China corta drasticamente importações de algodão e carne dos EUA
As importações chinesas de fibra de algodão dos Estados Unidos registraram forte queda em março, totalizando US$ 27,7 milhões, uma redução de quase 12 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. O produto havia ocupado posição de destaque entre as principais fontes de receita para os exportadores norte-americanos em 2023, segundo levantamento da […] O post China corta drasticamente importações de algodão e carne dos EUA apareceu primeiro em O Cafezinho.

As importações chinesas de fibra de algodão dos Estados Unidos registraram forte queda em março, totalizando US$ 27,7 milhões, uma redução de quase 12 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior.
O produto havia ocupado posição de destaque entre as principais fontes de receita para os exportadores norte-americanos em 2023, segundo levantamento da Sputnik baseado em dados da alfândega da China.
Além da fibra de algodão, outros itens do setor têxtil também sofreram retração nas compras por parte da China. As importações de fios químicos caíram 40%, para US$ 9,1 milhões, enquanto as de fibras químicas diminuíram 16%, somando US$ 5,7 milhões. O volume de algodão em rama, feltros e materiais não tecidos recuou 25%, alcançando US$ 11,6 milhões.
No segmento de tecidos especiais, como bordados, a queda foi de aproximadamente 14 vezes, com valor importado de US$ 94 mil.
As compras de tecidos de malha caíram para US$ 47 mil, os tapetes tiveram retração de 1,7 vez, para US$ 358 mil, e os tecidos preparados ou revestidos diminuíram 12%, totalizando US$ 3,5 milhões. No conjunto, as exportações norte-americanas de tecidos para o mercado chinês em março registraram redução de 6,3 vezes, atingindo US$ 58,2 milhões.
A queda nas importações chinesas de produtos norte-americanos também se estendeu ao setor de carnes e pescados. A compra de carnes pelos chineses caiu 29% em relação a março do ano passado, somando US$ 165,5 milhões.
As importações de carne de frango diminuíram quase seis vezes, para US$ 6,3 milhões, enquanto as de carne suína recuaram 20%, totalizando US$ 9,9 milhões. As compras de peixes e frutos do mar sofreram queda de 15%, somando US$ 73,3 milhões, e as de camarão caíram mais de 30%, para US$ 18,9 milhões.
As reduções nas importações ocorrem em meio à intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Em 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que institui tarifas de reciprocidade sobre importações de vários países, incluindo a China.
A medida estabeleceu alíquota de 145% para os exportadores chineses que vendem ao mercado norte-americano, enquanto os produtos dos Estados Unidos que entram na China passaram a pagar tarifa de 125%.
Especialistas ouvidos pela Sputnik afirmaram que o patamar das tarifas dificulta a continuidade das relações comerciais entre as duas maiores economias globais. Segundo analistas, os percentuais aplicados funcionam, na prática, como uma barreira quase total ao comércio bilateral em diversos setores.
Apesar do cenário de disputa entre Washington e Pequim, representantes do setor de carnes avaliam que as exportações brasileiras de carne bovina para o mercado norte-americano não devem ser afetadas negativamente pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Ao contrário, há expectativa de que a demanda permaneça elevada e possa até ampliar as vendas do Brasil para esse destino.
De acordo com João Figueiredo, analista da consultoria Datagro, a procura por carne bovina no mercado norte-americano foi suficiente para que o Brasil atingisse sua cota anual de exportação livre de tarifas, de 65 mil toneladas, em apenas 14 dias neste ano. Figueiredo afirmou que essa marca não havia sido alcançada em período tão curto anteriormente.
O analista também destacou que os pecuaristas brasileiros, especialmente no Estado do Mato Grosso, possuem condições para aumentar a oferta de carne, devido à ampla disponibilidade de gado na região. A possibilidade de expansão das vendas, no entanto, esbarra nas tarifas aplicadas sobre volumes que excedem a cota anual. A carne bovina brasileira que ultrapassa esse limite enfrenta taxa de 26,4%, acrescida de um adicional de 10% introduzido recentemente, o que eleva o total para 36,4%.
A elevação da tarifa sobre a carne bovina que excede a cota foi uma das consequências das medidas adotadas pelo governo norte-americano na escalada da guerra comercial.
O cenário global de comércio de produtos agropecuários segue pressionado pelas disputas tarifárias entre os dois países, com impactos diretos nas cadeias de suprimento e nos fluxos de exportação.
Com informações de agências internacionais
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