China entra na fase final de construção do reator de fusão Best com meta de gerar energia líquida até 2027
A China deu início à fase final de montagem do Tokamak Supercondutor Experimental de Plasma Queimado (Best), projeto voltado à geração líquida de energia por meio da fusão nuclear. A instalação está sendo construída em Hefei e deve ser concluída até novembro de 2027, conforme anunciou a agência estatal Xinhua. O reator Best integra a […] O post China entra na fase final de construção do reator de fusão Best com meta de gerar energia líquida até 2027 apareceu primeiro em O Cafezinho.

A China deu início à fase final de montagem do Tokamak Supercondutor Experimental de Plasma Queimado (Best), projeto voltado à geração líquida de energia por meio da fusão nuclear. A instalação está sendo construída em Hefei e deve ser concluída até novembro de 2027, conforme anunciou a agência estatal Xinhua.
O reator Best integra a estratégia chinesa para desenvolver uma fonte alternativa de energia baseada no mesmo princípio de geração do Sol. A expectativa é que ele seja o primeiro equipamento do tipo no mundo a produzir mais energia do que consome, uma condição conhecida como geração líquida de energia.
O projeto é conduzido pelo Instituto de Física de Plasma em Hefei e pela empresa estatal Neo Fusion. Segundo Yan Jianwen, presidente da Neo Fusion, as obras começaram dois meses antes do cronograma original. “Em menos de dois anos, concluímos a construção civil, com componentes de vários sistemas já em prontidão operacional — isso é o que chamamos de ‘velocidade chinesa’”, afirmou.
O Best é baseado no formato tokamak, dispositivo em forma de anel considerado um dos mais promissores para reações de fusão nuclear controladas.
A fusão nuclear, diferentemente da fissão utilizada nas usinas atuais, tem potencial para oferecer uma fonte de energia com menor produção de resíduos radioativos e maior eficiência energética.
Segundo Song Yuntao, engenheiro-chefe do projeto, o desenvolvimento já alcançou domínio sobre as principais tecnologias necessárias. “Nós dominamos completamente as principais tecnologias, tanto científica quanto tecnicamente”, afirmou durante a cerimônia que marcou o início da fase final da montagem.
A construção do reator envolve a instalação de dezenas de milhares de componentes, totalizando cerca de 6.000 toneladas.
Os principais módulos estão sendo montados com precisão no poço central do tokamak. Liang Zhuo, gerente do projeto de montagem, explicou que os elementos precisam ser posicionados com margem de erro dentro da escala milimétrica.
“Tanto a precisão da instalação quanto o erro cumulativo devem ser controlados dentro da faixa milimétrica, o que representa um desafio técnico significativo”, declarou à emissora local.
A nova instalação é uma evolução do Tokamak Supercondutor Avançado Experimental (Leste), que demonstrou a viabilidade científica da fusão controlada, mas não foi projetado para gerar energia líquida. O Best deverá cumprir esse papel intermediário antes da construção do Reator de Demonstração de Engenharia de Fusão Chinês (CFEDR), planejado como o próximo estágio da iniciativa nacional.
Em paralelo, os Estados Unidos desenvolvem projeto semelhante. O SPARC, uma instalação de fusão nuclear em construção no estado de Massachusetts, é coordenado pela empresa Commonwealth Fusion Systems, vinculada ao Massachusetts Institute of Technology (MIT).
O reator americano também tem como meta atingir a geração líquida de energia até 2027. O projeto prevê produzir até dez vezes mais energia do que o necessário para seu funcionamento em pulsos curtos.
O Best é ligeiramente maior que o SPARC, mas opera com ímãs menos potentes. O objetivo dos pesquisadores chineses é obter mais de cinco vezes a energia consumida em operações breves e alcançar o equilíbrio energético em ciclos operacionais mais longos e estáveis.
A montagem e conclusão do reator Best são consideradas etapas centrais para a futura comercialização da energia de fusão. De acordo com Yan Jianwen, após a conclusão do projeto em Hefei, a Neo Fusion deve avançar com o CFEDR, que servirá como instalação de demonstração em larga escala para possíveis usinas comerciais.
A disputa tecnológica entre China e Estados Unidos no campo da fusão nuclear ocorre em um contexto de crescente busca global por fontes alternativas de energia. O avanço das pesquisas nessa área é visto como uma possível resposta à crescente demanda energética global, com menor impacto ambiental em comparação aos modelos convencionais de geração.
Ambos os projetos — Best e SPARC — representam tentativas de alcançar o que cientistas consideram o principal desafio técnico da fusão nuclear: produzir mais energia do que se consome em condições sustentáveis e economicamente viáveis. A meta de concluir as instalações até 2027 coloca os dois países em trajetória paralela, com resultados que podem influenciar os rumos da matriz energética mundial nas próximas décadas.
Com a entrada na fase final da construção, o Best passa a concentrar os esforços técnicos do setor de pesquisa em fusão nuclear da China. A próxima etapa, após a montagem completa do reator, será a realização de testes e calibração para iniciar as primeiras tentativas de fusão energética com geração líquida.
O governo chinês tem mantido o investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento de novas fontes de energia, incluindo energia solar, eólica e, agora, fusão nuclear. O projeto do reator Best está inserido nesse contexto mais amplo de diversificação energética e posicionamento estratégico no cenário tecnológico internacional.
Com informações da SCMP
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