Com contrato até julho, Unicamp corre para evitar chamamento público da gestão do Hospital Estadual de Sumaré; entenda

Universidade mantém convênio com o Estado há 25 anos, mas Secretaria de Estado da Saúde, embasada por legislação, quer transferir comando de estruturas para Organizações Sociais (OSs). Unicamp usa HES, Hospital Regional de Piracicaba e AMEs também como unidades de ensino e pesquisa. Hospital Estadual de Sumaré fechou setor de enfermaria pediátrica em janeiro de 2021 HES/UNICAMP Com contrato em vigor até julho de 2025, a Unicamp teme perder a gestão do Hospital Estadual de Sumaré (HES), onde atua há 25 anos por meio de um convênio que governo do Estado de São Paulo já sinalizou que não será renovado. A universidade até pode seguir à frente da unidade, mas para isso precisará participar - e vencer - um processo de chamamento público do qual a instituição tenta evitar. Por nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou apenas que "o novo chamamento atenderá às diretrizes da lei nº 846/1998 e será publicado no Diário Oficial do Estado oportunamente". Com isso, pela lei destacada pela pasta, apenas Organizações Sociais (OSs) poderão participar do processo licitatório. E apesar de ver essa opção como último recurso, a Unicamp se movimentou para alterar o estatuto de uma de suas fundações para OS a tempo de participar da iminente concorrência. 'Efeito dominó' Para a Diretoria Executiva da Área de Saúde (Deas), se o processo do chamamento avançar ele irá provocar um "efeito dominó", uma vez que a Unicamp também faz a gestão do Hospital Regional de Piracicaba, com contrato até 2027, e de AMEs em sete cidades paulistas. "Isso [transferir a gestão às OSs] vem acontecendo com diversas unidades que são propriedade da Secretaria do Estado, mas apesar de ter mais de dez anos esse processo, nunca se aplicou às estruturas que a Unicamp vem fazendo a gestão. Apesar de existir lei que embasa essa transferência para organizações sociais, isso nunca foi apresentado como uma necessidade para a Universidade de Campinas. Sempre celebramos convênios e prosseguiu assim", detalhou Oswaldo da Rocha Grassiotto, professor da Faculdade de Medicina e diretor executivo da Deas.

Fev 24, 2025 - 11:05
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Com contrato até julho, Unicamp corre para evitar chamamento público da gestão do Hospital Estadual de Sumaré; entenda

Universidade mantém convênio com o Estado há 25 anos, mas Secretaria de Estado da Saúde, embasada por legislação, quer transferir comando de estruturas para Organizações Sociais (OSs). Unicamp usa HES, Hospital Regional de Piracicaba e AMEs também como unidades de ensino e pesquisa. Hospital Estadual de Sumaré fechou setor de enfermaria pediátrica em janeiro de 2021 HES/UNICAMP Com contrato em vigor até julho de 2025, a Unicamp teme perder a gestão do Hospital Estadual de Sumaré (HES), onde atua há 25 anos por meio de um convênio que governo do Estado de São Paulo já sinalizou que não será renovado. A universidade até pode seguir à frente da unidade, mas para isso precisará participar - e vencer - um processo de chamamento público do qual a instituição tenta evitar. Por nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou apenas que "o novo chamamento atenderá às diretrizes da lei nº 846/1998 e será publicado no Diário Oficial do Estado oportunamente". Com isso, pela lei destacada pela pasta, apenas Organizações Sociais (OSs) poderão participar do processo licitatório. E apesar de ver essa opção como último recurso, a Unicamp se movimentou para alterar o estatuto de uma de suas fundações para OS a tempo de participar da iminente concorrência. 'Efeito dominó' Para a Diretoria Executiva da Área de Saúde (Deas), se o processo do chamamento avançar ele irá provocar um "efeito dominó", uma vez que a Unicamp também faz a gestão do Hospital Regional de Piracicaba, com contrato até 2027, e de AMEs em sete cidades paulistas. "Isso [transferir a gestão às OSs] vem acontecendo com diversas unidades que são propriedade da Secretaria do Estado, mas apesar de ter mais de dez anos esse processo, nunca se aplicou às estruturas que a Unicamp vem fazendo a gestão. Apesar de existir lei que embasa essa transferência para organizações sociais, isso nunca foi apresentado como uma necessidade para a Universidade de Campinas. Sempre celebramos convênios e prosseguiu assim", detalhou Oswaldo da Rocha Grassiotto, professor da Faculdade de Medicina e diretor executivo da Deas.