BNDES quer que projeto no RS incentive a prevenção de desastres

Banco de fomento considera que o caso gaúcho se tornou emblemático da necessidade de adaptação climática no Brasil

Abr 12, 2025 - 12:01
 0
BNDES quer que projeto no RS incentive a prevenção de desastres

Investimentos em infraestrutura de resiliência em cidades do Rio Grande do Sul, Estado devastado por temporais nos meses de abril e maio de 2024, podem servir de modelo para que outras regiões do país se tornem menos vulneráveis a desastres climáticos.

A avaliação é do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que fez parceria com o governo do Rio Grande do Sul para criar o Projeto RioS (Resiliência, Inovação e Obras para o Futuro do Rio Grande do Sul), voltado à prevenção e adaptação frente a eventos climáticos extremos.

Formulário de cadastro
E-mail

Os temporais de abril e maio resultaram em mais de 180 mortos, afetaram milhões de pessoas e deixaram bairros de quase todas as cidades gaúchas alagados. O governador Eduardo Leite (PSDB) chegou a classificar a tragédia como “maior desastre da história do Estado”.

A avaliação de que investimentos em prevenção e resiliência desenvolvidos pelo Projeto RioS devem servir com exemplo para outros Estados é da diretora de Crédito Digital para MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) do BNDES, Maria Fernanda Ramos Coelho.

A diretora do banco de fomento federal ligado ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) considera que o Rio Grande do Sul se tornou um caso emblemático de necessidade de adaptação climática no Brasil por causa da magnitude dos impactos sofridos.

A diretora acredita que o Projeto RioS servirá como aprendizado para elaboração de estratégias de resiliência.

“A experiência adquirida na estruturação de governança climática, planejamento territorial e infraestrutura resiliente poderá ser replicada em Estados e municípios com desafios semelhantes. Dessa forma, o BNDES pretende transformar o aprendizado do Rio Grande do Sul em um modelo escalável de políticas públicas e investimentos climáticos para o Brasil”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Ajuda financeira

Em 2024, o BNDES, com ações emergenciais, foi relevante provedor de auxílio financeiro para empresas gaúchas, somando R$ 28 bilhões para 469 dos 497 municípios do Estado.

Dentro desse valor estão R$ 19,4 bilhões em mais de 8.000 operações de crédito para empreendedores, empresas, cooperativas e produtores rurais gaúchos, sendo 59% desse montante para micro, pequenas e médias empresas.

Outra forma de auxílio emergencial foi a suspensão da exigência de pagamento de R$ 5,3 bilhões em parcelas para mais de 72.000 contratos de empréstimo.

O banco de fomento concedeu ainda R$ 4,2 bilhões em garantias para cerca de 5.000 operações de financiamento de micro, pequenas e médias empresas com outras instituições financeiras.

Resiliência

Uma vez lançada a ajuda emergencial, Maria Fernanda Ramos Coelho afirmou que o foco do banco agora está em apoiar os entes públicos na prevenção e adaptação frente a eventos climáticos extremos, “visando o fortalecimento da governança para gestão de riscos e a priorização de investimentos em infraestrutura resiliente”, e o Projeto RioS se enquadra nesse papel estratégico.

Segundo a diretora, o projeto RioS é inédito no Brasil, “tanto em função da abrangência geográfica –cobre toda região hidrográfica do Guaíba, epicentro da catástrofe– como pela ambição de preparar o caminho para reduzir ou mesmo eliminar impactos de futuros eventos climáticos extremos sobre a população”. Ela citou que a região inclui 252 municípios  altamente vulneráveis.

A diretora descreveu que o projeto prevê diagnósticos, realização de modelagem e avaliação de riscos climáticos, uso de tecnologia e metodologias avançadas para planejamento territorial e o desenvolvimento de um portfólio de projetos de infraestrutura resiliente.


Com informações da Agência Brasil