Cientistas brasileiros usam bactéria para transformar plástico em produto biodegradável
O trabalho foi publicado na 'Nature Science', uma das revistas mais prestigiadas do mundo. Cientistas brasileiros conseguem bons resultados em pesquisa com bactéria que destrói plástico Cientistas brasileiros conseguiram resultados promissores em pesquisas para transformar plásticos em produto biodegradável. É principalmente na umidade que a Pseudomonas se proliferam. A bactéria é facilmente encontrada em banheiros. Nos humanos, pode causar vários problemas de saúde, principalmente nos diabéticos. Mas 15 pesquisadores das universidades UNISO de Sorocaba, Federal do ABC, de Santo André, UNICAMP, de Campinas e da Universidade Federal de Santa Catarina descobriram que ela pode ser um caminho para aumentar a sustentabilidade do planeta. A Pseudomonas consegue transformar plásticos em material biodegradável, como explica o professor da Universidade de Sorocaba, Fabio Squina, responsável pela pesquisa, publicada na “Science of the Total Environment”, uma revista científica internacional que cobre ciência ambiental. "A bactéria tem a capacidade de utilizar como alimento plástico de sacolinha, que é o plástico de polietileno, e também o plástico das garrafas, as garrafas PET. Então, ela consegue degradar esse material plástico e decompor esse material plástico em pequenas unidades e também consegue produzir substâncias que são de interesse para a sociedade, como, por exemplo, esse bioplástico que pode substituir o plástico derivado de petróleo”, explica Fabio Squina. Cientistas brasileiros usam bactéria para transformar plástico em produto biodegradável Reprodução/TV Globo A imagem de tomografia indica o tamanho da fome da bactéria. Em um mês, a Pseudomonas comeu 10% de uma embalagem que levaria, em média, mais de 400 anos para se decompor. "A bactéria está entrando na superfície do plástico, ela está se adentrando e fazendo a degradação, ela está se alimentando daquela fonte carbônica e gerando essa deformação no material, facilitando a degradação futura”, afirma Denicezar Baldo - doutorando e responsável técnico pelo laboratório. Segundo um programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente, metade dos resíduos plásticos em todo o mundo vai diretamente para os aterros. Ou seja, o material não é reciclado; 22% acabam indo diretamente para a natureza, a maior parte para os oceanos. E o relatório da ONU aponta que até 2040 esse volume vai triplicar. Após cinco anos do estudo, financiado pela FAPESP, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, os pesquisadores deram um passo para reduzir uma entre tantas preocupações com o meio ambiente. "Qualquer esforço de se descobrir microrganismos que possam, de alguma forma, quebrar em moléculas menores, quebrar esse plástico e transformá-lo em um material inerte, que agrida menos o meio ambiente é um trabalho muito interessante”, afirma José Martins de Oliveira Junior - coordenador do Lab. de Física e Processamento da UNISO. O próximo passo é testar o resultado da pesquisa em escala maior: “O futuro que a gente está trabalhando agora é com relação a melhorar a capacidade da bactéria, quanto à capacidade de degradar plásticos mais resistentes, mais duráveis, e também melhorar a capacidade da bactéria de acumular esse biopolímero e fazer com que esse processo saia da pequena escala de laboratório e vá para uma escala industrial”, conta Fabio Squina. LEIA TAMBÉM Pesquisadores brasileiros desenvolvem filme bioplástico com casca de banana que não agride o meio ambiente Bioplástico comestível à base de cupuaçu da 'União Feminina na Ciência' é destaque em jornada


O trabalho foi publicado na 'Nature Science', uma das revistas mais prestigiadas do mundo. Cientistas brasileiros conseguem bons resultados em pesquisa com bactéria que destrói plástico Cientistas brasileiros conseguiram resultados promissores em pesquisas para transformar plásticos em produto biodegradável. É principalmente na umidade que a Pseudomonas se proliferam. A bactéria é facilmente encontrada em banheiros. Nos humanos, pode causar vários problemas de saúde, principalmente nos diabéticos. Mas 15 pesquisadores das universidades UNISO de Sorocaba, Federal do ABC, de Santo André, UNICAMP, de Campinas e da Universidade Federal de Santa Catarina descobriram que ela pode ser um caminho para aumentar a sustentabilidade do planeta. A Pseudomonas consegue transformar plásticos em material biodegradável, como explica o professor da Universidade de Sorocaba, Fabio Squina, responsável pela pesquisa, publicada na “Science of the Total Environment”, uma revista científica internacional que cobre ciência ambiental. "A bactéria tem a capacidade de utilizar como alimento plástico de sacolinha, que é o plástico de polietileno, e também o plástico das garrafas, as garrafas PET. Então, ela consegue degradar esse material plástico e decompor esse material plástico em pequenas unidades e também consegue produzir substâncias que são de interesse para a sociedade, como, por exemplo, esse bioplástico que pode substituir o plástico derivado de petróleo”, explica Fabio Squina. Cientistas brasileiros usam bactéria para transformar plástico em produto biodegradável Reprodução/TV Globo A imagem de tomografia indica o tamanho da fome da bactéria. Em um mês, a Pseudomonas comeu 10% de uma embalagem que levaria, em média, mais de 400 anos para se decompor. "A bactéria está entrando na superfície do plástico, ela está se adentrando e fazendo a degradação, ela está se alimentando daquela fonte carbônica e gerando essa deformação no material, facilitando a degradação futura”, afirma Denicezar Baldo - doutorando e responsável técnico pelo laboratório. Segundo um programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente, metade dos resíduos plásticos em todo o mundo vai diretamente para os aterros. Ou seja, o material não é reciclado; 22% acabam indo diretamente para a natureza, a maior parte para os oceanos. E o relatório da ONU aponta que até 2040 esse volume vai triplicar. Após cinco anos do estudo, financiado pela FAPESP, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, os pesquisadores deram um passo para reduzir uma entre tantas preocupações com o meio ambiente. "Qualquer esforço de se descobrir microrganismos que possam, de alguma forma, quebrar em moléculas menores, quebrar esse plástico e transformá-lo em um material inerte, que agrida menos o meio ambiente é um trabalho muito interessante”, afirma José Martins de Oliveira Junior - coordenador do Lab. de Física e Processamento da UNISO. O próximo passo é testar o resultado da pesquisa em escala maior: “O futuro que a gente está trabalhando agora é com relação a melhorar a capacidade da bactéria, quanto à capacidade de degradar plásticos mais resistentes, mais duráveis, e também melhorar a capacidade da bactéria de acumular esse biopolímero e fazer com que esse processo saia da pequena escala de laboratório e vá para uma escala industrial”, conta Fabio Squina. LEIA TAMBÉM Pesquisadores brasileiros desenvolvem filme bioplástico com casca de banana que não agride o meio ambiente Bioplástico comestível à base de cupuaçu da 'União Feminina na Ciência' é destaque em jornada