, o crédito consignado, com garantia do FGTS, foi anunciado na semana passada, e começou a operar na sexta-feira (21) com a abertura da plataforma de negociação. Até as 18h deste domingo (23) as simulações do novo crédito consignado somaram 40,18 milhões. Foram apresentadas nesse período 4,5 milhões propostas, e 11.032 contratos foram fechados. O Ministério do Trabalho não informou, porém, o volume financeiro das operações fechadas. Governo liberou na última sexta-feira plataforma para que o setor privado busque consignado com garantia do FGTS Adriano Toffetti/Ato Press/Estadão Conteúdo Expectativa dos bancos Procurada pelo g1, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que o novo crédito consignado nasce como uma boa alternativa ao trabalhador da iniciativa privada, concebido com o objetivo de ser um processo de contratação mais fluido e que leva em conta muitos dos pontos que impediam o crescimento da modalidade. "Por se tratar de uma modalidade que tem muitas novidades em relação a processos operacionais, além de um número grande de empresas e trabalhadores que precisam entender melhor como funciona o produto, prevemos que os primeiros dias de operação serão mais modestos, em função de adequação de processos e sistemas, mas confiamos que tudo está sendo feito para endereçar o pleno funcionamento da plataforma", avaliou o Febraban. A entidade acrescentou que a garantia do saldo do FGTS, bem como os recursos da multa rescisória que podem ser oferecidos pelo trabalhador, podem auxiliar no estímulo à concessão do crédito por parte das instituições financeiras, mas que é "difícil saber em qual montante". "À medida que os processos forem sendo modernizados e exista maior conhecimento dos trabalhadores em geral em relação à modalidade, o produto deve atingir os níveis normais de desempenho", concluiu a Febraban. Assim como o governo, a entidade recomendou que os trabalhadores busquem essa nova linha de crédito para liquidar dívidas mais caras ou que, havendo real necessidade de contratação do produto, seja feita pesquisa entre os bancos que ofertem a modalidade para buscar as melhores condições (taxas mais baixas e prazos mais longos). Entenda o consignado ao setor privado

Mar 24, 2025 - 15:56
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Consignado CLT: governo espera que empréstimos com garantia do FGTS superem R$ 100 bilhões em três meses

Informação é do secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena. Governo e bancos esperam que os trabalhadores substituam linhas de crédito mais caras, como o CDC ou cheque especial, pela nova modalidade de crédito. O Ministério do Trabalho e do Emprego estima que os desembolsos de novos empréstimos consignados (com desconto na folha de pagamentos) para trabalhadores do setor privado, com garantia do FGTS, superem a marca dos R$ 100 bilhões nos três primeiros meses da modalidade. A projeção é do secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena (leia mais abaixo). "É um programa novo, tem um período de maturação. A expectativa que a gente ouviu dos bancos e de todas instituições financeiras, que vão trabalhar para migrar de imediato, e não sei qual o prazo deles, R$ 85 bilhões dos R$ 320 bilhões que existem de CDC [crédito direto ao consumidor]", disse Macena, do Ministério do Trabalho, ao g1. Com novo consignado, celetista vai poder ter empréstimo com taxa 'civilizada', diz Haddad A explicação é que as linhas de CDC possuem juros mais altos. Com isso, a expectativa do governo, e dos bancos, é de que as pessoas busquem o consignado do setor privado para quitar empréstimos que possuem com juros mais altos. Com isso, conseguirão uma folga orçamentária no pagamento das prestações mensais. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média dos bancos para CDC, em janeiro deste ano, foi de 5,93% ao mês. Já no cheque especial das pessoas físicas, a taxa média em janeiro foi de 7,38% ao mês. Já o consignado ao setor privado, com as regras antigas ainda, que exigiam acordo entre as empresas e os bancos, teve juro médio de 2,92% ao mês em janeiro. Já o consignado ao servidor público e a aposentados e pensionistas, respectivamente, tiveram juros médios de 1,82% e de 1,75% ao mês em janeiro. A taxa que o trabalhador vai conseguir no banco vai depender da análise de risco que as instituições financeiras farão com base no seu tempo de trabalho e histórico de operações de crédito, entre outros fatores. "Fora isso, temos a expectativa que os consignados comecem a ser feitos pela carteira digital para quem não tem carteira de crédito. E que, nos primeiros meses, superem a marca dos R$ 100 bilhões", acrescentou Francisco Macena, do Ministério do Trabalho. Aposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para baratear o crédito ao setor privado, o crédito consignado, com garantia do FGTS, foi anunciado na semana passada, e começou a operar na sexta-feira (21) com a abertura da plataforma de negociação. Até as 18h deste domingo (23) as simulações do novo crédito consignado somaram 40,18 milhões. Foram apresentadas nesse período 4,5 milhões propostas, e 11.032 contratos foram fechados. O Ministério do Trabalho não informou, porém, o volume financeiro das operações fechadas. Governo liberou na última sexta-feira plataforma para que o setor privado busque consignado com garantia do FGTS Adriano Toffetti/Ato Press/Estadão Conteúdo Expectativa dos bancos Procurada pelo g1, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que o novo crédito consignado nasce como uma boa alternativa ao trabalhador da iniciativa privada, concebido com o objetivo de ser um processo de contratação mais fluido e que leva em conta muitos dos pontos que impediam o crescimento da modalidade. "Por se tratar de uma modalidade que tem muitas novidades em relação a processos operacionais, além de um número grande de empresas e trabalhadores que precisam entender melhor como funciona o produto, prevemos que os primeiros dias de operação serão mais modestos, em função de adequação de processos e sistemas, mas confiamos que tudo está sendo feito para endereçar o pleno funcionamento da plataforma", avaliou o Febraban. A entidade acrescentou que a garantia do saldo do FGTS, bem como os recursos da multa rescisória que podem ser oferecidos pelo trabalhador, podem auxiliar no estímulo à concessão do crédito por parte das instituições financeiras, mas que é "difícil saber em qual montante". "À medida que os processos forem sendo modernizados e exista maior conhecimento dos trabalhadores em geral em relação à modalidade, o produto deve atingir os níveis normais de desempenho", concluiu a Febraban. Assim como o governo, a entidade recomendou que os trabalhadores busquem essa nova linha de crédito para liquidar dívidas mais caras ou que, havendo real necessidade de contratação do produto, seja feita pesquisa entre os bancos que ofertem a modalidade para buscar as melhores condições (taxas mais baixas e prazos mais longos). Entenda o consignado ao setor privado